6 de jul. de 2012

Chávez acusa senadores paraguaios de pedirem propina

VENEZUELA - PARAGUAI
Chávez acusa senadores paraguaios de pedirem propina
Aumentando ainda mais a tensão entre Paraguai e Venezuela, o presidente Hugo Chávez, hoje, na cerimonia comemorativa da independência do país, disse que senadores paraguaios pediram dinheiro por adesão ao Mercosul, sem citar nomes, nem apresentar provas. Os políticos paraguaios insinuam que a declaração de Chávez visa encobrir as acusações de que o chanceler da Venezuela, Nicolas Maduro, tentour, instruído por Chávez, sublevar os militares paraguaios, para evitar o impeachment do presidente Lugo.

Foto: El Nacionl

APAGANDO INCÊNDIO COM GASOLINA - Chávez usando discurso comemorativo dos 201º ano da Indepêndencia da Venezuela para atacar senado paraguaio

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Reuters, La Nacion, Ultima Hora, Folha de São Paulo, Folha de São Paulo

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta quinta-feira que senadores paraguaios pediram subornos para aprovar a adesão venezuelana ao Mercosul, acusação que foi rejeitada por parlamentares e que exacerbou a atual disputa diplomática entre Caracas e Assunção.

A Venezuela retirou seu embaixador do Paraguai e suspendeu o envio de petróleo ao país depois que o Senado, num rápido processo político, destituiu em junho o presidente socialista Fernando Lugo, o que Chávez qualificou como "golpe de Estado".

O novo governo paraguaio, por sua vez, retirou na quarta-feira seu embaixador em Caracas e acusou o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, de ter pedido em reunião com militares em Assunção que as Forças Armadas paraguaias impedissem a destituição de Lugo.

A entrada da Venezuela no Mercosul já havia sido aprovada pelos Congressos da Argentina, Brasil e Uruguai, mas estava sendo inviabilizada devido à resistência do Parlamento paraguaio.

Depois do impeachment de Lugo, o Mercosul suspendeu o Paraguai dos seus quadros, e assim a Venezuela pôde finalmente se tornar membro pleno do bloco.

Em discurso à Assembleia Nacional venezuelana por ocasião do Dia da Independência, Chávez disse que "um grupo desses senadores do Paraguai, desses que deram o golpe, estava pedindo dinheiro, ou seja, pediam dinheiro a nós para permitir entrar no Mercosul".

"Eu disse a Nicolás (Maduro) chanceler da Venezuela: “Nicolás, mande-os passear". São umas verdadeiras máfias. Pedindo dinheiro, pedindo dinheiro. Também há testemunhas brasileiras disso, também há testemunhas argentinas disso", acrescentou Chávez, sem entrar em detalhes nem citar nomes.

Parlamentares paraguaios reagiram negando a versão de Chávez.

"Parece-me sumamente grave o que denuncia o presidente Chávez, e me parece que deveria apresentar provas", disse o senador paraguaio Hugo Estigarribia, do Partido Colorado.

"Esperemos que não seja uma acusação para desviar a atenção das supostas atuações de Maduro no Paraguai", acrescentou o senador, que apoiou a destituição e era contra a adesão venezuelana ao Mercosul.

A Justiça do Paraguai investiga a intromissão do chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, junto a militares paraguaios durante o processo de impeachment do presidente Fernando Lugo.

A ministra da Defesa do Paraguai, Maria Liz García de Arnold, acusa Nicolás Maduro de convocar os comandantes militares a sublevar-se para defender o então presidente Lugo, destituído em 22 de junho passado.

O chanceler Maduro "incitou os chefes militares a reagir a uma situação que afetava o presidente". "Pediu que agissem naquele momento, de acordo com os acontecimentos", em reunião que ocorreu uma hora antes da decisão do Senado que destituiu Lugo, afirmou a ministra.

Segundo o deputado José López, porta-voz da comissão da Câmara dos Deputados que ouviu o testemunho de um dos comandantes paraguaios, "está confirmado plenamente que o chanceler venezuelano e o embaixador equatoriano foram ao gabinete militar da presidência da República" no dia do impeachment.


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