20 de set. de 2014

Os 80 anos de Sophia Loren

ITÁLIA - Aniversário
Os 80 anos de Sophia Loren
Seu encanto imperecível é tamanho que, há alguns anos, um cardeal católico brincou que, embora a clonagem seja eticamente errada, poderia se abrir uma exceção para Loren.

Postado por Toinho de Passira
Fontes:  G1, Wikipedia, O Globo , Veja, Amica, La Tribuna de Albacete , Corriere della Sera

Sophia Loren, ícone do cinema italiano e eterna diva, faz 80 anos hoje, 20 setembro, o dia será marcado com o lançamento de um livro de memórias que revela detalhes de sua vida da pobreza ao estrelado.

A vida de uma criança pobre que atinge o estrelato mundial pode parecer história de cinema, mas Sophia Loren teve uma infância difícil real na pequena cidade de Pozzuoli, na Itália.

A beleza da morena de olhos azuis chamava atenção. Aos 14 anos, participou de um concurso de miss e, apesar de não ter levado o prêmio, conseguiu fazer algumas participações em filmes. Ainda adolescente, foi descoberta pelo produtor Carlo Ponti, com quem se casou mais tarde.

Para escrever as 300 páginas de "Ontem, Hoje e Amanhã - Minha Vida" , Loren mergulhou no que chama de “baú de lembranças” à caça de fotos antigas, cartas e bilhetes de figuras como Cary Grant, Frank Sinatra, Audrey Hepburn e Richard Burton, sem falar de sua alma gêmea, o também italiano Marcello Mastroianni.


Sophia Loren com o ator americano Cary Grant, seu parceiro em vários filmes de Hollywood, como "Orgulho e Paixão" e "Casa Flutuante", em 1960

PICANTE

O volume inclui muitas passagens picantes, como a ocasião em que ela deteve os avanços físicos de Marlon Brando com um olhar fulminante e aquela em que Grant sugeriu que rezassem para tomar a decisão certa por estarem se apaixonando no set de filmagem.

“De repente ele (Brando) colocou as mãos em mim. Virei-me com toda a tranquilidade, bati em seu rosto e disse “Não ouse fazer isso de novo. Nunca mais!”, escreveu. “Quando o pulverizei com os olhos ele pareceu pequeno, indefeso, quase uma vítima de sua própria notoriedade. Ele nunca mais repetiu o gesto, mas foi muito difícil trabalhar com ele depois disso”.

Com Grant a história foi diferente. Os dois se apaixonaram em 1956, durante a filmagem de “Orgulho e Paixão”, quando ela só tinha 22 anos e já estava envolvida com Carlo Ponti, seu futuro marido. Grant estava com 52 anos e em seu terceiro casamento, mas pediu a mão de Loren mesmo assim.

O livro é um verdadeiro quem-é-quem do cinema mundial nos últimos 60 anos e uma crônica da vida de uma criança bastarda do sul da Itália que vagabundeava pelas ruas na infância e se tornou uma das estrelas de cinema mais glamurosas do mundo. Seu título foi tirado da antologia cômica em três partes dirigida pelo grande Vittorio De Sica, na qual Loren interpretou três papéis diferentes.

O “Amanhã” parece ser sua maneira de dizer que sua carreira não acabou. Seu filme mais recente – uma adaptação de "The Human Voice", de Jean Cocteau – foi lançado este ano.


Sophia Loren e Marlon Brando na première do filme “A Condessa de Hong Kong”, Londres, 1962.

HOLLYWOOD

Quando aportou em Hollywood, no fim da década de 50, a italiana já havia estrelado mais de 30 filmes italianos, tendo então estreado com o tal filme ‘Orgulho e paixão’, com Frank Sinatra e Cary Grant, os dois maiores nomes do cinema masculino americano. Em 1958, fechou um contrato de cinco filmes com a Paramount e atuou novamente ao lado de Grant na comédia romântica ‘Tentação morena’, na qual vive uma socialite italiana que se passa por doméstica para fugir das pressões do pai.

O reconhecimento pelo trabalho veio em 1962, quando Sophia Loren ganhou o Oscar de melhor atriz por ‘Duas mulheres’, do diretor Vittorio de Sica. No drama, ela interpreta uma viúva que abandona Roma com a filha de 13 anos para fugir das bombas da Segunda Guerra Mundial. Foi a primeira vez em que uma atriz recebeu o prêmio da Academia pelo desempenho em um filme de língua não inglesa.


Sophia Loren e Marcello Mastroianni, o parceiro de grandes filmes, sua alma gêmea cinematografica

CACHÊ MILIONÁRIO

A década de 1960 colocou Sophia no estrelato. Depois do Oscar, ela fez dezenas de filmes nos Estados Unidos e na Europa, chegando a cobrar cachê de US$ 1 milhão para estrelar o filme ‘A queda do império romano’.

No mesmo ano, foi novamente indicada à estatueta de melhor atriz pela comédia ‘Matrimônio à italiana’. Em entrevista, disse que se tratava de um de seus filmes favoritos. O longa-metragem foi uma das oito produções em que a atriz trabalhou com o diretor Vittorio de Sica, e também uma das grandes parcerias com o ator Marcello Mastroianni. Por conta do filme, que completa 50 anos, foi convidada de honra na edição deste ano do Festival de Cannes.

Mastroianni e Sophia Loren fizeram outros nove filmes juntos, incluindo ‘Um dia muito especial’, que mostra o início da amizade entre dois vizinhos que nunca haviam se falado antes no dia em que Mussolini e Hitler se encontram em Roma para selar uma união política entre a Itália e a Alemanha.


Sophia Loren, homenagem de Hollywood, um dos "tesouros do cinema", 1991

PRÊMIO ESPECIAL EM HOLLYWOOD

Em 1991, Sophia recebeu um prêmio honorário da Academia e foi declarada um dos tesouros do cinema. Com mais de cem filmes no currículo, começou a ficar mais seletiva. Depois de 14 anos longe dos Estados Unidos, voltou às telonas com ‘Nine’, um musical adaptado da Broadway. Ela foi a primeira escolha do diretor Rob Marshall para o papel da mãe do protagonista Guido Contini. O elenco tem outras beldades do cinema, como Penélope Cruz,Marion Cotillard, Kate Hudson e Nicole Kidman.


Sophia Loren, um crítico chamou de maior produtor de exportação italiano depois do macarrão.

ANIVERSÁRIO

Cada ocasião em que Loren comemora uma data importante é quase um evento nacional, e em parte um lembrete amargo de que os bons tempos que ela simbolizou terminaram. Um canal de televisão está passando só filmes seus durante a semana como homenagem à mulher que ganhou dois Oscars, o primeiro em 1961 por seu retrato trágico de uma mãe nos tempos de guerra no clássico neo-realista de De Sica "Duas Mulheres".

Estão sendo organizadas exibições de fotos e mesas redondas sobre a ascensão extraordinária à fama planetária de uma adolescente pobre descoberta por um produtor de cinema que mais tarde se casou com ela e a transformou no que um crítico chamou de maior produtor de exportação italiano depois do macarrão.

Seu encanto imperecível é tamanho que, há alguns anos, um cardeal católico brincou que, embora a clonagem seja eticamente errada, poderia se abrir uma exceção para Loren.

COMENTAMOS: A nossa geração adolescente, não parava de prestar “homenagens” a Sophia Loren, nos banhos e nas noites inspiradas, até a exaustão.

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