6 de abr. de 2014

A fotografa alemã, Anja Niedringhaus, da Associated Press, é morta em ataque terrorista no Afeganistão

AFEGANISTÃO - ALEMANHA
A fotografa alemã, Anja Niedringhaus, da Associated Press, é morta em ataque terrorista no Afeganistão
A jornalista, muito experiente em atuar em áreas de conflito, desde a guerra do Iraque, cobria os preparativos das eleições afegã, acompanhada da jornalista canadense, Kathy Gannon, que saiu ferida no atentado. Um oficial da polícia disparou contra elas, propositalmente, dentro de uma base militar, onde aguardavam para acompanhar um comboio de funcionários do serviço eleitoral.

Foto: Peter Dejong/Associated Press

Anja Niedringhaus, da Associated Press, morta, nesta sexta,
durante a cobertura das eleição no Afeganistão

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Yahoo News, Associated Press, Huffington Post, The Guardian, CTV News, Huffington Post, Deutsche Welle

A fotógrafa alemã, Anja Niedringhaus, de 48 anos, da agência de notícias Associated Press (AP), morta nesta sexta-feira no leste do Afeganistão por um policial, enquanto cobria a preparação do primeiro turno da eleição presidencial, era aclamada internacionalmente, pelo seu trabalho no fotojornalismo, tendo inclusive ganhado prêmio Pulitzer em 2005, o Oscar do jornalismo, por sua cobertura do conflito no Iraque.

Niedringhaus estava acompanhada da colega fotografa canadense Kathy Gannon, 60 anos, que também foi alvejada. Gannon é correspondente da Associated Press no Afeganistão e Paquistão, há quase trinta anos, foi atingida por três disparos que lhe atingiram no ombro e punho. Ela foi atendida em um hospital militar de Cabul, e não corre risco de morte.

Este é o segundo ataque recente contra jornalistas ocidentais no Afeganistão. No dia 11 de março o repórter sueco Nils Horner foi morto a tiros.

Em 20 de março, o jornalista da AFP Sardar Ahmad, sua mulher e dois filhos do casal morreram em um tiroteio no hotel Serena de Cabul, que deixou nove mortos no total.

O ataque desta sexta-feira aconteceu às 10H45 (03H15 no horário de Brasília) na província de Khost, na fronteira com o Paquistão.

Khost é uma província remota e infiltrada pela rebelião talibã. Além disso, fica perto da fronteira com as zonas tribais paquistanesas, verdadeiro reduto de insurgentes.

As duas acompanhavam um comboio de funcionários eleitorais encarregados de entregar cédulas para a votação do sábado. O comboio estava protegido por forças de segurança afegãs. Eles estavam em seu próprio carro com um tradutor e um jornalista freelancer da AP.

O governo afegão informou que o assassino é um "oficial da polícia nacional", que disparou contra as duas jornalistas, quando elas estavam num veículo dentro de uma base das forças de segurança locais.

“O criminoso, pertencente ao contingente que deveria proteger as jornalistas, gritou ‘Allah Akbar’ (Deus é grande) e abriu fogo” com sua AK-47. Em seguida rendeu-se aos outros policiais.

Anja Niedringhaus era uma veterana fotógrafa de guerra. Começou sua carreira aos 16 anos em um jornal local na Alemanha. Estudou literatura, filosofia e jornalismo antes de cobrir a queda do muro de Berlim para agência EPA em 1990.

Em 2002, foi contratada pela AP. Cobriu diversos conflitos, incluindo em Israel, Palestina, Iraque, Afeganistão e Paquistão, além de ter realizado trabalhos na área de esporte.

O ataque desta sexta-feira aconteceu na véspera do primeiro turno da eleição presidencial afegã, que os talibãs prometeram "perturbar" por todos os meios. A votação designará o sucessor de Hamid Karzai, o único presidente que o país conheceu desde a queda dos talibãs em 2001 e que, segundo a Constituição, não pode disputar um terceiro mandato.

O novo presidente terá um grande desafio: a garantia da segurança do país por forças afegãs, pois até o fim do ano será concluída a retirada das tropas da Otan.

"Anja e Kathy juntos passaram anos no Afeganistão cobrindo o conflito e as pessoas de lá. Estamos inconsoláveis com a perda dela", disse o Editor Executivo, da Associated Press, Kathleen Carroll, falando em Nova York.

As fotos de Anja Niedringhaus retratavam uma visão perspicaz, feminina, lírica, suave e crítica, a situação extrema da guerra, ou onde quer que estivesse com sua câmera.

Vejam algumas das fotos que celebrizaram Anja Niedringhaus:

Fotos: Anja Niedringhaus/Associated Press

Esta fotografia de um fuzileiro naval EUA carregando uma mascote da sorte, patrulhando com sua unidade Faluja ganhou um prêmio Pulitzer, de fotojornalismo, como parte de uma série de imagens de combate sangrento no Iraque em 2004


Uma mulher, afegã, segura seu bebê, enquanto aguarda para experimentar uma nova burca, numa loja na cidade velha de Cabul, abril 2013


Soldado americano, caminha sobre seu veículo blindado ao pôr do sol, enquanto se prepara para um exercício militar noite no deserto do Kuwait ao sul da fronteira com o Iraque em dezembro de 2002


Rebeldes líbios celebram ao lado de carros em chamas depois que as forças do líder Muammar Gaddafi foram rechaçadas de volta a Benghazi, março 2011


O para-atleta, Oscar Pistorius da África do Sul compete no atletismo de 400 metros dos homens semifinal no Estádio Olímpico, Londres 2012


Um soldado francês, do contingente da ONU franceses e uma jovem civil, prestam os primeiros socorros a um soldado bósnio, gravemente ferido por um franco atirador, que morreu segundo depois, em 1994


Um militar afegão monitorando o tráfego, a nordeste de Cabul, em um bloqueio na estrada que leva ao aeroporto de Bagram, em 2002. Durante a operação militar Liberdade Duradoura, uma aliança sob a lideração dos EUA, em resposta aos ataques terroristas de 11 de setembro


A polícia de choque, italiana, em Génova enfrenta manifestantes antiglobalização, durante a cúpula dos países da G8, em 2001, durante os protestos em que um jovem foi baleado.


A visita de estudantes afegãs, a uma escola primária internacional, em Omid, depois que o Talibã, que é contrario a frequência de meninas nas escolas, foram rechaçados e enfraquecidos, em 2011.


Na Faixa de Gaza, mulheres palestinas choraram por um parente que está entre as vítimas de um ataque militar por parte do exército israelense, em 2009

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