11 de jul. de 2012

FHC recebeu premio da Biblioteca do Congresso americano

BRASIL – ESTADOS UNIDOS
FHC recebeu premio da Biblioteca do Congresso americano
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu nesta terça-feira o prêmio John W. Kluge, concedido a intelectuais da área de Ciências Humanas, em cerimônia realizada na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em Washington. FHC é o primeiro latino-americano a receber o prêmio e foi escolhido em consulta a cerca de 3 mil intelectuais e homens públicos. Quando a premiação foi anunciada, em maio, a instituição destacou a trajetória do ex-presidente como sociólogo, da academia para a política.

Fotos: Associated Press

O ex-presidente recebendo a medalha do “Prêmio Kluge” das mão do Diretor da Biblioteca do Congresso americano, o bibliotecário James H. Billington


A medalha do Premio Kluge, ortogada a Fernando Henrique

Postado por Toinho de Passira
Fontes: The New York Times, Portal Terra, BBC Brasil, Instituto Fernando Henrique Cardoso, Times, Library of Congress

O ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) recebe terça-feira (10), em Washington, o Prêmio John W. Kluge, da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. O prêmio, cuja escolha é feita após consulta a 3 mil intelectuais e personalidades públicas em todo o mundo, foi anunciado em maio e tem o valor de US$ 1 milhão.

Fernando Henrique é o oitavo ganhador do prêmio, concedido desde 2003 a pensadores da área de humanidades. Sociólogo, ele é o primeiro intelectual latino-americano a ser homenageado.

Segundo o site da Biblioteca do Congresso americano, em sua carreira, Fernando Henrique envolveu-se com questões variadas desde as relações raciais (como no livro de 1962, Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional: o Negro na Sociedade Escravocrata do Rio Grande do Sul) até a dependência econômica e integração da economia global (como em seu livro mais conhecido, Dependência e Desenvolvimento na América Latina, escrito em 1969 com Enzo Faletto).

No comunicado sobre o prêmio, a Biblioteca do Congresso traça uma linha entre a trajetória acadêmica e a carreira política de Fernando Henrique: “Talvez a maior prova de sua realização intelectual é que seus sucessores continuaram muitas das suas políticas e asseguraram seu legado como um dos maiores líderes do Brasil”.

Autor de mais de 20 livros e uma centena de artigos, Fernando Henrique Cardoso tem hoje 81 anos e escreve periodicamente em jornais de circulação nacional no Brasil. Ele é integrante do Conselho Curador da Fundação Instituto Fernando Henrique Cardoso e presidente de honra do Diretório Nacional do PSDB, partido que ajudou a fundar na década de 1980, na época da Constituinte.

Para os organizadores do prêmio, a teoria de FHC ajudou a mostrar que os países periféricos "podem fazer escolhas inteligentes e estratégicas" para promover modernização e desenvolvimento, mesmo estando em desvantagens em relação às nações industrializadas.

Na prática, afirmou FHC, as políticas do seu governo integraram o Brasil no sistema capitalista internacional de forma a "assentar as bases para a ascensão (do país) à proeminência mundial".

Agradecendo o prêmio, FHC disse que o prêmio "não se deve só a mim", mas a este avanço do Brasil. "Passamos a ser uma fonte de interesse global e portanto alguém que escreve sobre o Brasil e é brasileiro se qualifica para receber esse prêmio", disse.

O ex-ocupante do Planalto disse que "não são os presidentes" os responsáveis pela continuidade no avanço de uma sociedade como o Brasil.

"É o povo, é o processo democrático, é a sociedade brasileira que está evoluindo. Não foi um presidente que fez a democracia ou a Constituição. Foram as lutas, as Diretas Já, as greves, a briga na Constituinte, o sentimento de que era necessário crescer", disse.

"O presidente está lá. Às vezes ele atrapalha, às vezes ele acelera (o avanço). Eu acho que eu acelerei."

A jornalista Eva Rodriguez, no preambulo da entrevista de FHC ao Washinton Post, diz: “Fernando Henrique Cardoso tornou-se o mais alta mandatário do seu pais, em meados da década de 1990. Com formação de sociólogo, Cardoso é creditado por muitos como o construtor das fundações que fizeram do Brasil um dos maiores economias e de mais rápido crescimento no mundo.

Foto: Associated Press

Fernando Henrique: “...não são os presidentes" os responsáveis pela continuidade no avanço de uma sociedade como o Brasil.

"É o povo, é o processo democrático, é a sociedade brasileira que está evoluindo.

Não foi um presidente que fez a democracia ou a Constituição. Foram as lutas, as Diretas Já, as greves, a briga na Constituinte, o sentimento de que era necessário crescer."
"O presidente está lá. Às vezes ele atrapalha, às vezes ele acelera (o avanço). Eu acho que eu acelerei."

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