9 de out. de 2012

Eduardo Campos, rumo a 2014, mostra cacife do PSB

BRASIL – Pernambuco- Eleições 2012
Eduardo Campos, rumo a 2014, mostra cacife do PSB
Em coletiva, Eduardo exibe força do seu partido, levanta a bandeira de um “novo federalismo” e foge do assunto Presidência

Foto:Ricardo B. Labastier/JC Imagem

Eduardo não nega mais veementemente que não é candidato a presidente em 2014, mudou o discurso, afirmando seguidamente: “Nenhum partido pode falar sobre 2014, agora”

Postado por Toinho de Passira
Texto de Eduardo Machado
Fonte: Jornal do Commercio - Edição impressa

Em 2010, quando foi reeleito com 82,83% dos votos válidos (maior percentual do Brasil), Eduardo Campos despontou como uma “noiva” a ser cortejada pelo PT e pelo PSDB para os pleitos seguintes. Dois anos depois, as eleições municipais mudaram o xadrez político nacional e o PSB passou de coadjuvante para compor o elenco principal.

Ao garantir capitais importantes como Belo Horizonte e Recife, disputar o segundo turno em outras três e eleger um total de 436 prefeitos em todo o País, o cacife da legenda alcançou um novo patamar. Além disso, mesmo em cidades onde não teve candidato próprio, o apoio do partido foi disputado entre os adversários.

”O PSB teve vitórias expressivas em 2008, 2010 e em 2012. Isso não quer dizer que é hora de tratarmos de 2014. Vamos primeiro finalizar o 2º turno nas cidades restantes e depois trabalhar para ajudar a presidenta Dilma a recolocar o Brasil no caminho do crescimento econômico”, ressaltou Eduardo Campos, em entrevista coletiva ontem à tarde, na sede provisória do governo, no Centro de Convenções.

O governador analisou ainda a situação de seus (poucos) adversários locais, após a totalização dos votos para prefeito. “A oposição sai da eleição do tamanho que o povo desejou. Democracia é isso.”

Eduardo Campos foi questionado se era candidato à Presidência em 2014 por seis vezes durante a coletiva. De excelente humor, após eleger Geraldo Julio no primeiro turno e ladeado pelo presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, do vice-presidente nacional da legenda, Roberto Amaral, e do secretário nacional, Carlos Ikeda, ele não se importou em responder repetidamente a mesma indagação.

“Vou ter que aguentar vocês me perguntando isso e vocês vão ter que aguentar escutar a mesma resposta sempre. Nenhum partido pode falar sobre 2014, agora. Isso será resolvido no momento certo”, ressaltou o governador.

Animado com a superação da meta estabelecida – vencer em 400 cidades pelo País –, Eduardo Campos encaixou um discurso que enquadra o PSB como uma terceira via concreta para o eleitor. “Nosso partido tem tamanho e tem propostas. Temos governos estaduais e municipais importantes e o resultado do primeiro turno mostra que o PSB é uma opção que ganha cada vez mais unidade e respeito.”

Ao se posicionar como uma força não-atrelada ao PT, Eduardo estabeleceu uma bandeira a ser levantada pelo seu partido. “Há uma nova pauta em discussão que aparece com mais partidos se fortalecendo: o novo federalismo, com uma avaliação direta sobre o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e o FPE (Fundo de Participação dos Estados)”, destacou.

Eduardo tomou cuidado para não se mostrar definitivamente aliado do PT ou do PSDB. “As divergências na eleição do Recife não interferem no plano estadual ou nacional.”

Por outro lado, a parceria com o PSDB permanece viva. “Temos posições divergentes, mas isso não impede que reconheçamos os méritos do governo Fernando Henrique, como a estabilidade financeira, ou a melhoria do acesso à educação. Sem contar que temos alianças antigas com o PSDB em vários Estados.”

Amanhã, a executiva nacional do PSB terá uma reunião para definir a estratégia do segundo turno. “Vamos gravar para os guias eleitorais à noite e nos fins de semana e ajudar onde for preciso.”

Perguntado se teria que trabalhar dobrado, agora que Geraldo Julio está fora do governo, Eduardo reagiu com descontração. Ele asseverou que o time deixado pelo prefeito eleito na Secretaria de Desenvolvimento Econômico está dando conta do recado.

“Já trabalho dobrado com Geraldo ou sem Geraldo. Ele é um grande quadro técnico e político. Só uma pessoa não pode dizer que se surpreendeu com o desempenho dele e essa pessoa sou eu. Vocês vão ver que Geraldo sabe montar equipe, comandar e trabalhar muito. Nós vamos ajudá-lo da mesma forma que ele nos ajudou no governo. Ele será o melhor prefeito que o Recife já teve”, concluiu o governador.


*"PSB mostra o seu cacife, rumo a 2014" é o título original do texto

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