30 de mai. de 2013

O vexame causado pela liminar que poderia suspender partida entre Brasil e Inglaterra no Maracanã

BRASIL – Copa das Confederações
O vexame causado pela liminar que poderia suspender a partida entre Brasil e Inglaterra no Maracanã
A notícia de que a juíza Adriana Costa dos Santos, da 13ª Vara de Fazenda Pública, do Rio, suspendeu liminarmente o jogo entre Inglaterra e Brasil, no próximo domingo, alegando que o estádio do Maracanã não oferece condições de segurança e higiene para o público, repecurtiu em todo o mundo, principalmente na Inglaterra. No fim da noite a liminar foi suspensa

Foto: Getty Images/ The Telegraph

Essa foi a imagem usada pelo "The Telegraph" para ilustrar a matéria,
mostra o velho Maracanã, antes da reforma.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Folha de S.Paulo, The Mirror, The Economist, The Telegraph, O Globo, BBC Brasil, Veja

A liminar que suspende o amistoso entre Brasil e Inglaterra por causa do atraso das obras do Maracanã está sendo noticiada com destaque pela imprensa britânica na noite desta quinta-feira.

No canal de notícias da BBC, o jornalista esportivo Tim Vickery disse que a decisão judicial cria um "enorme constrangimento" para as autoridades brasileiras.

"A decisão pode ser revogada, e vai haver grande pressão para que isso aconteça. Isso é um enorme constrangimento para as autoridades do Brasil num momento em que todo o mundo olha para o país", afirmou.

Ele disse que o estádio ainda não é seguro para receber jogos com capacidade máxima e chamou atenção para o fato de que seu entorno ainda está repleto de material de construção.

Ainda segundo a BBC, autoridades brasileiras teriam procurado representantes da Federação Inglesa de Futebol para afirmar que a liminar será derrubada antes do jogo.

O correspondente da rede britânica no Rio, Wyre Davis, lembrou que o atraso nas obras tem sido uma constante na preparação da Copa do Mundo e da Copa das Confederações.

"A atitude dos brasileiros costuma ser de não dar importância para isso, dizer para os visitantes olharem as praias, mas para a Fifa isso não é suficiente", afirmou o jornalista.

"Você não pode confiar só na boa vontade dos brasileiros. Os estádios têm que estar prontos", acrescentou.

Foto: Fábio Seixas/Folhapress

Dia 2 de maio, Obras no Maracanã, seis dias após o primeiro evento-teste do estádio

O The Sun lembrou que a decisão da juíza levou em conta também a preocupação com a segurança, pois pilhas de detritos e materiais de construção, que estão por toda a parte, dentro e fora do estádio, poderão ser usados pelas torcidas, com consequências gravíssimas, em caso de conflitos.

O The Mirror destaca que se a liminar não for suspensa, e o Maracanã, continuar interditado, a CBF, vai encontrar grande dificuldade em encontrar outro local no Rio, para realizar a partida.

Comenta:“O Estádio Engenhão, 47 mil lugares, o segundo maior da cidade, construído em 2007 para os Jogos Pan-Americanos, foi fechada por tempo indeterminado em março, após engenheiros encontraram problemas com a segurança da cobertura.”

CONTRA O RELÓGIO

Também nesta quinta-feira, a nova edição da revista "The Economist" chegou às bancas com uma reportagem que critica o atraso nas obras de estádios que receberão jogos da Copa.

O texto cita o desabamento de parte da cobertura da Fone Nova, em Salvador, e diz que o país está numa "cara e perigosa corrida contra o relógio" para inaugurar os estádios a tempo.

A revista afirma que as despesas com os 12 estádios da Copa já ultrapassaram R$ 7 bilhões e que isso já representa três vezes o que a África do Sul gastou com a Copa de 2010.

"A maior parte desta quantia é dinheiro público, apesar de o governo ter afirmado em 2007 que o setor privado financiaria os estádios", acrescenta a reportagem da "Economist".

O TESTE

O jogo amistoso entre as seleções de Brasil e Inglaterra está programado para ser o primeiro grande teste do Maracanã após a reforma realizada no estádio para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014.

A decisão da juíza Adriana Costa dos Santos, da 13ª Vara de Fazenda Pública, atende ao requerido por uma ação civil pública, de autoria do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, contra a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), seu presidente, José Maria Marin, e o Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, que pedia a suspensão do jogo do próximo domingo e de outros eventos no local, alegando que o estádio do Maracanã não oferece condições de segurança e higiene para o público.

Pouco após o anúncio da suspensão do amistoso, o governo do Estado do Rio de Janeiro divulgou uma nota à imprensa em que afirmou já estar recorrendo da decisão.

Cercada de polêmicas, a reforma do Maracanã custou R$ 1,049 bilhão, valor bastante superior ao previsto em sua licitação, de R$ 705 milhões.

O novo estádio será administrado por um consórcio formado pela empreiteira Odebrecht – que já é uma das encarregadas pela reforma do estádio –, pela empresa IMX, do empresário Eike Batista, e pela companhia de origem americana AEG.

O processo para a concessão do estádio à iniciativa privada também foi cercado por controvérsias e reviravoltas e chegou a ser por duas vezes suspenso após ações do Ministério Público, que foram posteriormente revertidas.

O estádio deve ser palco das partidas finais da Copa das Confederações – que começa no próximo dia 15 de junho – e da Copa do Mundo de 2014.

LIMINAR SUSPENSA

No fim da noite, a imprensa noticiou que a juíza de plantão no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro revogou a liminar que suspendia o amistoso Brasil x Inglaterra, marcado para domingo, no Maracanã. O Governo do Estado entrou com recurso apresentando laudo da Polícia Militar que comprova o cumprimento de todas as regras de segurança no Maracanã.

O jogo vai acontecer, como se poderia prever, mas, com a liminar, as vísceras da nossa incompetência ficaram mais expostas.

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