15 de jun. de 2013

Drones brasileiros: vigilância nas fronteiras, na Copa das Confederações e sobre nossas cabeças

BRASIL -
Drones brasileiros: vigilância nas fronteiras,
na Copa das Confederações e sobre nossas cabeças
Só recentemente o programa brasileiro de drones foi posto em evidência, quando o governo anunciou que utilizar dois desses veículos aéreos não tripulados durante a abertura e enceramento da Copa das Confederações. Mas há muito eles vigiam e deduram atividades ilegais ao longo da fronteira brasileira. Em breve eles estarão sobrevoando por cima de nossas cabeças nos vigiando.

Foto: Força Aérea Brasileira

Vant israelense da FAB pesa mais de 500 kg e é usado para monitorar as fronteiras

Postado por Toinho de Passira
Fontes: World Politics Review, Estadão , Always Innovating, G1

O presidente Barack Obama, teve que vir a público recentemente para explicar a utilização de drones (zangão em inglês) em operações militares, em várias partes do mundo. O projeto vem gerando polêmica por seu uso indiscriminado, por violar fronteiras nacionais, por acabar atingindo civis inocentes nas operações de combate ao terrorismo, especialmente na fronteira Paquistão - Afeganistão.

Drone é um Veículo Aéreo não Tripulado, ou VANT, como preferem chamar os órgãos de defesa brasileiros, que também utiliza a sigla VARP, Veículo Aéreo Remotamente Pilotado.

Em inglês a sigla é UAV, Unmanned Aerial Vehicle, também é usada, mas prevalece, internacionalmente a denominação Drone.

Foto: Avibras/divulgação

Simulação mostra uso do drone brasileiro, Falcão, em reconhecimento armado, sobrevoando a Amazônia

O escritor Nikolas Kozloff, colunista do “World Politics Review” publicou extenso artigo comentando sobre o uso de drones não armados, que o governo brasileiro vem utilizado no sistema de vigilância para patrulhar as fronteira com os vizinhos sul-americanos. Tem assim colhido informações importantes, que ajudam no combate ao tráfico de entorpecente, contrabando e imigração ilegal.

O Brasil tem agido com cuidadosa discrição, segundo ele, para evitar controvérsias e debates desgastantes com os países vizinhos, sobre invasão de espaço aéreo e cuidados com a soberania.

O Brasil já desenvolveu uma tecnologia avançada em termos de fabricação dos seus próprios drones, embora ainda grande parte da nossa flotilha, não tripulada, seja de origem israelense.

Só recentemente o programa brasileiro de drones foi posto em evidência, quando o governo anunciou que vai utilizar dois desses veículos aéreos não tripulados durante a abertura e enceramento da Copa das Confederações, em Brasília e no Rio de Janeiro.

Os drones de vigilância, equipados com câmeras, radares e sensores, serão parte importante do conjunto do sistema de segurança durante esses eventos.

Apesar de só agora ter chegado ao conhecimento do grande público, os drones brasileiros estão mobilizados e são empregados no controle das fronteiras do país desde 2011.

Foto: AGX/divulgação

Vant Arara, da empresa AGX, é usado na agricultura, filmando plantações

O Brasil que com exceção do Chile e Equador, limita-se com todos os outros nove países da América dos Sul e tem procedente preocupação especial com algumas dessas fronteiras.

Uma delas é com a Bolívia onde sempre ocorreu intensa atividade criminosa. O Brasil conseguiu sinal verde do governo de Evo Morales, para se necessário invadir o espaço aéreo boliviano, num esforço para controlar o comércio de cocaína.

Dados oficiais dão conta que a Bolívia é o terceiro maior produtor mundial de cocaína, e que 60 por cento da produção boliviana é enviada para o Brasil. Há noticias de que graças à atuação dos drones brasileiros, o trafico boliviano sofreu recentemente uma série de reveses, com a destruição de mais de 200 laboratórios de fabrico da droga na fronteira Brasil-Bolívia.

Outra área sensível é a chamada Tríplice Fronteira, Paraguai-Argentina-Brasil, antigo paraíso de traficantes e contrabandistas e recentemente apontado como local de esconderijo para terroristas procurados em outras partes do mundo.

Por enquanto os países vizinhos tem se manifestado favorável a vigilância brasileira, mas não se pode esperar uma permanente cooperação em termos futuros.

Foto: Exercito Brasileiro/Divulgação

Exército testa uso de veículo não tripulado de até 5 kg para filmar áreas de fronteiras

Por enquanto os aviõezinhos brasileiros, não empregados como armas mortais, como os dos norte-americanos, não tem enfrentado oposição. Os acordos bilaterais com os países fronteiriços preveem áreas limitadas de atuação, circunscrito a região dos limites de fronteiras e a cessão dos dados colhidos, nesses sobrevoos, ao país “invadido”.

Em termos oficiais é assim tem funcionado a movimentação dos drones.

Mas a história não para por aí, pois os drones de vigilância, assumiram importância fora da área de segurança governamental e estão sendo usados largamente para uso civil. Cada vez mais sofisticados, leves, miniaturizados e autônomos estão revolucionando a segurança, o monitoramento e a pesquisa cientifica. O dado negativo é a maquininha também pode ser utilizada como competente instrumento de invasão de privacidade.

Foto: Divulgação

Drone espião, norte-americano, o mini inseto espião

Já existe no comercio mini-drones, que cabem na palma da mão, como pequenos insetos tecnológicos capazes de a 1,5km de altura reconhecer a face do alvo de sua observação e possuem autonomia, de voo ininterrupto, de até 24 horas.

Um deles o MeCam Self-Video MiniCopter, da empresa “Always Innovating” é sugerido para pessoas que querem ter os passos documentados. Ele se movimenta segundo seus comandos de voz ou como sua “sombra”, na função “follow me” (“me siga”). Para isso, tem 14 sensores em tempo real.

A transmissão pode ser assistida no seu smartphone ou tablet. As imagens podem ser compartilhadas nas redes sociais.

Com a popularidade do brinquedo, seus custos irão cair, e se agora já reclamamos que estamos sempre observados por câmeras de vigilâncias, postas por particulares ou órgãos públicos, em muito breve teremos sobre nossa cabeças um drone individual, que nos seguirá durante toda vida e aonde quer que estejamos. O mundo do futuro poderá se transformar num sufocante reality show.

Foto: Associated Press
Drone de 20 centímetros, usado por tropas britânicas para reconhecimento no Afeganistão


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