28 de fev. de 2014

Carnaval de Pernambuco 2014 - EMPETUR

Carnaval de Pernambuco - 2014
Cliente: Empresa de Turismo de Pernambuco
Agência: Arcos Propaganda
Produtora: Urso Filmescanta


”passiravideo”


25 de fev. de 2014

Dilma é criticada por Lula diante de empresários e políticos. Temos que admitir: Lula tem razão!

BRASIL - Eleição 2014
Dilma é criticada por Lula diante de empresários e políticos. Temos que admitir: Lula tem razão!
O jeito de governar da presidenta não agrada ninguém, nem o seu padrinho e criador o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que em conversas com empresários e políticos próximos diz que a presidenta precisa mudar muito, para obter sucesso num eventual segundo mandato. A presidente com Apesar das críticas, ex-presidente afasta qualquer possibilidade de ser ele o candidato nas próximas eleições.

Foto: Arquivo

ATÉ TU LULA? - O ex-presidente não aprova o jeito de Dilma governar, tanto na área política, como, na econômica, mas a mantém como candidata

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Folha de São Paulo, Blog do Reinaldo Azevedo

Os jornalistas Valdo Cruz e Andréia Sadide da Folha de São Paulo, comentam que em público, Lula sempre faz elogios apaixonados ao governo Dilma, mas reservadamente, não se furta em criticar o estilo de governar de sua sucessora e assevera que a presidente Dilma precisa mudar em 2015 num eventual segundo mandato no Palácio do Planalto.

Esta tem sido a tônica das conversas do ex-presidente Lula nas últimas semanas com interlocutores do mundo político e empresarial, que intensificaram seus encontros com o petista para se queixar da presidente.

Apesar das críticas, em todas as conversas Lula diz ter confiança de que Dilma será reeleita e afasta qualquer possibilidade de assumir o lugar de sua ex-ministra na campanha.

O petista avalia que Dilma tem conquistas para garantir o segundo mandato, principalmente nas áreas do emprego e social, mas está convencido de que a presidente tem de fazer ajustes na economia e na área política.

De posse de pesquisas internas, que indicam que 80% dos entrevistados acreditam na vitória de Dilma nas eleições deste ano, a equipe de Lula avalia que a presidente "está bem na foto" com o eleitorado, mas "divorciada" das classes política e empresarial.

A médio prazo, este divórcio poderia travar a economia e colocar em risco conquistas obtidas na área social no país.

Nas conversas com empresários e políticos nas duas últimas semanas, Lula tem dito que a atual equipe econômica está com o prazo de "validade vencido" e que a presidente terá de escalar não só um novo time na área como também fazer correções na sua política econômica para fazer o país voltar a crescer com taxas na casa dos 4%.

Em segundo lugar, Lula diz que Dilma precisa aprender a vender o Brasil no exterior e melhorar a interlocução com o empresariado brasileiro, que também elevou o tom das reclamações contra o que consideram um estilo intervencionista da presidente.

Lula e empresários concordam que a petista está deixando para 2015 uma elevada conta na área econômica, com preços represados artificialmente, o que exigirá sacrifícios no ano que vem.

Na área política, o ex-presidente avalia que sua sucessora precisa criar um novo "núcleo duro" para gerenciar o governo e administrar as pendências com sua base aliada no Congresso, que já ensaia uma rebelião.

Um interlocutor de Lula diz que ele está totalmente envolvido na campanha de reeleição de Dilma e faz questão de deixar claro que não tem nenhuma intenção de sair candidato no lugar da presidente, algo que empresários têm sugerido recorrentemente nos últimos encontros. "Ele nem deixa a conversa prosperar", afirma um auxiliar.

Políticos também reforçam o coro do "Volta, Lula". Um amigo próximo do ex-presidente relata que, há alguns meses, Lula confidenciou que não havia a possibilidade de se colocar como candidato pois significaria admitir "o fracasso'' de sua sucessora. "E ele não acha que ela fracassou, acha que tem prós e contras, mas não fracasso."

Lula reconhece que sua sucessora cometeu erros, mas acredita que ela já faz uma autocrítica em algumas áreas e tende a mudar sua forma de governar em 2015.

O ex-presidente cita como exemplo as regras das concessões ao setor privado de rodovias e aeroportos.

Depois de adotar uma linha intervencionista, diz Lula, Dilma fez correções, ainda que tenha demorado para começar a fazê-las. Depois disso, o programa começou a andar.

Na avaliação da equipe de Lula, Dilma centraliza demais e delega pouco.

A situação é tão crítica que nos obrigamos admitir: Lula está certo, Lula tem razão! – Nunca imaginaríamos que um dia escreveríamos algo assim.

24 de fev. de 2014

Paulo Câmara para Governador de Pernambuco - Eduardo Campos tira outro poste do bolso do colete

BRASIL - Pernambuco- Eleição 2014
Paulo Câmara para Governador de Pernambuco
- Eduardo Campos tira outro poste do bolso do colete
O governador escolheu seu secretario da fazenda para ser o seu candidato a Governador de Pernambuco. Desconhecido e técnico, como o José Júlio, o prefeito do Recife, o novo candidato nunca disputou uma eleição. O vice João Lyra não gostou da escolha, a única que aprovaria seria a dele mesmo. Armando Monteiro, o adversário, sabendo agora com que vai disputar, prepara as armas e estratégia. O jogo começou para valer.

Foto: Divulgação

O CANDIDATO - Paulo Câmara, um ilustre desconhecido é o candidato apoiado pelo governdor Eduardo Campos: “Câmara é um homem sincero, generoso e capaz de se emocionar pelos que sofrem”, classificou o governador

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Diário de Pernambuco, NE 10, Terra, Jornal do Comércio , JC Online, Blog PC Cavalcanti, Blog do Vanguarda - Hélio Júnior, Blog do Jamildo

Hoje, oficial e festivamente, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tirou do bolso interno do colete o nome do secretário da Fazenda, Paulo Câmara, para ser o candidato da Frente Popular, a governador de Pernambuco, da mesma maneira que fez na indicação de Geraldo Júlio, que acabou ganhando em primeiro turno a eleição para Prefeito do Recife. Estimulado pelo sucesso municipal, o governador aposta alto, ao designar um desconhecido para a disputa.

Paulo Câmara, 42 anos, economista, sempre passou despercebido nos eventos do governo de Pernambuco. Atualmente no comando da Secretaria Estadual da Fazenda, Paulo Câmara já esteve à frente das pastas de Administração e Turismo durante as gestões Eduardo Campos.

Auditor concursado do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Nos bastidores, Câmara tem sido um interlocutor importante de Eduardo Campos com “celebridades” do meio fazendário nacional. Posições do governador em relação à guerra fiscal ou à criação dos fundos regionais de desenvolvimento e compensação de perdas financeiras são alguns temas resultantes de conversas do ainda secretário estadual com o “ex-número 2” do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.

Sua personalidade metódica o faz ser comparado – por vezes – ao prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB). Portanto, não seria surpresa se um novo objeto ligado ao universo do trabalho fosse utilizado pelo marketing político como marca para vendê-lo candidato. O prefeito do Recife adotou um capacete de operário na eleição municipal de 2012.

Casado com Ana Luiza Câmara – cuja mãe, Vanja Campos, é tia de Eduardo Campos e irmã de seu pai, o escritor Maximiano Campos, já falecido – ele é pai de duas meninas: Helena (9) e Clara (4).

Câmara ascendeu internamente no governo graças ao seu apreço pelo diálogo. Teve seu nome lançado por socialistas como o deputado estadual Aluísio Lessa; o secretário de Governo, Milton Coelho; o prefeito de Moreno, Adilson Gomes Filho; pelo procurador-geral do Estado, Thiago Norões e pelo chefe de gabinete do governador, Renato Thiebhaut.

Estreante em disputas eleitorais, Câmara se enquadra nos padrões de “nova política” prescritos por Eduardo Campos. É diretamente ligado à gestão do Estado, tem perfil técnico e é um homem de sua absoluta confiança. De quebra, é o “pai” do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM), iniciativa que iniciativa que injetou R$ 280 milhões nos cofres das prefeituras.

Eduardo Campos apresentou o secretário como autor da nova lei do ICMS e como o responsável por definir um calendário anual para pagamento dos salários dos servidores estaduais.

Desconhecido no interior de Pernambuco, é dependente da força do governador para garantir a sua eleição. O complicador é que envolvido na própria postulação a Presidente da Republica, Eduardo não vai poder ficar com ele debaixo do braço como fez com Geraldo Júlio, durante campanha eleitoral do Recife.

Foto: Blog do Jamildo

O vice-governador João Lyra, dirimindo dúvidas compareceu a cerimônia de lançamento da candidatura de Paulo Câmara, não foi eloquente, mas também não comprometeu

FATOR JOÃO LYRA

A escolha de Eduardo provocou mágoas profundas no vice-governador João Lyra Neto (PSB), por ter sido preterido como candidato e nem ouvido no processo decisório.

Lyra – que assume o governo no dia 4 de abril, com a desincompatibilização de Eduardo para disputar a Presidência – compareceu ao lançamento da candidatura Paulo Câmara e afirmou ao Blog de Jamildo, protocolarmente, “que está animado em assumir o governo do Estado e realizar as entregas de obras, no período de nove meses que ficará no comando do governo do Estado, após a saída de Eduardo Campos”.

“[A chapa] foi uma decisão do governador Eduardo Campos, que com certeza já unificou toda a Frente Popular”, disse o vice-governador, que negou ter ficado insatisfeito por não ter sido escolhido candidato.

Só tempo dirá se ele está sendo sincero ou não. Comenta-se que ele não foi o escolhido “porque não preenchia o perfil ideal para se ajustar ao discurso nacional de Eduardo, o de que a sociedade quer novos atores”.

A lógica de ter Caruaru na chapa de governador, mantendo a tradição e reconhecendo a importância da Capital do Agreste, não foi levada em conta por Eduardo Campos.

O Blogueiro Hélio Júnior, do Jornal Vanguarda de Caruaru comentou nesse fim de semana: “Com a confirmação de Paulo Câmara candidato ao Governo do Estado, Raul Henry vice e Fernando Bezerra Coelho para senador, a cidade perdeu para Petrolina”.

Foto: Elza Fiúza/ABr

MISSÃO IMPOSSÍVEL - Armando Monteiro, para ter chance, precisa unir o PT de Pernambuco em torno do seu nome.

ARMANDO MONTEIRO

O candidato das oposições em Pernambuco, nunca foi segredo, será o senador Armando Monteiro (PTB), eleito para o senado com o apoio de Eduardo Campos e que nunca desceu do palanque durante os sete anos da gestão de Eduardo Campos – atraindo prefeitos e líderes políticos locais e construindo as bases para a sua candidatura, apesar do seu perfil pouco carismático.

Seu maior desafio é montar uma aliança que lhe dê tempo de TV e rádio para concorrer em pé de igualdade, na propaganda eleitoral, com a Frente Popular liderada pelo PSB do candidato Paulo Câmara.

Para ter uma chapa forte, vai precisar contar com os petistas, inclusive para penetrar em redutos da Região Metropolitana do Recife, tradicionalmente divididos entre o PMDB de Jarbas Vasconcelos, – hoje, fragilizado –, o PSB arraesista e o PSB de Eduardo, e o PT irradiado nos 12 anos de gestão da capital.

Para se contrapor à força política de Eduardo, Armando já tem o apoio de Lula e Dilma. Resta o difícil apoio verdadeiro do dividido e autofágico PT estadual e o do Recife.

O senador tenta ainda atrair o PDT e o PP para a aliança. O PCdoB nacional determinou o apoio, mas o local está nas gestões de Eduardo e Geraldo Julio e já decidiu apoiar Câmara.

Se Armando Monteiro conseguir formar a chapa dos seus sonhos, com o deputado federal João Paulo (PT) na vaga de vice, e o também deputado federal Eduardo da Fonte (PP) na vaga de Senador, Pernambuco caminha pra ter uma das disputas mais acirradas do Brasil, com dois palanques de peso.

Definido os guerreiros, a batalha começou de verdade, hoje em Pernambuco.

Foto:
IMAGEM
LEGENDA


*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda à publicação original

22 de fev. de 2014

O foragido Pizzolato possui imóveis de luxo na Espanha. Por acaso seria dinheiro do mensalão?

BRASIL - Mensalão
O foragido Pizzolato possui imóveis de luxo na Espanha. Por acaso seria dinheiro do mensalão?
Segundo apurou a Folha de São Paulo, um dos mensaleiros pé de chinelo, demonstra ter um cofre recheado, ao comprar durante a fuga, três imóveis no litoral da Espanha; dois deles avaliados em R$ 3 milhões. Isso sem recorrer a vaquinha.

Foto: Luisa Belchior/Folhapress

Imóvel registrado em nome de Andrea, mulher de Pizzolato, em Ronda del Golf, litoral da Espanha

Postado por Toinho de Passira

Fontes: Folha de São Paulo, Blog do Reinaldo Azevedo

O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato , antes de ser preso, comprou três imóveis -dois deles apartamentos em um condomínio de alto padrão-na cidade litorânea de Benalmádena, no sul da Espanha.

A compra dos imóveis foi descoberta pela polícia espanhola nas investigações para localizar Pizzolato, que passou mais de três meses foragido na Europa.

Os dois apartamentos comprados estão num condomínio chamado Urbanización Costa Quebrada, no distrito de Torrequebrada, ocupa o alto de uma colina, com vista para as águas do Mar Mediterrâneo, com piscina e entrada de visitantes controladas 24 horas por dia por um sistema de interfones e câmera. No folheto das corretoras consta que é um lugar onde se pode praticar esportes aquáticos como vela, golfe e mergulho, está a a menos de 50 m da praia. Com se vê, um luxo digno de um mensaleiro bem sucedido.

Caprichosos, Pizzolato e esposa, não satisfeitos com o tamanho original do imóvel, uniram os dois apartamentos em um só, antes de convertê-los em sua residência na Espanha.

Segundo a Folha de São Paulo, corretores de imóveis consultados, avaliaram que cada um dos apartamentos devem custar algo em torno de € 450 mil (equivalente a R$ 1,5 milhão).

Segundo Olga Lizana, chefe do grupo de localização de fugitivos da polícia espanhola, quinze dias antes da prisão do Pizzolato na Itália, a mulher dele, Andrea Haas, esteve no condomínio.

Mas a história não para aí, apesar de constar no cadastro de cidadãos estrangeiros residentes em Benalmádena desde 2010, o endereço registrado como o de moradia foi o de um terceiro apartamento, em outro condomínio, de classe média, que pode ser outro imóvel do mensaleiro, atualmente residente na penitenciária de Modena, no norte da Itália.

Segundo a folha, esse último imóvel está praticamente abandonado: ninguém atende ao interfone, e vizinhos contaram que no local vive um casal de sul-americanos que há meses não aparecia por lá.

Olga Lizana, comentou que o rastreamento de outros bens adquiridos por Pizzolato no país depende de um pedido formal das autoridades brasileiras. Na semana passada, a Folha de São Paulo revelou que o casal operou pelo menos três contas bancárias na Espanha.

Fotos: Estadão Conteúdo :: Polizia di la Provincia di Modena)

Pizzolato tal como era na ocasião da descoberta do mensalão, em 2005,
e no dia da prisão, a 5 de fevereiro, em Maranello

Reinaldo Azevedo no seu Blog comenta:

”Henrique Pizzolato é uma fonte permanente de desmoralização da mitologia inventada pelos petistas sobre o mensalão. Fico imaginando como devem se sentir os bananas que eventualmente tenham colaborado para a vaquinha dos mensaleiros…”‘

”Vale dizer: só nessa operação, o mensaleiro foragido gastou R$ 3 milhões. E pensar que José Dirceu, que era o chefe político dele, precisa pedir esmola paga pagar multa! Dá uma peninha, né?”

”Uma coisa ao menos a gente sabe: se for extraditado para o país, ele não precisará fazer vaquinha, né?”

Os redutos ameaçados do PT

BRASIL - Eleição 2014
Os redutos ameaçados do PT
Seis Estados que foram determinantes para a vitória de Dilma Rousseff em 2010 agora apresentam cenário desfavorável à petista. Em jogo, 12 milhões de votos.

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Onde a reeleição pode estar indo para o brejo

Postado por Toinho de Passira
Texto de Pedro Marcondes de Moura
Fonte: IstoÉ

Ao conferir, nos últimos dias, o mapa eleitoral nos Estados, a presidenta Dilma Rousseff franziu o cenho de preocupação. Dilma percebeu que o cenário político lhe é desfavorável em seis Estados nos quais o resultado eleitoral tinha sido determinante para sua vitória na corrida ao Palácio do Planalto em 2010.

São eles: Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Maranhão, Ceará e Bahia. Nesses locais, ela obteve em 2010 uma vantagem de 12,6 milhões de votos sobre José Serra. No total, Dilma venceu o tucano por uma diferença de 12%. Só em Pernambuco, Bahia e Ceará, Dilma conquistou cerca de 7,5 milhões de votos a mais que o rival. Agora, nesses Estados, rachas entre siglas da base aliada ou rearranjos locais e nacionais fortalecem as candidaturas do governador pernambucano, Eduardo Campos (PSB), e do senador Aécio Neves (PSDB), principais adversários de Dilma.

Na Bahia, Estado em que a petista obteve a maior vantagem em votos sobre a oposição no segundo turno, Dilma encontra dificuldades para montar palanques competitivos. Além do desgaste da máquina petista, que comanda o governo do Estado há dois mandatos com Jaques Wagner, aliados desertaram da campanha petista à reeleição ao Planalto. De um lado, a senadora socialista Lídice da Mata lançou-se à sucessão estadual, abrindo palanque para o correligionário Eduardo Campos. De outro, o PMDB costura uma aliança com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e com o PSDB. O objetivo é lançar um candidato único ao governo baiano, garantindo um robusto palanque ao presidenciável tucano Aécio Neves.

No Ceará, outro Estado estratégico para o triunfo de Dilma em 2010, os atritos entre as legendas da base aliada também podem favorecer Aécio. O PMDB local já sinalizou informalmente que, caso o PT insista em se coligar com o PROS, comandado pela família Gomes, a legenda irá firmar um acordo com um dos candidatos oposicionistas. O senador peemedebista Eunício Oliveira, que não pretende abrir mão de disputar o governo estadual, ensaia uma aliança com o PSB de Eduardo Campos. Nem mesmo a oferta de Dilma de nomeá-lo para o Ministério da Integração Nacional o fez abrir mão de lançar-se candidato.

O cenário em território cearense é similar ao do Maranhão, onde Dilma obteve 79,09% dos votos no segundo turno de 2010. O apoio sinalizado pelo PT ao grupo político da família Sarney contraria o ex-presidente da Embratur e pré-candidato pelo PCdoB à sucessão estadual Flavio Dino. Com isso, a campanha de Dino tenta montar um arco de alianças que inclui o PSDB, de Aécio, e o PSB, de Campos. No Rio, a insatisfação dos aliados está relacionada à candidatura do senador petista Lindbergh Farias à sucessão estadual. O PMDB já contabilizava como certo o apoio do PT para eleger o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, o que não ocorreu. Agora, os peemedebistas reclamam da falta de reciprocidade do PT à legenda, que participou ativamente da campanha de Dilma Rousseff em 2010. Preterido, o partido negocia uma aliança com o PSDB, o que poderá abrir uma trincheira para Aécio no Estado.

A candidata à reeleição Dilma Rousseff também enfrentará uma combativa oposição em Minas Gerais e Pernambuco, Estados de seus principais rivais. Ao contrário de 2010, quando tinha o governador Eduardo Campos como cabo eleitoral, o PT agora vê o rival socialista tentando isolar a sigla. Em um lance político bem-sucedido, Campos selou o fim da hegemonia petista à frente da capital do Estado e manteve sob seu controle as principais prefeituras do Estado. Também aumentou sua aliança, trazendo o PMDB, o PSDB e até ex-petistas, como Maurício Rands.

Em Minas Gerais, Estado onde petistas e tucanos foram aliados nas recentes eleições, Aécio elegeu a vitória de Pimenta da Veiga (PSDB), candidato ao governo, como crucial neste pleito. Inusitadas dobradinhas nas urnas, como a Dilmasia, em que eleitores votaram na petista para o Planalto e no tucano Antonio Anastasia para o Executivo estadual em 2010, não irão ocorrer. Para se certificar de que irá derrotar o PT no Estado, o tucano Aécio Neves trabalha intensamente para manter em sua canoa antigos aliados locais e conquistar o apoio de outras legendas que ameaçam pular do barco do governo. Segundo as recentes pesquisas, Dilma navega em águas tranquilas: ainda é favorita para vencer no primeiro turno das eleições presidenciais. Mas, se a maré virar para ela nesses seis colégios eleitorais, a eleição de outubro pode ter um desfecho distinto.


*Acrescentamos foto e legenda à publicação original

A capataz dos médicos cubanos

BRASIL - CUBA - Mais Médicos
A capataz dos médicos cubanos
Ela se apresenta apenas como “médica”. Na verdade, é a capataz e vigilante dos médicos cubanos, responsável, no território brasileiro, por enquadrar, ameaçar e reprimir os conterrâneos, que ameacem sair dos trilhos impostos pela ditadura dos irmãos Castro

Foto: Veja

Vivian, uma das agentes da missão cubana

Postado por Toinho de Passira
Reportagem de Leonardo Coutinho e Duda Teixeira, com colaboração de Isabel Marchezan, publicada em edição impressa de VEJA
Fonte: Blog do Ricardo Setti

A capataz dos médicos cubanos Vivian Isabel Chávez Pérez se apresenta ora como doutora do Mais Médicos, ora como agente da Opas. Sua verdadeira função é controlar os passos dos compatriotas

Vivian Isabel Chávez Pérez é uma mulher de múltiplas facetas. Em agosto do ano passado, quando os primeiros médicos cubanos desembarcaram no Brasil como parte do programa de “intercâmbio” de saúde do governo federal, ela aparecia de jaleco branco exaltando a nobreza da missão em um portunhol azeitado.

Vivian é apresentada em vídeos de divulgação do Ministério da Saúde como uma médica cubana comum. Puro jogo de cena. Em poucos dias ela já dava entrevistas à Prensa Latina, a agência de notícias da ditadura cubana, como porta-voz da missão no Brasil.

Vivian não presta atendimento ambulatorial no Brasil nem consta na lista dos profissionais enviados aos rincões do país pelo programa Mais Médicos. No dia 1º de novembro, ela surgiu em um café da manhã de boas-vindas a 100 cubanos no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, no Rio Grande do Sul, sentada à mesa das autoridades, ao lado do governador Tarso Genro e da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

Ali, foi apresentada como coordenadora da Organização Panamericana de Saúde (Opas), entidade da ONU que intermediou a importação de médicos de Cuba pelo Brasil. Nessa função, Vivian vigia os compatriotas e exerce sobre eles um extraordinário poder de convencimento.

Entre os cubanos tutelados por Vivian estão as médicas Yamila Valdes Gonzales e Yamile Mari Nin, que trabalham em postos de saúde da zona rural de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina.

Em dezembro, o Ministério da Saúde foi avisado pela prefeitura de que Yamila e Yamile queriam desistir do programa e voltar para Cuba. Elas não se conformavam em receber menos de 1000 reais de salário, enquanto os outros dois profissionais do Mais Médicos na cidade, uma cazaque e um mexicano, ganham 10 000 reais.

Sem dinheiro para cobrir as despesas básicas em uma das cidades com maior custo de vida do estado, elas foram acolhidas por funcionários da prefeitura, que se revezavam para convidá-las para comer em suas casas e recebiam donativos para que pudessem mobiliar e equipar o seu apartamento, cujo aluguel é pago pelo município.

Ao contrário dos médicos de outras nacionalidades, as cubanas não receberam o auxílio para as despesas de instalação previsto no programa, que varia de 10000 a 30000 reais. “Elas sofreram um impacto psicológico muito grande por causa dessa diferença de tratamento. Não havia uma semana que não reclamassem das dificuldades de viver aqui”, diz Nádia Silva, coordenadora dos serviços de atenção básica da Secretaria de Saúde do município, onde um auxiliar de enfermagem recebe salário inicial de 1800 reais.


VIGIADOS - Os cubanos do Mais Médicos recebem um passaporte anômalo, vermelho, que só vale para o Brasil. O normal é azul

Compreendendo o estado de penúria em que Yamila e Yamile se encontravam, o secretário de Saúde, Ademar Possamai, imaginava que o pedido de demissão seria aceito. Em vez disso, a prefeitura recebeu uma ligação de Vivian, que pediu para falar com as médicas por telefone. A conversa foi privada e as duas cubanas jamais revelaram aos seus amigos na cidade o que lhes foi dito.

O fato é que elas mudaram radicalmente de postura, voltaram ao trabalho no dia seguinte e nunca mais reclamaram. Vivian agora se comunica com elas todos os dias, por telefone ou por e-mail.

Yamila e Yamile, que não quiseram ser entrevistadas, continuam enfrentando os mesmos problemas financeiros de antes. “Elas estavam determinadas a voltar para Cuba, e agora parecem apavoradas. Não consigo imaginar o que essa mulher disse a elas”, diz Possamai.

O cubano Julio Alfonso consegue. Ele é diretor de uma ONG com sede em Miami, nos Estados Unidos, que dá assistência a mais de 4000 médicos que fugiram da ditadura dos irmãos Castro. “Tal como capatazes, os chefes das missões cubanas contam com uma rede de informantes e com o poder de sugerir punições aos médicos quando eles voltarem ao seu país”, diz Alfonso.

É assim na Venezuela, de onde só em 2013 fugiram 3000 médicos cubanos, e, como está cada vez mais claro, também no Brasil. Vivian tem a experiência e a influência necessária para controlar colegas. Ela foi chefe de uma missão de saúde na Nicarágua, em 2009, e ocupou um cargo importante no governo da província de Cienfuegos, em Cuba, em 2011, algo só permitido a cidadãos de extrema confiança do Partido Comunista.

Em rápida entrevista a VEJA, por telefone, Vivian — que dá expediente num escritório do Ministério da Saúde em Porto Alegre e acumula três cargos no governo do estado — se identificou como representante da Opas para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina e confirmou ter conversado com Yamila e Yamile.

“Foi um mal-entendido, não teve problema nenhum. Elas não entenderam alguma coisa, mas já está tudo resolvido”, diz Vivian, negando-se a dar mais detalhes.

Dos 6 600 profissionais que participam do Mais Médicos, atualmente 5 400 são cubanos. Destes, 22 voltaram ou foram devolvidos a Cuba. Quatro fugiram, entre eles Ortelio Guerra, que na semana passada anunciou por facebook que já se encontra nos Estados Unidos.

Apenas uma, Ramona Matos, pediu asilo no Brasil. O relato dela confirma a existência de capatazes regionais. Ramona prestava contas a um “coordenador” em Belém do Pará, para quem devia pedir autorização até para viajar a outras cidades e para participar de churrascos.

Para dificultar ainda mais a fuga dos seus médicos, o governo cubano entregou-lhes um passaporte que só vale para o Brasil. Esse documento, de capa vermelha, não é aceito por outros países, porque Cuba já emite uma versão convencional, em azul.

Na semana passada, o governo brasileiro juntou-se aos esforços da ditadura caribenha para anular a liberdade dos cubanos. Foram publicadas novas penalidades para os estrangeiros que abandonarem o programa, entre as quais o pagamento de multas e o ressarcimento das ajudas de custo e das passagens aéreas.

“Isso é ilegal, pois o investimento na contratação de um funcionário corre por conta e risco do patrão”, diz o advogado trabalhista Fábio Chong, em São Paulo. Ele completa: “Essas punições são mais um artifício para obrigar os médicos a trabalhar em condições análogas à escravidão”.

Foto: reprodução Facebook

LIBERDADE - Após abandonar o programa Mais Médicos e fugir para os Estados Unidos no início de fevereiro, o médico cubano Ortelio Jaime Guerra, que atuava em uma unidade de saúde da cidade paulista de Pariquera-Açu, anunciou, em sua página no Facebook, ter se mudado para Miami e postou uma foto fazendo compras num supermercado americano.

21 de fev. de 2014

A calma de Barbosa, de Merval Pereira, para O Globo

BRASIL - Opinião
A calma de Barbosa
Essa súbita aceitação do Ministro Joaquim Barbosa da decisão do plenário do STF sem nenhuma reação mais contundente embora seja quase certo que o veredicto seja alterado e os condenados por formação de quadrilha terão suas penas reduzidas é que com ou sem crime de formação de quadrilha, a decisão está tomada e os condenados já estão na cadeia. O que ficará na história é que pela primeira vez, no Brasil, políticos poderosos foram para a cadeia por crime de corrupção.

Foto: Fellipe Sampaio/STF

Joaquim Barbosa, dever cumprido

Postado por Toinho de Passira
Texto de Merval Pereira, para O Globo
Fonte: Blog do Merval

Perguntado sobre sua expectativa em relação ao resultado do novo julgamento da acusação de formação de quadrilha no processo do mensalão petista, que começou ontem, o presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa deu de ombros, dizendo que para ele “tanto faz como tanto fez”. Essa súbita aceitação da decisão do plenário do STF sem nenhuma reação mais contundente parece ser provocada pela certeza de que o veredicto será alterado e os condenados por formação de quadrilha terão suas penas reduzidas.

Tudo indica que os dois novos ministros Teori Zavascki e Luiz Roberto Barroso inclinam-se, por votos anteriores e comentários, a decidir a favor dos condenados. Mas há outra razão para a aparente tranqüilidade, pelo menos até agora, com que Joaquim Barbosa está recebendo a reversão de um dos pontos centrais da acusação do mensalão.

Com ou sem crime de quadrilha, a decisão está tomada e os condenados já estão na cadeia. Houve corrupção, desvio de dinheiro público, definiu o Supremo Tribunal Federal, e a dificuldade para alterar isso em uma eventual revisão criminal é muito grande. Tão difícil de acontecer, por não haver razões técnicas para tal, que o advogado de Genoino, o mais excitado ontem no julgamento, admitiu que ela se dará, se acontecer, “dentro de 10, 20, 30 anos”.

A única novidade do julgamento de ontem do Supremo Tribunal Federal (STF) foi o tom explicitamente político que os advogados do núcleo político do mensalão deram à defesa. O mais veemente deles foi o advogado Luiz Fernando Pacheco que, ao contrário de outras intervenções, quando tratou Genoino como um herói brasileiro, ontem preferiu ameaçar os ministros do Supremo com a força do PT.

A associação dos condenados do núcleo político do mensalão – Dirceu, Delubio e Genoino – foi descrita não como a formação de uma quadrilha, como até o momento o STF entendeu, mas a união para a criação de um partido político “para salvar o país”. Um partido, frisou bem o advogado, que está no poder há 12 anos e, segundo ele, baseado nas pesquisas eleitorais, deve manter esse controle político do país pelo menos por mais um mandato presidencial.

Os argumentos técnicos para desqualificar a formação de quadrilha foram apenas subsidiários às defesas, que se empenharam em reafirmar a inocência de seus clientes, não apenas no tema em questão, mas também sobre o tema geral da corrupção política, que já é questão julgada e definida pelo STF.

Os advogados de Delúbio Soares e José Dirceu foram mais formais com relação ao já decidido, admitindo mesmo Malheiros Filho que Delubio fora co-autor dos crimes cometidos. O advogado José Luis de Oliveira Lima limitou-se a dizer que José Dirceu “(...) teve 40 anos de vida pública sem mácula, sem qualquer mancha. O meu cliente, José Dirceu, é inocente".

O mais enfático da tarde foi o advogado de José Genoino, que atacou de frente o processo do mensalão, classificando-o de “a maior farsa da história da política brasileira". Luiz Fernando Pacheco mais uma vez refutou a acusação de corrupção ativa – que não estava em discussão – para concluir que, portanto, não houve também a formação de quadrilha.

O advogado de Dirceu já havia feito uma menção, de passagem, ao fato de que os condenados no núcleo político haviam se reunido não para formar uma quadrilha, mas sim um partido político. Mas o de Genoino foi além, afirmando que não houve a "intenção de formar uma sociedade de delinqüentes”, mas sim. "um partido político que encampou o poder e o poder vem mantendo há 12 anos. Dizer que havia uma quadrilha é uma tese absurda, e o povo brasileiro já refutou isso".

De maneira surpreendente, o advogado Luiz Fernando Pacheco referiu-se à mais recente pesquisa de opinião que mostra a presidente Dilma em primeiro lugar na disputa presidencial para perguntar aos ministros do STF: "O povo brasileiro quer ser governado por quadrilheiros? Acho que não".

O raciocínio politicamente tosco do advogado de Genoino é semelhante aos que tratam as vaquinhas para pagar as multas dos mensaleiros, ou a reeleição de Lula em 2006 como provas de que o povo já inocentou o PT.

Mas o que ficará na história é a primeira vez que políticos poderosos foram para a cadeia por crime de corrupção. E a primeira vez não se esquece. Talvez por isso Joaquim Barbosa esteja tão calmo.
*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda à publicação original

20 de fev. de 2014

Primavera venezuelana: mortes, inquietação popular e incertezas

VENEZUELA
Primavera venezuelana:
violência, mortes, inquietação popular e incertezas
Uma jovem estudante venezuelana, Génesis Carmona, 22 anos morreu nesta quarta-feira após ser baleada na cabeça durante uma manifestação contra o governo de Nicolás Maduro. Universitária, também era modelo e foi eleita, no ano passado, Miss Turismo de Carabobo. Ela foi alvejada quando a manifestação que participava foi atacada por motociclistas armados que dispararam contra a multidão. Carmona é a quinta vítima fatal decorrente dos protestos contra o governo venezuelano.

Foto: Redes Sociais

Génesis Carmona, 22 anos, Miss Turismo de Carabobo, no esplendor da juventude


Génesis Carmona, sendo levada ao hospital, de motocicleta, com um tiro na cabeça

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Reuters, AFP, Veja, Estadão, Gazeta do Povo, Diario Correo

Subiu nesta quarta-feira para seis o número de mortos na onda de protestos políticos que sacode a Venezuela, num momento em que o detido líder opositor Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular convocou seus seguidores a continuar lutando para derrubar o governo socialista.

A televisão estatal informou que uma mulher morreu depois que a ambulância que a levava ao hospital foi bloqueada por manifestantes da oposição em Caracas. Segundo a VTV, ela estava sendo socorrida após sofrer um ataque cardíaco.

Mais cedo nesta quarta-feira, Génesis Carmona, eleita, no ano passado, Miss Turismo de Carabobo, modelo e estudante de turismo de 22 anos, morreu após ser baleada na cabeça, Na véspera, havido sido alvejada por motociclistas não identificados, possivelmente integrantes das milícias chavistas, que abriram fogo contra uma manifestação pacifica, da oposição, em Valencia, ferindo nove pessoas, incluindo a jovem estudante, que chegou a ser operada, mas não resistiu.

Há quase 20 dias, milhares de venezuelanos protestam nas ruas contra preocupações que vão desde a piora da economia até a insegurança no dividido país. Além de haver centenas de feridos, quatro pessoas morreram baleadas, uma de ataque cardíaco e outra atropelada:

O motorista de um caminhão da estatal petrolífera venezuelana PDVSA atropelou e matou o adolescente José Ernesto Mendez, 17 anos durante protestos em Carúpano, estado de Sucre. Ele teria tentado parar o veículo.

Embora os protestos tenham se convertido no maior desafio de governabilidade do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, desde que assumiu o cargo em abril, não há ainda indícios de que seu governo esteja seriamente ameaçado institucionalmente.

Os militares, cruciais na história venezuelana para equilibrar a balança e pressionar pela saída de um mandatário, estão do lado do presidente.

Os países do Mercosul, incluindo o governo Dilma, tem se manifestado favorável ao presidente, e a maneira como ele vem conduzindo a crise.

Maduro, como fazia seu padrinho Hugo Cháves, garante que a oposição, com apoio dos Estados Unidos, tenta repetir o sangrento golpe de Estado que tirou brevemente do poder o então presidente Hugo Chávez em 2002. Sem reconhecer que a posição política de Leopoldo López, o opositor, é de revogar o mandato de Maduro através de referendo, permitido pela Constituição venezuelana, para 2016.

Foto: Jorge Silva/Reuters

O opositor Leopoldo López é colocado dentro de veículo da Guarda Nacional depois de se entregar à polícia em Caracas, na Venezuela

Nesta quinta feira (20), um tribunal da Venezuela confirmou a prisão preventiva do dirigente de oposição Leopoldo López, que continuará detido na penitenciária militar de Ramo Verde, nos arredores da capital Caracas. Foram aceitas as acusações de incêndio e depredação, assim como as de formação de quadrilha e incitação da violência. O líder da oposição continuará reclusão pelo menos durante 45 dias.

O advogado Juan Carlos Gutiérrez, que defende López, tinha rejeitado durante a tarde a decisão da juíza Dalenys Tovar, encarregada do caso, de realizar a audiência dentro da penitenciária militar, ao invés do Palácio de Justiça de Caracas, por considerá-la "irregular" e uma "violação da Constituição".

A juíza alegou que o procedimento visava proteger a integridade física de Leopoldo López, temendo manifestações prós e contra diante da corte onde ele seria apresentado.

López foi responsabilizado pessoalmente pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pelos distúrbios durante uma manifestação que no último dia 12 acabou com três mortes.

Economista de 42 anos, educado nos Estados Unidos, López lidera a ala mais dura da oposição. Ele se entregou na terça-feira voluntariamente às autoridades em uma manifestação diante de um mar de simpatizantes, após uma semana fugindo de uma ordem de prisão expedida contra ele.

"Nossa causa foi, continua sendo e hoje mais do que nunca tem de ser a queda deste governo", disse López junto à sua mulher em um vídeo publicado na noite de terça-feira.

A Venezuela está dividida entre aqueles que defendem os planos sociais do governo que favorecem boa parte dos 29 milhões de habitantes por meio de subsídios milionários e os que querem uma mudança e estão cansados da elevada inflação, o desabastecimento crônico e a crescente onda de violência urbana.

A criminalidade disparou na Venezuela ao longo dos 14 anos de governo Chávez. Em 2011, foram cometidos 20 000 assassinatos do país, em um índice de 67 homicídios por 100.000 habitantes. Em 2013, foram mortas na Venezuela quase 25 000 pessoas, cinco vezes mais do que em 1998, quando Hugo Chávez foi eleito.

Foto: Arquivo

O então presidente Hugo Chávez, a frente, de Nicolas Maduro, o atual presidente, venezuelano, seu herdeiro político

A HERANÇA MALDITA DE CHÁVEZ

A Venezuela é o país com a terceira maior taxa de homicídios do mundo, atrás de Honduras e El Salvador. Entre as razões para tanto está a baixa proporção de criminosos presos. De acordo com uma ONG que promove os direitos humanos na Venezuela, a Cofavic, em 96% dos casos de homicídio os responsáveis pelos crimes não são condenados.

A economia venezuelana tem um histórico de inflação alta, desde antes de Chávez chegar ao poder. Contudo, a gastança pública aliada a uma política expansionista e estatizante fez com que a alta dos preços atingisse níveis absurdos. Em 2013, o índice fechou em 56%, a mais alta taxa do continente americano e mais do que o dobro da registrada no país no ano anterior. Os números poderiam ser muito piores se não fosse o controle de preços exercido pelo governo.

No entanto, essa regulação afetou a produção e levou a escassez de alimentos básicos como leite, carne e até papel higiênico. A desvalorização de mais de 30% da moeda, que entrou em vigor em fevereiro, fez com que alguns preços duplicassem.

Em 1999, Chávez aprovou uma nova Constituição que eliminou o Senado e estendeu seu mandato para seis anos, além de conseguir uma lei que lhe permitia governar por decreto. A concentração de poderes promovida pelo caudilho, no entanto, não se restringiu ao Legislativo. O Judiciário foi tomado por juízes alinhados ao chavismo. A cúpula das Forças Armadas também demonstrou lealdade ao coronel logo depois de anunciada sua morte, quando as tropas foram colocadas nas ruas com o objetivo declarado de "manter a ordem". "Vida longa, Chávez. Vida longa, revolução", bradou o ministro da Defesa, Diego Alfredo Molero Bellavia. A oposição em várias oportunidades pediu a obediência à Constituição.

O petróleo, extraído quase inteiramente pela PDVSA, a Petrobras da Venezuela, é responsável por 50% das receitas do governo venezuelano. Além do prejuízo de uma economia não diversificada, Chávez demitiu em 2003 40% dos funcionários da companhia após uma greve geral e os substituiu por aliados. A partir daí, as metas de investimento não foram cumpridas e a produção estagnou.

O plano de investimentos da PDVSA divulgado em 2007 previa a produção de 6 milhões de barris por dia este ano, mas entrega menos da metade. A exploração de petróleo caiu de 3,2 milhões de barris diários (em 1998) para 2,4 milhões (em 2012). Cháves porém, foi beneficiado, pelo aumento do preço do produto e usou a fortuna para financiar programas assistencialistas e comprar aliados na América Latina.

Foto: Arquivo

Sem o carisma de Chávez, Maduro tenta equilibrar-se diante da revolta popular: não tão forte, ainda, que o ameace seriamente, mas suficiente para inquietar

O presidente Nicolás Maduro deu continuidade às 'misiones', como são conhecidos os programas assistencialistas. O desafio será mantê-los e ainda investir na petrolífera e aumentar a produção.

Entre o final de 2009 e início de 2010, a Venezuela sofreu uma crise no setor elétrico, agravada pela estiagem que reduziu drasticamente os níveis dos rios que alimentam as hidrelétricas. Preocupado em ajudar financeiramente os aliados latino-americanos, o governo Chávez deixou de investir em novas usinas. E as companhias do setor elétrico, sob a praga da gestão chavista, tiveram queda na produção por falta de manutenção, corrupção e aumento escandaloso do número de funcionários. A crise foi tão grave que paralisou vários setores da economia e obrigou o governo a declarar estado de emergência no país.

Para contornar a situação, Chávez propôs o "banho socialista" de três minutos, pediu para os venezuelanos usarem lanternas para ir ao banheiro no meio da madrugada e exortou as grandes empresas a gerar sua própria eletricidade. Em 2012, Chávez reconheceu que a Venezuela ainda sofria com problemas elétricos, mas disse que, se não tivesse chegado ao poder em 1999, o país se iluminaria com lanternas e cozinharia com lenha.

Boa parte dos recursos do petróleo venezuelano foi usada por Chávez para comprar aliados na região e ampliar o alcance de sua 'revolução bolivariana'. O maior beneficiário é Cuba, cuja mesada vinda dos cofres venezuelanos equivale a 22% do PIB - a ilha foi o destino do coronel ao longo de todo o tratamento contra o câncer e a oposição venezuelana denuncia a interferência dos irmãos Castro na política do país. Chávez também abasteceu o caixa de campanha de candidatos presidenciais populistas na América Latina e Central, como Cristina Kirchner, na Argentina, Evo Morales, na Bolívia, e Daniel Ortega, na Nicarágua.

Durante a era Chávez, o endividamento do governo subiu de 37% para 51% do PIB. A dívida pública externa oficial está em 107 bilhões de dólares, sem contar a dívida da PDVSA com fornecedores e sócios e os débitos do governo com empresas expropriadas. No total, a conta deve chegar a 140 bilhões de dólares, um grande desafio para o novo presidente.

15 de fev. de 2014

REVISTA VEJA:
Os black blocs têm agora uma morte sobre os ombros

BRASIL - Violência
REVISTA VEJA:
Os black blocs têm agora uma morte sobre os ombros
Reportagem de VEJA desta semana mostra que a máscara “libertária” do grupo caiu e revela o rosto soturno de um bando que, ao aliar inconsequência à violência e o uso de armas letais, equipara-se a terroristas

Foto: (Montagem sobre fotos: Armando Paiva/Fotoarena Christophe Simon/AFP)

SININHO: Boa de organizar passeatas e arrecadar dinheiro, ela estuda cinema, está desempregada e rompida com os pais, militantes do PT

Postado por Toinho de Passira
Texto de Cecília Ritto
Fonte: Veja

Eles não vieram com flores nas mãos. Os primeiros black blocs a surgir nas ruas brasileiras já chegaram de máscara e marreta em punho. Quebraram lojas, incendiaram ônibus e invadiram prédios públicos em badernas no Rio, em São Paulo e em outras 22 capitais. Mesmo assim, receberam olhares benevolentes de políticos (“Vários movimentos têm vários métodos distintos. Eu não sou juiz para ficar avaliando os métodos em si”, disse o deputado Marcelo Freixo, do PSOL) e francamente deslumbrados de alguns artistas (“Emma é linda. O anarquismo é lindo”, escreveu Caetano Veloso a propósito de uma black bloc, pouco antes de posar fantasiado de mascarado).

Um professor da Fundação Getulio Vargas, de São Paulo, chegou a escrever que os black blocs “usavam a estratégia da violência” porque eram “vítimas da violência cotidiana praticada pelo Estado”.

A polícia e as leis brasileiras fizeram a sua parte para piorar a situação. Nove meses após o início da baderna e dezenas de arruaças depois, há apenas um black bloc preso no Rio. Em São Paulo, nenhum. Na semana passada, a leniência e a impunidade cobraram seu preço: o cinegrafista Santiago Andrade, de 49 anos, morreu em consequência de um rojão que, disparado por um mascarado, o atingiu em cheio quando trabalhava. Com a tragédia, a máscara “libertária” dos black blocs caiu para revelar o rosto soturno de um grupo que, ao aliar inconsequência a violência e uso de armas letais, se equipara a terroristas.

Fotos: Rudy Trindade/Frame/Folhapress e Pablo Jacob/Ag. O Globo

A TRANSFORMAÇÃO: Caio Souza, tímido e contrito ao ser preso na semana passada e batendo boca com seguranças em manifestação no Rio: segundo ele, black blocs ganham dinheiro e “quentinhas” de patrocinadores. Quem são, ele não diz

Três personagens foram fundamentais para revelar a face mais sinistra dos black blocs: Fábio Raposo, o Fox, que carregou o rojão que atingiu o cinegrafista; Caio Silva de Souza, o Dik, que levou o artefato até perto da vítima; e Elisa Quadros, a Sininho, “militante ativista” (a definição é dela) que surgiu do nada para oferecer “assessoria jurídica” aos dois acusados e não parou mais de aparecer. Raposo e Souza, que se entregaram e estão presos, são peões do movimento, integrantes da tropa de choque do que­bra-quebra.

Já Sininho, 28 anos, estudante de cinema (já há seis anos) e atualmente desempregada, é da elite que decide e dá ordens. Sininho faz a ponte entre os black blocs e a parcela da classe política que nutre simpatia pelo grupo. Dela, constam, por exemplo, os vereadores Renato Cinco e Jefferson Moura, ambos do PSOL. Eles aparecem numa planilha que circulou em grupos fechados na internet, revelada pelo site de VEJA, com os nomes de pessoas que, a pedido de Sininho, patrocinaram um “evento cultural” que ela ajudou a organizar em dezembro passado. “Eles deram dinheiro, sim, e não foi nenhum segredo. Doa­ram como civis, e não políticos”, postou ela em janeiro, reagindo às críticas de integrantes do grupo cuja alegada inspiração anarquista não permite engajamentos partidários.

Foto:Paulo Campos/Futura Press

Marcelo Freixo, do PSOL, falando sobre os black blocs, antes e depois da morte do cinegrafista Santiago

Sininho diz que não gosta de políticos e políticos dizem que não apoiam a violência dos black blocs, mas as duas partes parecem se dar muito bem. A Câmara de Vereadores é um ambiente familiar para Sininho. Quando começou a minguar o movimento Ocupa Cabral, em que manifestantes permaneceram dois meses acampados diante da casa do governador do Rio, ela sugeriu a ocupação das escadarias da Câmara. Ficou lá por 52 dias.

Gaúcha, filha de petistas com quem não se dá (“Continuam no PT, pois devem acreditar que tem esperança, mas eu não tenho nada a ver com a decisão deles”), até o meio do ano passado fazia trabalhos esporádicos em uma produtora de vídeos. Vivia com quatro colegas em um apartamento com poucos móveis e paredes cobertas de discos de vinil, recebia amigos para festinhas (animadas a MPB, cerveja e baseados) e passeava na cidade com uma bicicleta modelo retrô.

Em junho, depois da primeira passeata, não saiu mais da rua e foi subindo na hierarquia dos “militantes ativistas”. Com tempo de sobra, esteve na linha de frente de quase todos os protestos. Ficou famosa — e mais ainda depois de ter sido detida por três dias (na investigação que se seguiu, livr­ou-se do grampo certo com um expediente simples: deu à polícia um número falso de telefone).

Fotos: Roberto Castro e Ag. O Globo

A PRIMEIRA VÍTIMA: O rojão disparado pelos black blocs atingiu em cheio a cabeça do cinegrafista Santiago Andrade

Sininho posta vídeos com frequência, às vezes com o ex-namorado, conhecido como Game Over. Articulada, gosta de mandar — em passeatas, é vista apontando a direção a ser tomada pelos mascarados — e de alardear amizade com quem julga poderoso, como o deputado Marcelo Freixo, do PSOL. Freixo minimiza os laços. Afirma ter se encontrado com Elisa apenas duas vezes, na condição de presidente da Comissão de Direitos Humanos, por iniciativa dela. Mas comentários nas redes sociais não deixam dúvida: black blocs e PSOL são mais do que bons amigos. É a uma ONG presidida por um alto funcionário do gabinete de Freixo, Thiago de Souza Melo, que Elisa e outros apelam quando alguém vai preso ou sofre ameaça. A organização é composta de advogados que ficam a postos, nas ruas e em delegacias, para ajudar manifestantes detidos em confrontos de rua. Em São Paulo, quem faz esse papel são os advogados da CSP-Conlutas, entidade sindical ligada ao PSTU.

Integrantes dos dois partidos costumam estar presentes em assembleias do bando, geralmente sob ataque de black blocs de inclinação purista, contrários à aliança com políticos. Freixo foi justamente o nome que Elisa brandiu quando contatou o advogado Jonas Tadeu Nunes para oferecer assessoria jurídica a Raposo, que se apresentou à polícia dois dias depois de Andrade ser atingido por um rojão.

Foto: Ag. O Globo

O CÚMPLICE: Raposo foi o primeiro a ser preso, levado pelo advogado Nunes (de azul): o vídeo mostra que ele deu a Caio o explosivo que matou Andrade

O advogado foi o primeiro a falar sobre o pagamento para promover quebra-quebras que os baderneiros receberiam de grupos, que ele não identificou. Coisa de “150, 200 reais”. Caio Souza confirmou, tanto a Nunes quanto à polícia, ter recebido propostas nesse sentido. Mais: diz ter visto a distribuição de quentinhas aos acampados na Câmara e de pedras e outros “apetrechos” aos mascarados na rua.

O advogado Nunes — que diz não receber nenhum tostão dos dois clientes, aos quais teria sido levado por um estagiário amigo de Raposo — tergiversa quando é arguido sobre detalhes. Afirmou que, na manifestação, a turma da baderna recebe munição de “Kombis cheias de rojões, cheias de máscaras”. E quem financia tudo isso? Políticos? Algum partido? “Não sei. A polícia tem de investigar”, escorregou Souza.

Fotos: Paulo Campos/Futura Press/Estadão Conteúdo
NÃO É CAUSA, É CRIME: Black blocs se preparam para a ação: “violência simbólica” também mata

​O principal responsável pela morte de Andrade mora com o pai em uma casa simples em Nilópolis, na região metropolitana do Rio. No dia seguinte à manifestação, 6 de janeiro, ele vendeu um celular, pagou o aluguel, pegou a correspondência e sumiu. Nunes conseguiu contatá-lo em um ônibus a caminho da casa dos avós em Ipu, no Ceará, e o convenceu a se entregar. Antes do crime, Souza era porteiro num hospital onde o pai é enfermeiro. Evangélico, fã de skate, descrito como calmo e calado, só mostra os dentes nos protestos de rua, aonde vai movido por convicções pouco claras — como mostra o texto que escreveu (veja o trecho abaixo).

Já Raposo, o fornecedor do rojão, é bem mais conhecido no meio. Carioca, 22 anos, abandonou o curso de contabilidade para ser tatuador e mora sozinho em um apartamento no Méier, Zona Norte carioca (no playground, pichou: “Ódio à polícia! Viva a manifestação!”). Em vídeo, é visto portando o rojão enquanto caminha ao lado de Souza — que, em certo momento, pega o artefato aceso e o coloca no chão, a poucos metros do cinegrafista. Ele diz que mirou na polícia e só queria “fazer barulho”.

Na semana passada, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, encaminhou ao Senado uma proposta de mudança na legislação que, se aprovada, atenderá às reclamações da polícia, que afirma não ter meios legais para manter presos os black blocs flagrados em ação. As principais medidas são: proibir o uso de máscaras em manifestações, como já é lei no Rio e em Pernambuco, e vetar o porte de objetos que possam ser usados para ferir, como rojões ou canivetes. Quem for pego desrespeitando essas regras será levado à delegacia. Os reincidentes teriam de pagar multa e ficariam banidos de eventos públicos por no mínimo 120 dias.
A medida é bem-vista por especialistas. Afirma o coronel reformado da Polícia Militar José Vicente da Silva: “A proposta facilita a punição. E é melhor ter uma pena branda mas de efeito imediato do que uma duríssima que nunca será posta em prática”. Para o cinegrafista morto e sua família, no entanto, as medidas chegam tarde demais. Que a tragédia sirva para lembrar que os black blocs não são uma causa a ser defendida, mas um bando a ser combatido. E que a violência que praticam não tem nada de “simbólica”.


Com reportagem de Alexandre Aragão, Alvaro Leme, Bela Megale, Cintia Thomaz e Helena Borges

14 de fev. de 2014

Ministro do STF, Gilmar Mendes, diz suspeitar de lavagem de dinheiro na ‘vaquinha’ dos mensaleiros petistas, para pagar multas condenatórias

BRASIL - Mensalão
Ministro do STF, Gilmar Mendes, diz suspeitar de lavagem de dinheiro na ‘vaquinha’ dos mensaleiros petistas, para pagar multas condenatórias
Ministro do STF sugere que Delúbio faça ‘vaquinha’ para repor dinheiro desviado no mensalão. Gilmar Mendes criticou o sistema de arrecadação dos mensaleiros e disse que a falta de transparência 'sabota' o cumprimento das penas, Estranhou que os sites de arrecadação petista estejam hospedados no exterior, possivelmente para dificultar qualquer investigação e pede que o Ministério Público apure a ação suspeita

Foto: : Nelson Jr./SCO/STF

Gilmar Mendes, alertando o Ministério Público sobre o dinheiro arreacadado por Delúbio. Dirceu e comparsas em sites hospedados no exterior.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Veja, Blog do Camarotti

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes voltou a criticar o sistema de arrecadação adotado por petistas condenados do mensalão para o pagamento das multas impostas pela Corte e sugeriu, em carta aberta endereçada ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares promova uma “vaquinha” para repor os recursos desviados pelos mensaleiros. De acordo com o Ministério Público, pelo menos 173 milhões de reais foram movimentados na trama criminosa.

Para pagar cerca de 2,1 milhões de reais em multas, os petistas José Genoino, Delúbio Soares e José Dirceu promoveram campanhas virtuais de arrecadação. Um dia antes do prazo final para a quitação da dívida, Delúbio recebeu 600.000 reais. A facilidade na arrecadação e a origem das altas quantias amealhadas estão sendo investigadas pelo Ministério Público.

“Quem sabe o ex-tesoureiro Delúbio Soares, com a competência arrecadatória que demonstrou – 600.000,00 reais em um único dia, verdadeiro e inédito prodígio! - , possa emprestar tal expertise à recuperação de pelo menos parte dos 100 milhões de reais subtraídos dos cofres públicos”, sugeriu, ironizando, o ministro.

Na avaliação do magistrado, as “vaquinhas” feitas pelos mensaleiros, por não revelarem os doadores dos recursos, “ridicularizam” e “sabotam” o cumprimento das penas definidas no julgamento do mensalão. Dirceu, Delúbio e Genoino foram condenados por corrupção ativa e formação de quadrilha. Os três cumprem pena em Brasília e recorrem, por meio de embargos infringentes, do crime de formação de quadrilha.

“A falta de transparência na arrecadação desses valores torna ainda questionável procedimento que, mediando o pagamento de multa punitiva fixada em sentença de processo criminal, em última análise sabota e ridiculariza o cumprimento da pena, fazendo aumentar a sensação de impunidade que tanto prejudica a paz social no país”, disse o ministro Gilmar Mendes. Para ele, “urge tornar públicos todos os dados relativos às doações que favoreceram próceres condenados pela Justiça brasileira, para serem submetidos a escrutínio da Receita Federal e do Ministério Público”.

No início do mês, o ministro já havia defendido que o Ministério Público investigasse como foi feita a arrecadação das multas pagas pelo mensaleiros sob a alegação de que o rápido levantamento dos valores pode indicar lavagem de dinheiro. Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ministérios públicos estaduais estão apurando eventuais irregularidades nas “vaquinhas”.

“Eu acho que está tudo muito esquisito. [Houve] Coleta de dinheiro, com grandes facilidades. Agora, essa dinheirama, será que esse dinheiro que está voltando é de fato de militantes? Ou estão distribuindo dinheiro para fazer esse tipo de doação? Será que não há um processo de lavagem de dinheiro aqui?”, questionou o ministro anteriormente.

“O Ministério Público tem que olhar isso. Imaginem os senhores, com organizações sindicais, associações, distribuindo dinheiro por CPF”, completou Mendes. “Essa gente, eles não são criminosos políticos, não é gente que lutava por um ideal e que está sendo condenado por isso. São políticos presos por corrupção. É disso que estamos falando. Então, há algo de estranho nisso”.

Depois de conseguir arrecadar mais de 1 milhão de reais por meio de uma campanha de militantes do PT na internet, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, condenado no julgamento do mensalão, depositou na última sexta-feira 466.888,90 reais em juízo. O restante deve ser direcionado ao pagamento das multas do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP).

Na “vaquinha” feita pela internet, Delúbio recebeu 1,013 milhão de reais – 600.000 reais foram depositados na véspera do prazo final de pagamento. No caso de José Genoino, foram arrecadados cerca de 700.000 reais, mais do que os 667.500 reais exigidos pela Justiça. “Arrecadar 600 mil num dia é algo que precisa ser refletido. A sociedade precisa discutir isso”, afirmou o ministro.

Mendes escreveu na correspondência endereçada ao senador que atem certeza que Suplicy “liderará o ressarcimento ao erário público das vultosas cifras desviadas”. Ele, no entanto, reclama que os organizadores das campanhas dos petistas condenados na ação penal usaram sites hospedados no exterior para dificultar a fiscalização por parte das autoridades brasileiras.

12 de fev. de 2014

Terrorismo: a morte do cinegrafista, de Merval Pereira, para O Globoo

BRASIL - Opinião
Terrorismo: a morte do cinegrafista
Todos os que participam de ações terroristas estão assumindo o risco de um assassinato, que afinal aconteceu. Manifestações contra ou a favor de alguém ou alguma coisa são próprias da democracia, mas dentro da lei e da ordem. Do jeito que estão sendo feitas desde junho, uma escalada de violência, não é aceitável de maneira alguma.

Foto: Reprodução

ÓBITO - O cinegrafista Santiago Andrade, da BAND, sendo socorrido, com afundamento do crânio, depois ter sido atingido nessa quinta-feira (6) por um rojão

Postado por Toinho de Passira
Texto de Merval Pereira
Fonte: Blog do Merval Pereira

A violência chegou ao limite do suportável em uma sociedade democrática nessas manifestações utilizadas pelos black-blocs como pretexto para suas atuações terroristas. O desprezo pela vida humana está implícito na atitude irresponsável de atirar um rojão em direção a adversários, pois qualquer pessoa normal sabe que não é possível soltar um artefato com esse teor de destruição em uma manifestação pública sem correr o risco de matar alguém, como aconteceu no caso trágico do cinegrafista da TV Bandeirante Santiago Andrade.

Todo manifestante que participa dessas passeatas com a intenção de direcionar um artefato desses – um sinalizador, um rojão – contra alguém, seja policial, seja um jornalista, é um assassino em potencial, a atitude pode ser considerada um ato de terrorismo. É preciso que a sociedade entenda isso perfeitamente: os black-blocs, que têm na violência a maneira de se manifestar contra as instituições ou as grandes corporações capitalistas, assumem o risco de ferir gravemente ou até mesmo de matar, uma atitude inaceitável em uma democracia, onde quem tem o direito ao uso da força é apenas a polícia.

Com muito treinamento e com armas que, pelo menos na teoria, não provoquem danos como os causados pelo rojão. A sociedade exige, além do mais, que a Polícia não exorbite desse poder de uso da força que lhe é concedido e está sempre atenta a denunciar quando isso acontece. Sempre que a polícia age fora dos padrões exigidos em uma democracia, a imprensa é a primeira a denunciar os desvios e a cobrar punições.

Todos os que participam de ações terroristas estão assumindo o risco de um assassinato, que afinal aconteceu. Manifestações contra ou a favor de alguém ou alguma coisa são próprias da democracia, mas dentro da lei e da ordem. Do jeito que estão sendo feitas desde junho, com uma escalada de violência, não é aceitável de maneira alguma.

A atuação da imprensa vem sendo constrangida desde o início das manifestações por esses terroristas, que atacam indiscriminadamente os membros do que denominam de “mídia tradicional”. A tal ponto que jornalistas já não podem sair para trabalhar com suas identificações, pois se tornam alvos de ações terroristas.

A situação chegou a tal ponto que o fotógrafo do Globo que flagrou toda a cena do atentado que culminou na morte do cinegrafista não quis ser identificado como autor das fotos que possibilitaram a identificação dos criminosos. O mesmo aconteceu com o cinegrafista da TV Brasil que filmou a cena.

Em qualquer lugar do mundo, correspondentes de guerra usam coletes com identificação de que são jornalistas para serem respeitados pelas partes em disputa, sob a proteção da ONU. Nas manifestações no Brasil desde junho, identificar-se como jornalista, de qualquer empresa, é um risco, não uma proteção. Com o agravante de que não estamos em guerra.

Não importa se desta vez a intenção não era acertar o cinegrafista, mas os policiais que estavam mais adiante. A ação terrorista foi consumada, e suas conseqüências têm que ser punidas rigorosamente. O caráter terrorista da ação dos black-blocs contra a imprensa é revelado pela ameaça feita em frente à delegacia onde estava o primeiro culpado preso, Tiago Raposo, que aliás já havia sido detido em outras ocasiões por distúrbios em passeatas do gênero.

Um de seus companheiros de vandalismo estava lá tentando criar um clima contra a prisão quando se virou para outro cinegrafista, por sinal da mesma TV Bandeirantes, e ameaçou: “O próximo vai ser você”. O cinegrafista reagiu à ameaça e acabaram os dois se atracando, com o black-bloc levando um corte na testa.

Pelo relato do acontecido vê-se que o ambiente político está totalmente desequilibrado, graças a setores da sociedade e partidos políticos que avalizam as agressões dos black-blocs como manifestações legítimas, quando elas são a negação da democracia.
*Alteramos o título, acrescentamos subtítulo, foto e legenda à publicação original

10 de fev. de 2014

Para Cuba, com amor: a médica cubana que escancarou e desmascarou as mazelas do programa "Mais Médico", de Mary Zaidan, para o Blog do Noblat

BRASIL - CUBA
Para Cuba, com amor: a médica cubana que escancarou e desmascarou as mazelas do programa "Mais Médico"
Embora o governo Dilma afirme que só decidiu importar cubanos porque não conseguiu preencher as vagas do Mais Médicos com brasileiros e outros estrangeiros, Ramona foi treinada há dois anos para vir para o Brasil. Fez parte de uma farsa.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasi

Ramona Matos Rodrigues, médica cubana que abandonou o Programa Mais Médicos.

Postado por Toinho de Passira
Texto de Mary Zaidan
Fonte: Blog do Noblat

Ramona Rodriguez. A cubana que fugiu do Mais Médicos de Pacajá, no Pará, criou um enrosco sem tamanho para o governo Dilma Rousseff. Reacendeu críticas ao extravagante contrato em que os irmãos Castro se apropriam do grosso dos salários dos médicos exportados e deu xeque-mate à legalidade do programa, carro-chefe da campanha do ex-ministro Alexandre Padilha ao governo do Estado de São Paulo.

Contas publicadas pelo jornal O Globo revelam que o Mais Médicos reforçará os cofres da ilha em R$ 713 milhões ao ano, 77% do valor destinado ao programa junto a Cuba. Só 23% ficam com os profissionais importados.

Criou ainda uma encrenca jurídica.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apressou-se em dizer que Ramona poderá perder o visto de permanência no país e a licença para atuar como médica no Brasil. A tese é frágil. Ancora-se na medida provisória que sustenta o programa, que pouco vale se confrontada à Constituição. Aliás, se o Brasil conferir a Ramona um improvável asilo, ela pode passar no Revalida e exercer a profissão como qualquer médico estrangeiro.

Para o governo, ficar com Ramona é um problema. Incitaria novas dissidências. Embarcá-la de volta pode ser ainda pior. Até porque, sabe-se, a ditadura cubana não a pouparia de retaliações, que acabariam reveladas pela mídia. Não à toa, ela teme por seus familiares, em especial pela filha, também médica.

É tão verdade que mesmo no Brasil Ramona já é vítima de detratores. Ela foi acusada de bêbada e devassa pelo deputado José Geraldo (PT-PA), que inscreveu nos anais da Câmara trechos indizíveis da carta repugnante do presidente do Conselho Municipal de Saúde de Pacajá, Valdir Pereira da Silva. De nível tão baixo que o PT deveria se envergonhar e pedir solenes desculpas.

Para completar, blogs engajados divulgaram a versão de que Ramona só queria mesmo encontrar o namorado, em Miami, e que tudo não passou de uma farsa instruída pelo líder dos Democratas, Ronaldo Caiado (GO).

A previsão é de que o Brasil receba mais de sete mil médicos cubanos. Hoje, 5.378 já estão operando a um custo de R$ 925,86 milhões por ano, isso sem computar transporte e moradia. Repita-se: mais de três quartos disso fica com o governo de Cuba.

Embora o governo Dilma afirme que só decidiu importar cubanos porque não conseguiu preencher as vagas do Mais Médicos com brasileiros e outros estrangeiros, Ramona foi treinada há dois anos para vir para o Brasil. Fez parte de uma farsa.

E faz parte de uma massa que sustenta, com o seu trabalho, a ditadura que ela já demonstrou que não quer. Mas que o governo do PT apoia. Com unhas, dentes e dinheiro. Muito dinheiro.
Mary Zaidan é jornalista. Trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas. Atualmente trabalha na agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa'.
*Alteramos o título, acrescentamos subtítulo, foto e legenda à publicação original

8 de fev. de 2014

Procurador-Geral recomenda 22 anos de prisão para tucano Eduardo Azeredo, chefe do mensalão mineiro

BRASIL - Mensalão Tucano
Procurador-Geral recomenda 22 anos de prisão para tucano Eduardo Azeredo, chefe do mensalão mineiro
O procurador-geral da República enviou ao STF nesta sexta-feira (7) as alegações finais do processo do valerioduto tucano, também conhecido como mensalão mineiro. O documento tem 84 páginas. O escândalo tucano aconteceu antes do mensalão petista e teve como um dos protagonistas o publicitário Marcos Valério, já condenado pelo mensalão do PT a 40 anos, quatro meses e seis dias de prisão por formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Foto: Agencia Câmara

PROFESSOR - Deputado Eduardo Azeredo, o tucano que deu aulas de corrupção ao PT

Postado por Toinho de Passira
Fontes: O Globo, Blog do Camarotti

A jornalista Carolina Brígido, do O Globo, reporta que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) as alegações finais no processo do mensalão tucano, recomendando a condenação do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) a 22 anos de prisão por peculato e lavagem de dinheiro. Janot também pede que o deputado do PSDB pague multa de R$ 404.950, um valor ainda sujeito à correção monetária. A expectativa é que o caso seja julgado no plenário do STF ainda neste semestre.

Segundo o processo, foram desviados recursos públicos para financiar a campanha pela reeleição de Azeredo ao governo de Minas, em 1998. Embora o réu negue que tenha participado das finanças de sua campanha, para Janot, o tucano foi o regente do esquema. Nas alegações finais, o procurador escreveu: “Os fatos não teriam como ser praticados na forma em que provados se não tivessem a participação essencial e decisiva, como verdadeiro coordenador e maestro, ditando as linhas de condutas, de Eduardo Azeredo. Não se trata de presunções, mas de compreensão dos fatos segundo a realidade das coisas e a prova dos autos”.

Janot cita até a teoria do domínio do fato, utilizado no processo do mensalão petista, para reforçar a acusação: “Eduardo Azeredo tinha pleno conhecimento de tudo que se passava na área financeira de sua campanha à reeleição”.

Em nota, Azeredo reafirma que o mensalão mineiro não existiu. “Azeredo reitera sua inocência com relação às acusações e espera que as questões sejam esclarecidas o quanto antes. Reforça que não houve mensalão, ou pagamento a parlamentares, em Minas Gerais e que as questões financeiras da campanha de 1998, alvo da ação penal que tramita no STF, não eram de sua responsabilidade”, diz o texto.

Na nota, o tucano “manifesta sua confiança no Supremo Tribunal Federal, que decidirá ouvindo também as alegações da defesa”. O deputado também afirma que há contradição entre as conclusões da Procuradoria Geral da República e as provas do processo.

À noite, numa segunda nota, Azeredo protestou pelo fato de Janot ter utilizado em seu parecer documentos que ele diz serem falsos. Ele reafirma, ainda, que a aquisição de cotas de patrocínio por estatais mineiras, também questionada, não é da alçada de um governador de estado, e que não houve determinação sua para que ocorresse.

Segundo as investigações, o esquema funcionava de forma muito semelhante ao mensalão do PT, que desviou mais de R$ 100 milhões dos cofres públicos para comprar apoio político no Congresso, durante o governo Lula. O mensalão mineiro foi uma espécie de ensaio geral do mensalão do PT, mas em proporções menores: os desvios foram de R$ 3,5 milhões em valores da época (R$ 9,3 milhões em cifras atualizadas).

APARTIDÁRIO - marcos Valério tanto operador do mensalão petista, quanto do mensalão tucano, um corrupto sem preconceitos
O operador do esquema também era Marcos Valério, que aparece novamente com os sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz. “A prática dos crimes descritos na denúncia só foi possível com a utilização do esquema criminoso montado por Marcos Valério Fernandes de Souza, mais tarde reproduzido, com algumas diferenças, no caso conhecido como ‘mensalão’, julgado na Ação Penal 470”, disse Janot.

No mensalão mineiro, a SMP&B, de Valério, tomou dinheiro emprestado no Banco Rural — como no mensalão petista — e o repassou para a campanha de Azeredo. Para saldar a dívida no banco, três estatais — a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), a Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) e o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) — deram dinheiro à empresa de Valério.

Oficialmente, a SMP&B era a intermediária do patrocínio do governo a três eventos de motocross. Os eventos aconteceram, mas, segundo o processo, custaram R$ 98,9 mil. “As verbas desse suposto patrocínio estatal, efetivamente, não foram aplicadas nos eventos esportivos, em razão de terem outro destino já previamente ajustado: após a devida ‘lavagem’, seriam (e foram) utilizados na campanha de reeleição de Azeredo”, escreveu Janot.

Uma das provas elencadas pelo MP é o fato de que Azeredo foi avalista de um empréstimo contraído pela SMP&B junto ao Banco Rural (igualzinho o que fez José Genoino, na condição de presidente do PT). Janot também anotou que, entre julho de 2000 e maio de 2004, Azeredo conversou com Valério ao telefone 57 vezes.

Segundo o colunista Gerson Camarotti, a cúpula tucana foi surpreendida com a sugestão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de uma pena de 22 anos de prisão para o deputado Eduardo Azerado (PSDB-MG).

Segundo ele, os tucanos não esperavam que a sugestão de pena fosse tão pesada. Integrantes do PSDB temem o reflexo desse julgamento num ano de eleição presidencial. Um dirigente do PSDB reconheceu, de forma reservada que a análise do caso pode esvaziar parte do discurso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), pois equilibra o jogo em relação ao escândalo do mensalão dos petistas.

Esperamos e torcemos que os ministros do supremo tenham a mesma mão de ferro com o corrupto tucano. Lugar de político corrupto é na cadeia, execrada pela história e esquecido pelo povo.

6 de fev. de 2014

Boa Notícia: Henrique Pizzolato está no xilindró na Itália, mas...

BRASIL - Mensalão
Boa Notícia:
Henrique Pizzolato está no xilindró na Itália, mas...
O mensaleiro que abastecia o esquema de corrupção atráves do Banco do Brasil foi preso no interior da Itália. Considerado culpado pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão, estava foragido. A má notícia é que apesar do Ministério da Justiça afirmar que irá pedir sua extradição para o Brasil, ele, que tem dupla nacionalidade, dificilmente sera entregue a justiça brasileira. Poderá cumprir pena na Itália, ou simplesmente ficar por lá, desfrutando de boa vida, impune para sempre

Foto:

O passaporte falso apreendido com Pizzolato, em nome do seu irmão,
Celso Pizzolato, morto há 36 anos

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Estadão, Gazzetta di Modena, G1, Modena Today, ANSA, BBC Brasil, O Globo

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato, 61 anos, preso na quarta-feira (5), na Itália, vai responder diante da justiça italiano, pelo uso de documentos falsos. Diversos documentos falsificados, além do passaporte, foram encontrados com Pizzolato no momento da prisão.

Pizzolato era o único foragido dos 25 condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão. Ele foi preso na manhã de quarta-feira em Maranello, na província de Modena, norte da Itália, em cumprimento a um mandado de prisão internacional, expedido pela Interpol, conhecido como difusão vermelha , a pedido das autoridades brasileiras.

Pizzolato foi preso em uma vila de casas em Pozza, bairro de Maranello, comuna a 320 km de Roma, conhecida por abrigar a fábrica de carros esportivos da Ferrari.

O foragido estava na companhia da mulher, Andrea Haas, que está sendo investigada pela Polícia Federal brasileira, suspeita de ter sido cumplice do plano de fuga do marido condenado. Ela o acompanhou em toda a fuga e comprou a passagem de avião que levou Pizzolato da Argentina a Barcelona. Ela estava com o marido nesta quarta, quando ele foi capturado na casa do sobrinho Fernando Grando, que é engenheiro da Ferrari.

Grando trabalha na empresa há nove anos e desenvolve motores para os carros da Fórmula 1. Outros parentes de Pizzolato também foram investigados pela PF durante as buscas por seu paradeiro.

Segundo deduziu Stefano Savo, comandante provincial da polícia de Modena, a decisão de se esconder na Itália foi bem planejada: o ex-diretor e a mulher tinham consigo 14 mil euros (R$ 45,4 mil), uma grande quantidade de comida e vários documentos emitidos por diferentes Estados e entidades internacionais. Entre eles diversos documentos de identidade (RG) emitidos em diferentes regiões da Itália. Ele usava um sobrenome similar ao original. Também foram achados documentos de identidade brasileiros e italianos já vencidos e um documento falsificado espanhol, feito antes de sua condenação no processo do mensalão.

Segundo a polícia local, que já monitorava Pizzolato, inicialmente ele negou ser quem era, mas depois confirmou a identidade ao perceber que havia sido reconhecido. O ex-diretor do BB foi levado para a prisão de Sant'Anna de Modena, acomodado numa cela com outros detentos.

De acordo com o chefe policial Savo, Pizzolato já tem um advogado que o representa em Modena.

PRISÃO

Os "carabinieri" (polícia italiana) seguiram a pista da localização de Pizzolato durante dois dias. Segundo as investigações, ele não trabalhava nem saía de casa.

Por volta das 11h (8h no horário de Brasília) de quarta-feira, um grupo formado por 10 policiais entrou no apartamento do ex-diretor, situado no andar térreo de um prédio no centro de Maranello.

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil chegou a negar sua verdadeira identidade ao ser abordado pelos policiais, informou a polícia italiana de Modena, mas consciente que havia sido reconhecio e não havia como escapar admitiu ser ele mesmo. Os policiais encontraram com ele um passaporte falso, em nome de Celso Pizzolato, irmão mais velho de Henrique, morto em um acidente de carro em 1978.

Com 570 pessoas, atualmente a prisão de Sant'Anna de Modena enfrenta superlotação. Sua capacidade total é de 450 pessoas.

Considerado culpado pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro, o antigo dirigente do Banco do Brasil foi condenado pelos ministros do Supremo a 12 anos e 7 meses de prisão.


Procurado pela Interpol

FUGA PELA ARGENTINA

A Polícia Federal afirmou nesta quarta-feira (5) que Pizzolato fugiu do país pela fronteira com a Argentina dois meses antes de decretada sua prisão, em 15 de novembro de 2013.

Ele saiu de carro da cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, e ingressou no território argentino provavelmente no dia 12 de setembro. Depois, percorreu 1,3 mil quilômetros até Buenos Aires, capital argentina.

As investigações da Polícia Federal demonstraram que o ex-diretor de marketing do BB embarcou para Barcelona, na Espanha, em um voo da Aerolíneas Argentinas. Da cidade espanhola, informaram os policiais federais, ele seguiu para a Itália.

Há informações que esse trecho da viagem foi feito por via terrestre e que um carro havia sido comprado na Itália, pela mulher de Pizzolato, para empreender a viagem. Foi esse veículo, localizado em Maranello que denunciou o esconderijo do foragido.

A Polícia Federal desvendou a rota da fuga porque no Aeroporto de Buenos Aires, para embarcar para o exterior, todo passageiro estrangeiro precisa tirar uma foto e deixar a digital registrada. Há dois dias, os investigadores descobriram que uma pessoa chamada Celso Pizzolato tinha ido para a Europa. Mas a digital e a foto que ficaram no arquivo eram de Henrique Pizzolato.

A Polícia Federal descobriu que Henrique Pizzolato tirou carteira de identidade, título de eleitor e CPF em nome do irmão em 2007, em Santa Catarina. Em 2008, ele usou esses documentos para tirar um passaporte brasileiro, se passando pelo irmão morto.

A DIFICIL EXTRADIÇÃO

O fato de Pizzolato possuir a cidadania italiana é o principal fator que dificulta uma eventual extradição, segundo Carlos Eduardo Siqueira Abrão, da Comissão de Direito do Refugiado, do Asilado e da Proteção Internacional da OAB-SP.

"O Brasil, por exemplo, tem uma legislação que proíbe a extradição de brasileiro nato. A Itália tem um dispositivo legal semelhante. Acho impossível que o Brasil consiga algum êxito (se pedir a extradição do condenado). A menos que seja comprovado que a nacionalidade dele é fraudulenta", afirmou Abrão.

O tratado de extradição firmado por Brasil e Itália diz que a extradição de pessoas de nacionalidade italiana é uma decisão facultativa a Roma.

Outro fator que também pode dificultar a extradição é o princípio da reciprocidade na diplomacia. Ou seja, ao decidir não extraditar em 2011 para a Itália o então prisioneiro Cesare Battisti, acusado pela Itália por quatro homicídios – em uma decisão política do Executivo –, o Brasil teria agora tratamento semelhante.


Pizzolato depondo na CPI do mensalão

OS DOSSIES DE PIZZOLATO

Henrique Pizzolato foi, muitas vezes, um petista com atuação no bastidor, apadrinhado pelos colegas que viviam sob os holofotes. A posição de coadjuvante foi mantida diante de uma fracassada campanha ao governo do Paraná em 1990, quando obteve menos de 5% dos votos. Foi diretor da Previ, bilionário fundo de previdência do Banco do Brasil, mas foi com escândalos em sua diretoria no banco e o mensalão que seu nome passou a ganhar destaque na imprensa.

Atrás das grades, depois de dois meses e meio foragido, Pizzolato, apega-se a um dossiê que, segundo amigos, poderia respingar em alguns políticos. Ninguém revela quem, mas ao que parece seria gente graudíssima, do Partido dos Trabalhadores.

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Pizzolato por entender que ele autorizou a liberação de R$ 73 milhões da Visa Net para a DNA Propaganda, de Marcos Valério, sem garantias dos serviços contratados. Ele teria recebido cerca de R$ 300 mil em espécie. Na época, ele comprou um apartamento por aproximadamente R$ 400 mil em Copacabana.

O ex-diretor disse que jamais embolsou o dinheiro e que não chegou a abrir o pacote, entregue no mesmo dia que recebeu a um emissário do PT, onde o recurso estava. Essa operação, dizem amigos de Pizzolatto, teria ocorrido em março de 2004, quando os petistas do Rio preparavam-se para as eleições municipais. Mas o nome do emissário nunca foi revelado.

Funcionário de carreira do Banco do Brasil, Pizzolato chegou à diretoria de marketing da instituição em 2004, após ajudar na arrecadação para campanha presidencial de Lula em 2002. Era ligado ao secretário de Comunicação, o ex-ministro Luiz Gushiken, morto em setembro de 2013 e inocentado pelo Supremo.

Foi na conta de Gushiken e do ex-presidente do BB Cássio Casseb que Pizzolato pôs a culpa pela antecipação de pagamentos feitos pela Visa Net à DNA Propaganda, que teriam abastecido o esquema do mensalão. Embora a nota técnica com a autorização para a antecipação desses pagamentos tenha sua assinatura, ele alegou que consultou Casseb e Gushiken antes de assiná-la.

Em depoimento na CPI dos Correios em dezembro de 2005, Pizzolato disse que foi um “inocente útil” do PT. A verdade é que o ex-diretor nutria uma mágoa pelo partido que ajudou a fundar no Paraná. Sentia-se esquecido pelos companheiros, ofuscado por outras figuras envolvidas no escândalo, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado José Genoino. Ao fim de seu depoimento à CPI, sua mulher, Andréa Haas, irritada, ameaçou:

— O PT vai pagar o que fez com ele.

Andréa não engoliu a falta de apoio ao marido e tentou fazê-lo pedir a desfiliação. Os amigos demoveram Pizzolato da ideia. O sentimento de mágoa é potencializado ao ver que petistas mais conhecidos recebendo doações para pagar suas multas. A que foi imposta por Pizzolato foi a maior entre todos eles: R$ 1,3 milhão (ainda sem correção).

O nome de Pizzolato veio à tona no escândalo do mensalão quando, em junho de 2005, a ex-secretária Fernanda Karina Somaggio o mencionou em depoimento ao Conselho de Ética. Ela disse que o então diretor mantinha um relacionamento estreito com Valério. Desgastado com o mensalão, Pizzolato se antecipou à decisão já tomada pelo governo de substituí-lo e apresentou seu pedido de aposentadoria em julho de 2005.