17 de out. de 2012

Obama supera Romney no segundo debate: melhora nas pesquisas de intenção de voto, mas ...

ESTADOS UNIDOS – Eleição presidencial 2012
Obama supera Romney no segundo debate: melhora nas pesquisas de intenção de voto, mas ...
Demonstrando mais segurança e reagindo com mais veemência, o presidente Obama superou ligeiramente o seu oponente o republicano, Mitt Romney, no segundo debate. A recuperação do presidente reequilibrou a disputa pela Casa Branca, mas a situação de empate técnico permanece e parece que só será definida quando publicado resultado da eleição do dia 6 de novembro

Foto: Eric Gay/AP

O candidato republicano, Mitt Romney, e o presidente Barack Obama se enfrentam durante o segundo debate presidencial, em Nova York

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Terra, Época


O desempenho do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no segundo debate com o republicano Mitt Romney, aliviou a péssima impressão deixada no primeiro encontro entre os dois. Obama pode ainda não ter convencido a maioria dos indecisos de que fará algo de novo caso ganhe um segundo mandato, mas ao menos mostrou no embate um grau maior de convicção e munição contra os argumentos do adversário.

Não era preciso muito, na noite de terça-feira (16), para que o presidente evoluísse em comparação ao primeiro encontro com Romney, no dia 3. Seu desempenho naquele dia fora tão desastroso que não poderia ser superado negativamente.

Em sua segunda chance, o Obama indolente e cabisbaixo de duas semanas atrás deu lugar a um candidato com sorriso no rosto e pronto para a luta. Romney sabia que o presidente viria com outro ânimo, mas não soube reagir bem.

No primeiro debate, ele fora pouco importunado por Obama e fez bem a lição de casa, beneficiado por um formato de pouca interação. Na noite de terça, o ritmo ia de acordo com as perguntas de eleitores indecisos, um modelo mais flexível em que o presidente teve melhor desenvoltura

Essa diferença ficou evidente quando Romney respondeu a uma pergunta de uma eleitora hispânica sobre qual seria sua política para imigrantes que não possuem o green card (documento que garante aos estrangeiros residência permanente nos EUA), mas contribuem para a economia americana. Ele disse que combateria a imigração ilegal e tentou colocar Obama na parede ao questioná-lo por que não aprovou uma reforma imigratória quando tinha a maioria no Congresso.

O presidente se esquivou e relembrou que Romney defende a política da autodeportação, adotada pelo Estado do Arizona, em que o Estado fecha as portas ao imigrante de tal forma que ele fica compelido a ir embora.

A mediadora, Candy Crowley, quis então ouvir de Romney uma resposta sobre a autodeportação. Aparentando nervosismo, ele se complicou e ainda a cortou para comentar sobre o que Obama dissera havia alguns minutos a respeito de Romney investir em companhias que transferiram empregos dos EUA para a China. Romney disse que Obama também tinha investimentos na China por meio de seu fundo de pensão. E lhe perguntou:

“O senhor tem olhado para sua pensão?” A resposta de Obama provocou risos na plateia e desmontou o adversário: “Não olho. Não é tão grande quanto a sua, então não demora tanto tempo (para ver)”.

Mesmo diante de um tema que lhe seria favorável, Romney escorregou. A pergunta a Obama era sobre os ataques ao consulado americano em Benghazi, na Líbia, do qual foi vítima o embaixador Chris Stevens. Na sua vez de replicar, Romney disse que o presidente demorou 14 dias para classificar o episódio como um “ato de terror”. Pois Obama usou justamente essa expressão no dia seguinte ao ocorrido na Líbia.

Foto: AFP

Obama usou de ironia e fez Romney tropeçar

Em uma intervenção criticada pelos assessores de Romney, a mediadora confirmou, a ponto de Obama aproveitar para fazer troça: “Você pode dizer um pouco mais alto, Candy?” Na verdade, a Casa Branca demorou bastante para admitir que o ataque em Benghazi fora uma ação orquestrada, não o resultado de um protesto espontâneo. E o “ato de terror” dito por Obama teve, à ocasião, um tom genérico. Ele mesmo deu a entender ontem que o governo não agiu da melhor forma e assumiu toda a responsabilidade pela morte do diplomata e de outros três funcionários americanos.

Mas o que fica do debate é a imagem de Romney sendo corrigido e desmoralizado pela mediadora. A equipe do republicano até tem motivos para reclamar de Candy Crowley, âncora do programa State of the Union, da CNN. Ela mesma disse, após o debate, que Romney estava certo em apontar a demora da Casa Branca em reconhecer o caráter terrorista do ataque, mas o corrigiu porque ele "escolheu a palavra errada". Crowley não foi exatamente imparcial nesse ponto, mas Romney poderia ter se saído melhor naquele momento.

Obama usou todas as armas à disposição. Disse duas vezes que Osama Bin Laden foi morto em seu governo e fechou a noite com uma sarcástica menção à famigerada declaração dos “47%” de Romney. “Acredito que Romney seja um bom homem. Ama sua família, importa-se com sua fé. Mas acho também que, quando ele disse a portas fechadas que 47% do país se consideram vítimas que recusam ter responsabilidades pessoais, pense sobre quem ele está falando.” Como ele era o último a falar, Romney não teve como retrucar e o debate acabou com a impressão de que o presidente saiu por cima.

O que fica do segundo debate é a certeza de que os indecisos continuam como tal. Se Obama foi melhor na forma, pouco acrescentou na substância – assim como fora Romney no primeiro debate. O presidente continua a defender mais do mesmo para resolver os problemas do país.

Do outro lado, Romney tampouco ganha a confiança do eleitorado em cima do muro porque ora diz que baixará os impostos igualmente para todos, ora afirma que vai apertar o cinto dos mais ricos.

O próximo e último debate, no dia 22, será focado em política externa. Pelo que se viu ontem, Romney precisa se preparar melhor, pois Obama tem alguns pontos a favor nesse terreno.

Nada, porém, que o possa fazer franco favorito. Até agora, vencerá as eleições do dia 6 de novembro o candidato menos pior

A s primeiras pesquisas feitas após o segundo debate presidencial nos Estados Unidos indicam vitória do atual líder e candidato à reeleição, o democrata Barack Obama, embora por uma margem mais estreita que a do triunfo obtido por seu rival republicano, Mitt Romney, no primeiro encontro dos dois.

Segundo a enquete realizada pela cadeia CNN, 46% dos cidadãos consideram que Obama ganhou o segundo dos três debates presidenciais, enquanto 39% acreditam em vitória de Romney.

Além disso, questionados se o presidente dos EUA teve participação melhor que a do primeiro debate, realizado em Denver (Colorado), 73% disseram que sim. A pesquisa feita pela cadeia CBS também mostra Obama como vencedor do encontro desta terça-feira. Essa é a opinião de 37% dos eleitores ouvidos para a produção da enquete, enquanto 30% preferiram Romney e 33% enxergaram empate.

No primeiro debate, realizado no dia 3 de outubro, 67% dos telespectadores da CNN consideraram que Romney foi melhor, contra 25% que preferiram o desempenho de Obama. Já a enquete realizada pela CBS revelou que 46% acharam que o republicano ganhou o encontro, contra 22% que viram Obama melhor e 34% que se inclinaram pelo empate.


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