9 de fev. de 2012

Adeus a Wando, o adorador de calcinhas

MINAS GERAIS - LUTO
Adeus a Wando, o adorador de calcinhas
Será sepultado hoje, 09, em Belo Horizonte, o músico, cantor e compositor Wando, falecido nesta quarta-feira, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória. No velório do cemitério Bosque da Esperança, na Região Norte de Belo Horizonte, recebeu homenagens das fãs, de autoridades, artistas, parentes e amigos. Rotulado de brega romântico, vendeu milhões de discos, era conhecido também por ganhar e colecionar calcinhas das fãs.

Foto: Marcelo Franco/Extra

Wando, o mais famoso cantor brega romântico do Brasil, num dos seus shows e a marca registrada da calcinha feminina, com o seu nome, distribuída com as fãs durante as apresentações.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: G1, Bol Notícias, Wikipedia, Veja, Extra, Hoje em Dia

Wando, como era conhecido Wanderley Alves dos Reis, 67 anos, morto nesta quarta-feira, 08, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, num hospital na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi mais que um cantor brega-romântico brasileiro.

Sucesso absoluto nos anos 70, sua morte, revelou, ainda, uma legião de fies fãs, dispostas a entregar com paixão suas calcinhas para o seu cantor preferido. Além de curtirem suas músicas as mulheres iam ao seu show para sentirem-se gostosa e os homens para encontrar mulheres em estado de excitação.

Foto: Nidin Sanches/UOL

A homenagem da Duloren, empresa que fabrica roupa íntima feminina

Artistas, políticos enviaram coroas de flores para o velório do cantor Wando, que acontece no cemitério Bosque da Esperança, na Região Norte de Belo Horizonte. O corpo do músico será enterrado às 11h desta quinta-feira (9).

Coroas de flores enviadas pela cantora Cláudia Leitte, pelo governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, pelos senadores Aécio Neves (MG) e Fernando Collor (AL), e pela atriz mineira Gorete Milagres estão entre as assinadas por amigos e pela família de Wando. Até a Duloren, empresa fabricante de roupa íntima feminina, principalmente, calcinhas, enviou uma coroa de flores para o velório do cantor.

Foto: Carlos Roberto/Hoje em Dia/AE

A fã Rosana Oliveira colocou sua calcinha sobe o caixão, ao lado da mulher de Wando, Renata Costa Lana e Souza, que emocionada a ajudou na homenagem.

Um grupo de 20 mulheres, participantes de um fã clube de Wando, cantaram músicas de sucesso do cantor no velório do cantor, no Cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte, no fim da noite desta quarta-feira (8). Elas levavam LPs e fotos de Wando, enquanto cantavam próximas ao caixão. O grupo terminou a homenagem com uma salva de palmas.

Fãs também levaram calcinhas, em referência à coleção do cantor. (Wando possuia uma coleção da vestimenta estimada em 17 mil peças.) A mania de colecionar calcinhas teve início em 1990, após o lançamento do disco Tenda dos Prazeres, que tinha a imagem de uma calcinha na capa. "Quando você vê uma calcinha ao contrário, ela parece uma tenda", foi a explicação de Wando para a arte. Apesar de ganhar muitas peças íntimas das fãs nos shows, ele mesmo passou a distribuir algumas.

Foto: Berg Silva/O Globo

Wando recolhia pessoalmente as calcinha que as fãs, tiravam, durante o show, e jogavam para o palco.

Wando pretendia contar histórias ligadas às calcinhas que recebeu de fãs em seu site oficial, mas o projeto nunca foi para a frente. "Eu tenho uma coleção enorme de calcinhas, de todas as formas, jeitos, cores e tamanhos. De pequenininha até muito grande. Eu quero mostrá-las para vocês terem ideia de até onde vai a coragem feminina", escreveu no site.

O jornal mineiro Hoje em Dia, diz que ainda é intensa a movimentação, no velório, nessa manhã de quinta-feira, quando será celebrada uma missa, seguida do enterro, só para familiares e amigos próximos.

Foto: Carlos Roberto/Hoje em Dia/AE

A aposentada Ângela Mesquita é uma das que levaram uma calcinha para o cemitério. Ela afirmou que vai ficar no cemitério até o enterro. “Trouxe essa calcinha para dar o último adeus”, disse. Ao cantarolar um dos maiores sucessos de Wando, “Fogo e Paixão” a aposentada se emocionou e chorou.

Morte de Wando

O músico morreu nesta quarta-feira, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, no Biocor Instituto, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde estava internado desde o dia 27 de janeiro.

Médicos que atenderam o cantor e familiares informaram em nota que, a partir das 5h40, houve um súbito agravamento do quadro de saúde de Wando. Em coletiva no fim da manhã desta quarta-feira (8), o coordenador do Centro de Terapia Intensiva (CTI), Heberth Miotto, explicou que a pressão arterial caiu bruscamente e, às 6h40, o paciente teve uma parada cardíaca. O óbito aconteceu às 8h, na presença da mulher de Wando, Renata Costa Lana e Souza.

Wando foi hospitalizado com quadro de angina de peito, e exames apontaram que as três artérias coronárias do coração estavam entupidas por placas de gordura. Ele estava com 110 quilos no momento da internação, 30 a mais do que o recomendado para a altura dele, segundo o cardiologista particular.

O cantor chegou a ser submetido a duas cirurgias e havia tido um infarto agudo dentro do hospital. Segundo os médicos, ele tinha três fatores de risco para doenças do coração, que são sedentarismo, excesso de peso e predisposição genética.

Foto: Eduardo Naddar/Agif/Folhapress

Wando em 2008, durante o show de lançamento da carreira solo e gravação de DVD da cantora Claudia Leitte, na praia Copacabana, Rio de Janeiro.

De feirante a ídolo romântico

Wando nasceu em 2 de outubro de 1945 – “num arraial chamado Bom Jardim [em Minas Gerais]”. Lá, ficava a fazenda que teria pertencido aos seus avós. Seu registro, no entanto, foi feito na cidade de Cajuri, no mesmo estado. Ele conta que, ainda criança, mudou-se para Juiz de Fora (MG), onde concluiu o antigo primário.

Mais tarde, ele foi para Volta Redonda (RJ), “onde eu entreguei leite nas casas, vendi jornal, virei feirante, dirigi caminhão na estrada”. Na mesma época, passou a se interessar por música, tendo inicialmente se dedicado ao estudo do “violão clássico”. “E aí eu descobri que não era legal o violão clássico para o que eu queria: eu queria tocar pras moças, né?”, afirmou em seu site oficial.

Sua carreira de cantor iniciou-se em 1969 e o sucesso veio em 1973 quando gravou seu primeiro disco na Discos Copacabana. Compôs para outros medalhões da MPB, como Jair Rodrigues, que no ano de 1974 gravou “O Importante é Ser Fevereiro”. Em 1975, Ângela Maria gravou "Vá, mas Volte". “A Menina e o Poeta” foi gravada por Roberto Carlos em seu álbum de 1976. "Moça" (1975), "Chora Coração" (1985), que fez parte da trilha sonora da telenovela Roque Santeiro, e, principalmente, "Fogo e Paixão", lançado no álbum O Mundo Romântico de Wando, de 1988, foram seu maiores sucessos.

Entre álbuns de estúdio e registros ao vivo, o site de Wando contabiliza 28 trabalhos ao todo. O cantor vendeu cerca de dez milhões de discos.


Detalhe da primeira página da edição impressa do jornal Extra do Rio de Janeiro, desta quinta-feira, 09, em homenagem a Wando.

Wando canta “Moça” de Wando

Claudia Leitte e Wando cantam “Fogo e Paixão” de Wando


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