17 de abr. de 2013

VENEZUELA: rumores da decretação de prisão de Capriles, por suposta incitação à violência

VENEZUELA – Eleição
Rumores da decretação de prisão de Capriles, por suposta incitação à violência
Protestos pós eleição já causou 7 mortos, 60 feridos e 170 presos. O país está em crise desde que Capriles, derrotado por pequena margem nas urnas, disse que não reconhecia a vitória de Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, e exigiu recontagem dos votos. Se confirmado os rumores de uma ordem de prisão contra o candidato de oposição, pode piorar as coisas

Foto: Reuteres

Capriles nega que tem pregado a violência e o confronto entre os irmãos venezuelanos

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Reuters, El Universal, G1, El Nacional, El Universal

Caracas amanheceu hoje, com rumores de que estaria sendo emitida pela justiça, uma ordem de prisão contra o candidato de oposição Henrique Capriles, baseado na legislação antiterror, responsabilizando-o pela violência no país, pelas mortes e pelos feridos.

Leopoldo López, líder do Partido “Vontade do Povo (VP) e correligionário de Capriles, em sua conta @ leopoldolopez, disse que ter informações de fontes seguras que ordens de prisão contra ele e Capriles já havia sido emitidas pelo juiz Miguel Graterol Maneiro da 6ª Vara da Área Metropolitana de Caracas (el Juzgado Sexto de Control del Área Metropolitana de Caracas). Junto exibe na sua conta do Twitter, pequeno detalhe do que seria o documento oficial.

Em entrevista à CNN em espanhol, Henrique Capriles disse que o “mundo é testemunha que todos os meus pronunciamentos, todas as minhas informações não contém uma única palavra que signifique apelo à violência ou confronto entre irmãos”.

Reiterou que a sua exigência pela recontagem total dos votos, é em respeito a vontade legítima do povo venezuelano.

Foto: Reuters

Protesto em Caracas, confronto com a polícia

Milhares de partidários da oposição participaram de passeatas nesta terça-feira na Venezuela para exigir uma recontagem de votos, depois da apertada vitória do chavista Nicolás Maduro na eleição presidencial de domingo, em mais uma jornada de distúrbios pós-eleitorais em que, segundo o governo, sete pessoas já morreram.

Maduro foi declarado presidente eleito na segunda-feira, mas a diferença inferior a 2 pontos percentuais sobre o oposicionista Henrique Capriles e denúncias de irregularidades durante a votação acirraram ainda mais os ânimos no polarizado país, provocando confrontos nas ruas.

A procuradora geral Luisa Ortega disse que sete pessoas morreram e 60 ficaram feridas em incidentes em várias cidades. As autoridades detiveram 170 pessoas, e o governo determinou o aquartelamento das forças policiais. Na terça-feira, porém, a violência não se repetiu no mesmo grau.

"Isso é responsabilidade de quem chamou à violência, de quem desacatou a Constituição e as instituições", disse Maduro em ato público pela televisão. "Seu plano é um golpe de Estado."

Milhares de eleitores de Capriles se reuniram nesta terça-feira diante das sedes regionais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para exigir uma auditoria nos votos. Capriles diz que a apuração paralela feita por sua equipe indica sua vitória na eleição, a mais acirrada na Venezuela em quase meio século.

MARCHA SUSPENSA

Num esforço para acalmar os ânimos, o candidato oposicionista decidiu suspender a passeata que previa liderar em Caracas na quarta-feira, depois de Maduro chamá-lo de "assassino" e declarar que não iria permitir uma manifestação da oposição na capital.

"O país precisa de calma, exercer seu direito sem violência. Pedimos a recontagem de votos, cadernos de votação e atas", disse Capriles em entrevista coletiva. "Eu quero pedir calma ao senhor Maduro. Quem está no (palácio presidencial de) Miraflores tem de garantir a paz dos venezuelanos."

A Organização dos Estados Americanos (OEA), os Estados Unidos e a União Europeia apoiaram Capriles em seu pedido de recontagem, mas vários países aliados, como Argentina, Brasil, Bolívia e Rússia, reconheceram a vitória de Maduro, que terá mandato até 2019.

Foto: Reuters

Os protestos continuam

Enquanto Maduro se prepara para assumir, na sexta-feira, o comando do país com as maiores reservas de petróleo do mundo, o conselho eleitoral não deu ouvidos às exigências de Capriles.

"O candidato Henrique Capriles não entregou ao CNE nenhuma prova nem demanda que apoie o que afirma publicamente", disse a chefe da autoridade eleitoral, Tibisay Lucena, em mensagem pelo Twitter.

Embora o sistema eletrônico de votação no país seja considerado confiável por organismos internacionais, a oposição diz que nem todas as atas de votação foram computadas pela autoridade eleitoral. Por isso, opositores exigem uma revisão de cada urna com o registro de papel que acompanha os votos.

A eleição na Venezuela foi convocada depois da morte do popular líder socialista Hugo Chávez, que passou 14 anos como presidente e morreu de câncer em 5 de março. Maduro, que já é o presidente interino, havia sido apontado por Chávez como seu herdeiro político.

Uma provável prisão de Henrique Capriles pode desencadear uma onda de violência e até um clima de pré-guerra civil na Venezuela.


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