29 de jul. de 2013

Papa diz que gays, devem estar integrados e não devem ser julgados ou marginalizados pela sociedade

BRASIL – Papa Francisco no Brasil
Papa diz que gays, ao invés de julgados ou marginalizados, devem integrar a sociedade
Repercutiu em todo mundo, a declaração do Papa Francisco, indicativa de respeito e para com os gays, feita durante voo, de regresso a Roma, na volta da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro

Foto: Luca Zennaro/\Pool/Reuters

Papa Francisco : "Se uma pessoa é gay e procura Deus, quem sou eu para julgá-la?".

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Estadão, Veja, The Guardian, The New York Times, Corriere della Sera, Clarin, El Pais, Le Monde

O jornal inglês The Guardian, diz que os jornalista que regressavam à Roma, no mesmo voo do Papa, num jato da Alitalia, não esperavam muito da viagem de volta, embora na ida, o Papa Francisco tenha visitado a classe econômica onde se instalara os correspondentes e conversara rapidamente.

A correspondente do Jornal Nacional, a repórter Ilze Scamparini, uma veterana e cobertura do Vaticano, disse que o assunto em pauta, entre os jornalistas, era de que eles, que haviam coberto a viagem do Papa ao Brasil, estavam aparentemente mais cansados, que o Papa Francisco, nos seus 76 anos, que cumprira com desenvoltura e jovialidade, uma exaustiva agenda.

Então aconteceu o inesperado, o papa Francisco, deixou a primeira classe, onde viajava e visitou, novamente, pouco tempo depois da decolagem, a área reservada aos jornalistas, e concedeu de improviso, sem perguntas prévias, sem barreiras, uma longa entrevista coletiva.

O pontífice conversou com os jornalistas por uma hora e vinte e dois minutos, em pé. Francisco fez um balanço da viagem ao Brasil e surpreendeu ao tocar em temas delicados, como a reforma da Cúria Romana, o lobby gay e a evasão de fiéis. E, claro, falou de suas impressões sobre o Brasil.

"Boa noite. Foi uma bela viagem, mas estou bastante cansado", disse o papa aos jornalistas. "A bondade e o coração do povo brasileiro são muito grandes. Esse povo é tão amável, é uma festa. No sofrimento (o povo) sempre acha um caminho para fazer o bem em alguma parte. É um povo alegre, um povo que sofreu tanto. É corajosa a vida dos brasileiros, eles têm um grande coração."

"A atmosfera era de quase incredulidade", disse John L Allen, um veterano observador do Vaticano para o National Catholic Reporter, que estava a bordo do vôo. "Nós nunca vimos algo parecido em 20 anos de cobertura."

O Papa falou de vários temas, de todos que foram levantados pelos jornalistas, mas a resposta que ele deu quando perguntado pela repórter brasileira, Ilze Scamparini, sobre lobby gay no Vaticano, foi o destaque na imprensa internacional.

Francisco disse: "Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu, por caridade, para julgá-la?”

”O catecismo da Igreja católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados, mas integrados à sociedade". O jornalista registraram também que o Papa usou a palavra "gay" em vez de "homossexual", como preferiam seus antecessores. Um detalhe é que ele agradeceu a jornalista, a pergunta, por ter lhe dado oportunidade de esclarecer seu ponto de vista.

Para o jornal britânico The Guardian, a segunda-feira foi o dia em que o "o papa alcançou o público gay". O jornal americano New York Times, por sua vez, classificou o pronunciamento como "como uma aproximação conciliatória de tirar o fôlego para questões cruciais que dividem os católicos". O periódico também qualificou a conferência como "sem precedentes".

O italiano Corriere Della Sera afirmou que a fala de Francisco foi "uma lição de liberdade que terminou com um aplauso geral de setenta jornalistas de todo o mundo." O Clarín, de Buenos Aires, cidade natal de Jorge Mario Bergoglio, considerou que o papa "abordou quase todas as questões espinhosas que afetam a Igreja". Na visão do jornal espanhol El País, o Papa falou "sem se esquivar dos assuntos mais agudos".

O periódico francês Le Monde interpretou o comportamento transparente de Francisco "como uma tentativa de dar uma outra face à Igreja Católica, se diferenciando de seu antecessor conservador, Bento XVI."

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