4 de mai. de 2013

Israel ataca, na Síria, comboio que transportava armas destinadas ao Hezbollah

ORIENTE MÉDIO
Israel ataca, na Síria, comboio que transportava
mísseis destinadas ao Hezbollah
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse neste sábado que Israel tem o direito de se proteger contra a transferência de armas avançadas para o Hezbollah, um dia depois de Israel atacar comboio no território Sírio.

Foto: Ofer Sidom / Flash 90

Caça F-16, da Força Aérea israelense, possivelmente semelhante aos usados no ataque à Síria

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Stern, The Telegraph, Time of Israel, The New York Times, Al Jazeera, Reuters

Israel realizou um ataque aéreo contra um carregamento de mísseis na Síria, que tinha como destino as guerrilhas do Hezbollah no vizinho Líbano, confirmou neste sábado uma autoridade israelense.

Obama, em uma entrevista para a rede de língua espanhola Telemundo, como parte de uma turnê de três dias na América Latina, deixou claro que os ataques seriam justificados.

"O que eu disse no passado, e eu continuo a acreditar, é que os israelenses justificadamente têm de se proteger contra a transferência de armamento avançado para organizações terroristas como o Hezbollah. Nós coordenamos de forma muito próxima com os israelenses, reconhecendo que eles estão muito perto da Síria, e muito perto do Líbano ", afirmou.

Israel deixou claro há tempos que está preparado para usar a força para impedir que armas sírias, inclusive o arsenal químico do presidente Bashar al-Assad, cheguem aos xiitas do Hezbollah, ou a insurgentes islâmicos que promovem uma revolta contra o governo sírio há mais de dois anos.

O Hezbollah, que é aliado do Irã, um dos maiores inimigos de Israel, chegou a entrar em guerra contra o Estado judaico em 2006 e continua sendo uma potencial ameaça aos olhos israelenses. Outra preocupação dos judeus é de que, em caso de uma eventual queda de Assad, rebeldes islâmicos possam voltar suas armas contra o país após décadas de relativa calma na região fronteiriça das Colinas de Golã.

O ataque ocorreu depois de o gabinete de Segurança do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ter aprovado o ato em um encontro secreto na noite de quinta-feira, informou a fonte.

Fontes do governo sírio negaram ter informações sobre um ataque. Bashar Ja'afari, embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU), disse à Reuters: "Não estou ciente de ataque algum neste momento".

Mas Qassim Saadedine, um comandante e porta-voz do Exército Livre da Síria, disse: "Nossa informação indica que houve um ataque israelense em um comboio que estava transferindo mísseis para o Hezbollah. Ainda não confirmamos a localidade".

Unidades rebeldes discordaram quanto a qual tipo de arma estava no comboio. Um membro da inteligência do grupo disse que o carregamento era de mísseis antiaéreos: "Houve três ataques de caças F-16 de Israel, que danificaram um comboio carregando mísseis antiaéreos para o partido libanês xiita, na estrada militar Damasco-Beirute".

O ministro das Relações Exteriores libanês foi crítico a Israel: "Ataques como esse resultarão em mais tensão", disse. "Isso não dará a Israel a paz ou a segurança que pretendem, mas vai colocar a região em uma luta inflamada e rumo ao desconhecido."

Israel permanece tecnicamente em guerra com a Síria. O país capturou as Colinas de Golã em 1967, construiu assentamentos e anexou a região ao seu território. Mesmo assim, conflitos são raros, e a região está relativamente pacificada há décadas.

Mas as preocupações israelenses cresceram desde que militantes ligados à Al Qaeda assumiram um papel importante na revolta contra Assad.

O Estado judaico também quer impedir que o Hezbollah tenha armas químicas e outros tipos de arsenal, mais eficiente e com maior poder de destruição, que possa atingir Israel a partir do território Palestino.

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