6 de mai. de 2012

Hollande derrota Sarkozy

FRANÇA – ELEIÇÃO 2102
Hollande derrota Sarkozy
François Hollande é o novo presidente da França, com 51,8% dos votos, no segundo turno. Nicolas Sarkozy, que tornou-se o primeiro líder do país a não se reeleger nos últimos 30 anos. Ele é o 11º líder europeu a deixar o poder por causa da crise econômica. François Hollande representa a volta dos socialistas ao poder, após 17 anos na oposição.

Foto: Pascal Rossignol/Reuters/Paris Match

Os partidários de François Hollande comemorando a vitória na Praça da Bastilha, Paris

Postado por Toinho de Passira
Fontes:BBC Brasil, G1, Le Monde, Liberation, O Globo, Paris Match , The New York Times, Folha de São Paulo

O candidato socialista François Hollande é o novo presidente da França, após vencer o segundo turno das eleições para o Palácio do Eliseu, neste domingo. O presidente conservador Nicolas Sarkozy reconheceu a derrota para o adversário, que assumirá o cargo em 15 de maio.

As pesquisas se confirmam Hollande tem 51,9% dos votos, ante 48,1% do rival e candidato à reeleição Nicolas Sarkozy.

Em discurso a seus partidários, o presidente Sarkozy, já admitiu a derrota para o socialista e afirmou que ligou para Hollande, desejando-lhe "boa sorte".

Foto: Michel Euler/Associated Press

Presidente Nicolas Sarkozy, falando aso partidários agradecendo o apoio e reconhecendo a derrota

"Aceito essa derrota por causa dessa França aberta, democrática", disse ele, aclamado aos gritos de "Nicolas, Nicolas" por uma multidão em Paris.

"Tentei fazer o melhor para proteger o povo francês. Apesar dos milhões que votaram em mim, nós falhamos. Vocês me apoiaram, mas não tivemos êxito", acrescentou.

Sarkozy ainda pediu que o UMP, seu partido, permaneça unido para as eleições parlamentares, acontecerão em junho. "Não se dividam, permaneçam unidos. Temos que ganhar a batalha das legislativas", afirmou o presidente em reunião fechada com partidários.

Foto: Philippe Wojazer/Reuters/Paris Match

A decepção dos partidários de Sarkozy vendo o resultado desfavorável no telão

O chanceler francês do governo Sarkozy, Alain Juppé, foi o primeiro ministro a se manifestar sobre o pleito, e voltou a dizer que o foco do partido serão as eleições legislativas.

"Sarkozy fez uma campanha magnífica. Os milhões de franceses que votaram nele merecem essa consideração. Nós não o abandonamos, voltaremos na batalha das legislativas".

Com essa virtual vitória, ele se torna o segundo presidente socialista da Quinta República Francesa fundada pelo general Charles De Gaulle em 1958, depois de François Mitterrand, chefe de Estado de 1981 a 1995.

Foto: Philippe Desmazes/Agence France-Presse — Getty Images
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François Hollande falando pela primeira vez como o candidato vitorioso

Nos primórdios das discussões no seio do Partido Socialista (PS) para o embate eleitoral de maio de 2012, o nome de François Hollande como candidato presidenciável nunca foi levado muito a sério. Ao longo de sua trajetória política, uma imagem pouco favorável colou no personagem.

Ao romper com a tradição de extrema-direita de seu pai, Hollande se afirmou como um social-democrata “profissional”, sem jamais conseguir impor uma forte e singular personalidade de liderança. Ao contrário: era considerado um político “frouxo”, desajeitado, incapaz de defender com vigor e convicção suas opiniões, apelidado inclusive de “marshmallow vivo”.

Sua constância na vida política do partido, como secretário-geral por onze anos (1997-2008), se caracterizou por um papel secundário no front socialista. Hollande nunca foi chamado para ser ministro, preterido por sua então mulher, Ségolène Royal, nos governos François Mitterrand e Lionel Jospin. Na campanha presidencial de 2007, recebeu a pouco elogiosa alcunha de “Monsieur Royal”: o companheiro da candidata ao Palácio do Eliseu, de quem, no entanto, já estava separado há um ano, condição estrategicamente mantida em segredo.

Quase incógnito, François Hollande pavimentou com paciência e obstinação seu caminho rumo à candidatura socialista de 2012, sem se intimidar com o franco favoritismo do ex-ministro da Economia e ex-diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn, posteriormente colocado fora da disputa pela acusação de estupro em Nova York, em maio do ano passado.

Foto: Gonzalo Fuentesl/Reuters/Paris Match

A festa da esquerda francesa: jovens partidários de Hollande, comemoram

Revitalizado por uma nova relação amorosa, com a jornalista Valérie Trierweiler, emagrecido de vários quilos por uma exigente dieta, o insosso Hollande mudou a postura e elevou o tom de voz para relembrar o jovem candidato a deputado de 26 anos que ousou afrontar Jacques Chirac nas eleições legislativas de 1981, na região de Corrèze.

Tido como filho espiritual do entusiasta da construção europeia Jacques Delors, economista de formação, o novo presidente da França, 57 anos, terá o desafio de provar que o voto que o elegeu foi a escolha por um projeto de governo, e não apenas a opção anti-sarkozista que restou.

Charge do "Le Monde"

(Excesso de promessas) - “Sr. Presidente não é possível embarcar imediatamente a bagagem da campanha”


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