8 de jul. de 2013

Base secreta dos EUA, em Brasília, espionava emails, telefones de brasileiros e dados filtrados de satélites

BRASIL – ESTADOS UNIDOS
Base secreta dos EUA, em Brasília, espionava emails, telefones de brasileiros e dados filtrados de satélites
A notícia que o serviço de espionagem americano tinha base no Brasil, especialmente em Brasília, foi obtida por papéis vazados por Edward Snowden, aquele espião americana, que resolveu jogar no ventilador, e que está retido no aeroporto de Moscou. Dilma cobrou explicações de Obama. O governo dos Estados Unidos disse no domingo que não vai responder por via diplomática aos questionamentos feitos pelo Brasil.

Charge: Michael Ramirez - Investors Business Daily (EUA)

Postado por Toinho de Passira
Fontes:   O Globo, Blog de Josias de Souza, O Globo, BBC Brasil , Reuters, Agência Brasil

Os EUA mantiveram em Brasília uma estação de espionagem de dados coletados por satélites de outros países. Funcionou pelo menos até 2002. Abrigava agentes de duas agências: a CIA (Agência Central de Inteligência) e a NSA (Agência de Segurança Nacional). Estava conectada a uma rede de 16 bases de bisbilhotagem de satélites estrangeiros. O Brasil não dispõem de satélites próprios. Mas aluga oito.

As revelações constam de notícia veiculada pelo Globo nesta segunda (8). A reportagem de Roberto Kaz e José Casado, baseou-se em documentos da NSA vazados por Edward Snowden para Glenn Greenwald, repórter do jornal britânico The Guardian, que mora no Brasil. Hoje caçado pelo governo americano, Snowden trabalhou numa empresa privada que presta serviços à NSA. Por isso teve acesso aos papéis secretos.

A novidade sobre a base americana em Brasília vem à luz um dia depois de outra reportagem que provocou enorme incômodo em Dilma Rousseff. Veiculada na edição de domingo do Globo, informara que os EUA monitoraram milhões de telefonemas e mensagens eletrônicas no Brasil. A presidente reuniu um grupo de ministros e comandou a reação. O Itamaraty cobrou explicações da diplomacia americana. Decidiu-se, de resto, acionar a Polícia Federal e a Anatel para apurar o caso. O governo de Barack Obama informou que não tratará da encrenca em público. Dará explicações pelas vias diplomáticas.

A presença de espiões americanos em Brasília é mencionada num documento de 2002. Nele, a NSA descreve o modo como operava -ou ainda opera- a rede montada em conjunto com a CIA. Busca-se sobretudo “converter sinais de inteligência captados no exterior a partir de estabelecimentos oficiais dos EUA, como embaixadas e consulados.” Não se sabe se a base brasiliense continuou operando depois de 2002.

Além de anotar que “a NSA trabalha junto com a CIA”, o documento diz que o acervo de dados coletados no estrangeiro é manuseado por agentes “disfarçados de diplomatas.” Um detalhe que deve potencializar a irritação de Dilma. A estação de Brasília era a única instalada na América Latina.

As 16 bases de espionagem de informaçõe de satélites compõem uma rede bem maior. O mesmo documento de 2002 informa que equipes da NSA e da CIA estavam presentes em 75 cidades, das quais 65 eram capitais de países. Em Brasília e Nova Déli, na Índia, havia mais do que simples equipes. Nessas localidades, informa o texto, a bisbilhotagem era tocada por “forças-tarefa”.

Os papéis vazados por Edward Snowden mencionam os “alvos” da superestrutura espiã. Vão muito além do alegado desejo dos EUA de se proteger contra novos ataques terroristas. “Sistemas de comunicação de satélites comerciais estrangeiros são usados no mundo inteiro por governos estrangeiros, organizações militares, corporações, bancos e indústrias”, anota o texto de 2002.

Ainda de acordo com a NSA, o sistema de coleta de informações baseia-se em alianças da agência americana com com empresas privadas. Diz o texto a certa altura:

“A NSA, em conjunto com seus parceiros estrangeiros, acessa sinais de comunicação de satélites estrangeiros.” Fica a impressão de que os “parceiros estrangeiros” colaboram.

Consta que Dilma deixou fluir todo o seu antiamericanismo dos tempos em que era guerrilheira. Espumou, esperneou e fez malcriação. Mandou que a Polícia Federal e a Anatel investigar, tomar providências e fingir que pode fazer alguma coisa.

De acordo com a Anatel, o sigilo de dados e de comunicações telefônicas “é um direito assegurado na Constituição, na legislação e na regulamentação da Anatel”, e sua violação “é passível de punição nas esferas cível, criminal e administrativa”. Vão prender quem? Obama?

Acreditamos que em segredo Dilma mandou perguntar ao marqueteiro João Santana se isso era bom ou ruim para a sua popularidade.
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