30 de abr. de 2011

CHARGE: DUKE- O Tempo (MG)



DUKE- O Tempo (MG)


Raposas assumem controle do galinheiro ético do senado

BRASIL - SENADO
Raposas assumem controle do galinheiro ético do senado
Alguns dos mais expressivos integrantes do bloco dos suspeitos, investigáveis e investigados senadores brasileiros tomaram de assalto o Conselho de Ética do Senado Federal. Ao invés de julgadores e investigadores, grande parte desses novos integrantes, estariam melhor acomodados do outro lado: o banco dos réus. O acintoso acontecimento entra para a crônica politica como um ato extremo de cinismo e ousadia. A sociedade brasileira, que perdeu completamente a capacidade de indignação, não se manifestou.


Por instinto, as raposas são ardilosas, traiçoeiras e inescrupulosas, são capazes de tudo para alcançar seus sórdidos objetivos

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Folha de São Paulo, Estadão, Veja - Abril, Estadão, Agência Brasil, APP, Wikipedia

Quando obrigado a instalar o novo Conselho de Ética do Senado Federal, a velha raposa maranhense, José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado federal, resolveu anular, de vez, qualquer iniciativa do órgão, encarregado de investigar e julgar senadores que por ventura tenham cometidos abusos de poder, atos criminosos, ou tenham se comportado de forma desonrosa.

Tradicionalmente o Conselho de Ética sempre foi acusado de nunca funcionar. Acusam-no de minimizar os desmandos dos senadores, acobertar suas traquinagens, compreender estranhas promiscuidades com o crime e supostos atos de corrupção e nunca levando a efeito um processo que pudesse condenar os membros do senado, embora, nos últimos anos, motivos e chances não tivessem faltado.

Mesmo assim, todo cuidado é pouco, raposas como Sarney, sempre põe os bigodes de molho, não dando chance para o azar.

“O Conselho de Ética estava desativado havia cerca de dois anos, quando a bancada oposicionista renunciou coletivamente em protesto contra o arquivamento de todos os processos relativos ao "escândalo dos atos secretos" que envolviam José Sarney”.

Onze nebulosos processos foram para a lixeira. O presidente do Conselho de Ética, o amigo e correligionário de Sarney, o senador João Alberto, mandou arquivar, sem investigar, todas as acusações que pesavam contra o amigo, usando da prerrogativa de não haver nada que o impedisse, pois até então, não havia sido elaborado um regimento interno, para funcionamento do órgão.

A oposição acusa o senador João Alberto de ser portador da síndrome do arquivamento compulsivo e cinismo desenfreado. Por isso, Sarney o reconduziu ao cargo, e ele depois de empossado presidente do Conselho de Ética, disse que ia se conduzir com “independência”.

Segundo se especulou, para reativar o Conselho, o presidente do senado José Sarney, tratou de mancomunar-se com o não menos investigado senador Renan Calheiros, raposa das Alagoas.

Com efeito, escalaram a dedo os 15 senadores que terão assento efetivo no órgão. Foi uma seleção primorosa. Todas as precauções foram tomadas, para que os nomeados fosse o que de melhor havia nas bancadas dos investigados e suspeitos.

Partem do raciocínio de que gente investigada, não gosta de investigar ninguém. Seguindo esse raciocínio, conseguiram nomear entre os 15 senadores que terão assento efetivo no Conselho, oito que estão pendurados, em processos ou inquéritos no Superior Tribunal Federal (STF) ou encontram-se envolvidos em acusações com alguma falcatrua. Não é genial?

Puseram raposas rapineiras, com culpa no cartório, para tomar conta do galinheiro.

Não podia ser diferente, a velha raposa maranhense, José Sarney, usou toda a sua experiência do seu currículo de investigado, evitando que novas acusações tomassem folego, quer contra ele, ou qualquer companheiro desencaminhado.

Por outro lado, a raposa alagoana, Renan Calheiros, líder do PMDB, foi mais ousado, apressou-se em nomear-se integrante efetivo do Conselho de Ética. Um golpe de mestre de duplo efeito: enquanto zela para que ninguém lhe investigue, pode sorri ameaçador para os inimigos, que possam eventualmente cair em suas mãos para serem julgados.

Renan, também tem experiência de investigado pelo Conselho de Ética, cinco processos foram elaborados enquanto ele exercia o cargo de presidente do Senado, em 2007.

Uma dessas acusações apontava que uma empreiteira suspostamente pagava, em seu lugar, uma pensão alimentícia, para custear as despesas de uma filha concebida fora do matrimônio.

A situação ficou tão periclitante, que para reduzir a pressão, aconselhado pelo próprio Sarney, Renan foi forçado a renunciar à presidência do Senado. Há época, Renan era acusado, a usar de dossiês, contra os que o acusavam, chantageando-os para ser absolvido. Surpreende que agora ele volte como o mais poderoso membro efetivo do Conselho de Ética.

Mas ele não está só, encontrará no conselho, também como membro efetivo, outra raposas de fino trato, como o senador Romero Jucá (RR), líder do Governo no Senado, que tem uma extensa folha corrida de investigação de corrupção, obscuros escândalos e suposto enriquecimento ilícito.

Outro destaque é o senador Gim Argello (PTB-DF), aquele que se viu obrigado a renunciar à presidência da Comissão Mista de Orçamento, descoberto manipulando verbas parlamentares em benefício de "laranjas". Argello também é investigado em inquérito que tramita no STF por ter alugado computadores por valor superfaturado quando era deputado distrital em Brasília.

No mesmo patamar está o senador Edison Lobão Filho, do PMDB do Maranhão, afinal há muitas semelhanças entre lobos e raposas, chegou ao Senado sem um único voto, na vaga de suplente do pai, o ministro Edison Lobão, das Minas e Energia. Como empresário, é acusado de ser sócio oculto de uma distribuidora de bebidas que sonegou milhões de reais em impostos e de manter uma emissora clandestina de TV no interior do Maranhão.

Por tudo isso, não será impróprio chamar de alcateia ou raposada, o novo Conselho de ética do Senado. Por sinal a enciclopédia ensina que as raposas sul-americanas são falsas, “elas estão mais para o gênero vulpes”, da estirpe dos lobos e cachorrões.

O pior é que esses inescrupulosos animais veem, o povo brasileiro, como imprudentes e submissas galinhas que lhe servirão de repasto.

Em qualquer democracia do mundo, uma manobra como essa faria a oposição levar multidões em protesto as praças. Por aqui, o povo anestesiado com a escalada da impunidade, sem lideranças éticas motivadoras e confiáveis, abaixa a cabeça e curva-se a essa matilha organizada.

Até quando?


QUEM JULGARÁ AS RAPOSAS? - Renan Calheiros, Romero Jucá, Gim Argello e Edison Lobão Filho, novos membros do Conselho de Ética do Senado, cuidando para garantir impunidades


29 de abr. de 2011

LONDRES - CASAMENTO DO SÉCULO: Príncipe William e Kate já são marido e mulher

LONDRES - CASAMENTO DO SÉCULO
Príncipe William e Kate já são marido e mulher
Distintos plebeus, nobres e cabeças coroadas, compareceram à abadia de Westminster em Londres, para a cerimonia de casamento do príncipe William com a plebeia Kate Middleton, nominado o casamento do século

Foto: Matt Dunham/Associated Press

Foto: Darren Staples/Reuters

Os recém-casados Príncipe William e Kate Middleton selado o seu amor com não um, mas com dois beijos no balcão do Palácio de Buckingham para deleite dos súditos e turistas

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Le Monde, The Sun, Reuters, The Times, The New York Times, Stern, BBC Brasil

O príncipe William, segundo na linha de sucessão do trono britânico, e sua namorada de longa data, Kate Middleton, foram formalmente declarados casados nesta sexta-feira, em cerimônia na abadia de Westminster, em Londres.

Foto: Dominic Lipinsk/AFP

William, 28, e Middleton, 29, trocaram votos perante quase 2 mil convidados na abadia, observados por uma audiência de milhões na televisão e na Internet. Os noivos foram formalmente declarados casados pelo arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, líder espiritual da Igreja da Inglaterra.

Kate deixou um hotel em Londres e chegou à abadia de Westminster para a cerimônia cheia de pompa e esplendor, aguardada por uma gigantesca audiência global.

Middleton, a primeira plebeia a casar com um príncipe tão próximo ao trono em mais de 350 anos, é vista como a nova face moderna da monarquia britânica.

Após semanas de especulações na imprensa especializada em moda, os detalhes do vestido da noiva foram revelados enquanto Kate Middleton entrava na limusine Rolls Royce para casar e se tornar Sua Alteza Real, a duquesa de Cambridge chegou à abadia usando um vestido longo e branco, de mangas rendadas, deixando entrever os ombros. O trabalho foi feito pela Escola Real de Costura, em Hampton Court.

Foto: Peter Macdiarmid/Getty Images

Kate Middleton chegando a Abadia de Westminster acompanhada do seu pai Michael Middleton

Foto: Toby Melville/Reuters

Sob o véu de 2,70 metros, Kate usava uma tiara de diamantes - emprestada pela própria rainha - e dois delicados brincos de brilhantes, desenhados por Sarah Burton, diretora de criação da grife fundada por Alexander McQueen, um ícone da moda britânica falecido no ano passado.

Foto: Getty Images

Confirmando os rumores o vestido usado por Kate Middleton, que tem uma cauda de 2,7 metros, no casamento real, é mesmo uma criação de Sarah Burton, diretora da marca britânica Alexander McQueen. A estilista esteve no hotel da noiva pouco antes do casamento para acertar os últimos pormenores da vestimenta.

Os sinos badalaram e as trombetas tocaram enquanto os 1.900 convidados chegavam à histórica abadia, local de coroação para a monarquia desde que William, o Conquistador, foi coroado em 1066.

Foto: Dominic Lipinsk/AFP>

Elton John, seguido do seu parceiro David Furnish, é orientado pelo cerimonial para se posicionar entre os convidados, ele era um dos amigos querido da Princesa Diana, mãe do príncipe William

Foto:Ben Stansall/AFP

Momentos antes da cerimônia o Primeiro Ministro britânico David Cameron, chega com sua esposa Samantha à Abadia de Westminster

Foto: Reuters

O ator britânico Rowan Sebastian Atkinson, mais conhecido pelo personagem Mr Been, estava entre os ilustres convidados.

Foto: Pasca Le Segretain/Getty Images

Guy Ritchie, o cineasta britânico e ex-marido de Madonna, uma das poucas celebridades do showbiz convidado

Foto: Ben Stansall/Getty Images

O casal David e Victoria Beckham esbanja elegância

A rainha Elizabeth, o jogador de futebol David Beckham e sua mulher Victoria, o cantor Elton John e a o primeiro-ministro britânico, David Cameron, estavam entre os convidados.

Eles se juntaram a 50 chefes de Estado, integrantes de instituições de caridade e veteranos de guerra que conheceram o príncipe durante seu treinamento militar.

Foto: Dylan Martinez/Reuters

Uma festa britânica com certeza

Foto: John Giles/AFP

Turista chinesa tira um cochilo enquanto espera o inicio da cerimônia

Foto: Ulisses Neto/ Portal Terra

Brasileiros marcando presença no trajeto do cortejo do casamento

Foto: Geoff Caddick/AFP

É como a Oktoberfest sem cerveja – descreveu um turista alemão para o jornal berlinense Stern

Milhares de pessoas de todo o mundo se reuniam do lado de fora da histórica abadia, muitas delas passaram a noite acampadas no local para ter uma visão melhor dos monarcas, celebridades, políticos e amigos que compõem a lista de convidados.

Para analistas, mais que uma simples união, o casamento real representa uma esperança de renovação da monarquia britânica.

Especialistas na história da realeza do Reino Unido afirmam que membros da monarquia, da aristocracia e do universo político britânico acreditam que a união de Kate e William sobreviverá e será longa e feliz, ao contrário de muitas uniões recentes da família real do país.

Foto: Dominic Lipinsk/AFP

A chegada da família real inglesa à Abadia de Westminster, pouco antes do inicio do casamento

Segundo o repórter da BBC especializado em monarquia Peter Hunt, a realeza "sobrevive ao ser notada e murcharia se fosse ignorada".

Por isso, afirma ele, casamentos são importantes para a família real, porque "revigoram instituições centenárias", renovam o interesse do público em suas atividades e prometem a chegada de uma nova geração - que perpetuaria a dinastia de Windsor.

Foto: Anthony Devlin/AFP

A noiva chega, com o pai , diante do altar onde vai ser realizada a cerimonia

Foto: Dominic Lipinsk/AFP

Aos pés do altar o pai de Kate entrega a filha ao futuro marido o príncipe William, o primeiro ato oficial para dar inicio ao casamento

Foto: Anthony Devlin/WPA-Pool/Getty Images

O casal assiste a pregação do arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, líder espiritual da Igreja da Inglaterra

Foto: Dominic Lipinsk/AFP

O casal se posiciona para o início da cerimonia

Foto: Dominic Lipinsk/ AFP

Foto: Associated Press

Principe William põe a aliança na esposa Kate

Foto: Toby Melville/Reuters

Foto: Ben Stansall/AFP

Na condição de marido e mulher o casal sai da Abadia de Abadia de Westminster, consta que desde Diana, as mulheres da realeza não juram mais obediência aos maridos

Foto: Ben Stansall/AFP

Começa o cortejo em direção ao Palácio de Buckingham, na mesma carruagem aberta que conduziu a princesa Diana, mãe de William e seu pai o príncipe Charles

Foto: Matt Cardy/Getty Images

A rainha Elizabeth II e o Príncipe Philip, Duke de Edinburgh acompanham o cortejo de carruagens

Apesar de enormes mudanças na atitude da realeza desde o início do reinado de Elizabeth 2ª, em 1952, pesquisas de opinião revelam que a maioria da população ainda é favorável ao status quo britânico. Na semana passada, o jornal The Guardian publicou consulta revelando que 66% do público acredita que a realeza é relevante para a vida do Reino Unido.

De acordo com especialistas ainda há dúvidas, entretanto, sobre como será a "era William e Kate".

Há perguntas sem resposta, como qual será o futuro papel de Kate na família real? Ou como o casal lidará com a demanda cada vez maior por visibilidade, à medida que a rainha - já octogenária - inevitavelmente for reduzindo suas atividades públicas? E quais são os riscos de um casal jovem ofuscar o homem que será o futuro rei, o príncipe Charles?

Foto: Nir Elias/Reuters.

No meio da multidão duas súditas, vestidas de noiva, lamentam por não terem sido elas as escolhidas

As respostas surgirão nos próximos meses e anos. Sabe-se de imediato que William tem um destino a cumprir, como piloto da Força Aérea Britânica e segundo na linha de sucessão do trono britânico. Seu destino é, um dia, ser rei.

Já Kate terá que conquistar seu papel como membro sênior da realeza, e achar algumas causas de caridade para representar.

Acredita-se que William - que se ressente da perseguição dos paparazzi à sua mãe, a princesa Diana - tente obter um acordo para aplacar o sempre voraz apetite da imprensa britânica, e assim conseguir viver sua vida de casado com relativa privacidade.

Alguns especialistas acreditam que a opção do casal pela discrição já tenha sido demonstrada no planejamento do casamento - repleto de pompa e circunstância, mas não muito extravagante.

Sabe-se que a crise econômica vivida pelo Reino Unido não permitiria um casamento extremamente luxuoso.

Foto: Finney Julian/Getty-Images

Outro grupo de “noivas” inconformadas, divertem-se especulando como seria a roupa de baixo da noiva real

Mas analistas insistem em afirmar que a escolha da Abadia de Wesminster - em vez da Catedral de Saint Paul, onde Charles e Diana se casaram - e por um coquetel seguido de jantar no palácio de Buckingham após a cerimônia religiosa, se deve também ao fato de que William e Kate querem ser a cara de uma monarquia mais simples, contemporânea e mais "pé no chão".

Muitos acreditam que o casamento dê um impulso à economia britânica, que passa por uma das mais graves crises de sua história - com turismo, vendas e comunicação entre os setores que seriam mais beneficiados.

Analistas de varejo estimam que cerca de 707 milhões de euros (cerca de R$ 1,6 bi) sejam gastos na Grã-Bretanha como resultado do casamento. Segundo projeções, donos de restaurantes e hotéis podem esperar dois anos de aumento nas cifras do turismo, com o casamento em 2011 seguido pelas Olimpíadas, em 2012.

Empresas de mídia também podem esperar números de audiência excepcionais. Alguns economistas acreditam que o evento possa até mesmo estimular a confiança dos consumidores, levando pessoas a gastar mais.

A agência de promoção do turismo na Grã-Bretanha, VisitBritain, estima que 600 mil pessoas tenham vindo para a capital na sexta-feira, motivadas pelo evento.

A realidade britânica, que encolheu 0,5% no trimestre final de 2010, não deve mudar apenas com o casamento, os críticos chegam a afirmar que os benefício imediatos advindo do evento pode ser ofuscado pela perda de produtividade durante o feriado decretado no dia do casamento pelo premiê David Cameron.

Foto: Adrian Murrell/Getty Images

Nas vitrines londrinas ousadia sobre o tema do casamento real


21 de abr. de 2011

Venda do primeiro lote do pré-sal é festejada com outro aumento no preço da gasolina - Augusto Nunes

OPINIÃO
Venda do primeiro lote do pré-sal é festejada
com outro aumento no preço da gasolina

Charge de Amarildo

Augusto Nunes
Fonte: Blog do Augusto Nunes

Em agosto de 2008, o presidente Lula informou à nação que as jazidas do pré-sal haviam desbastado os atalhos que conduziam ao Brasil Maravilha, registrado em cartório um ano e meio mais tarde. Como a Petrobras reinventada pelo maior dos governantes desde Tomé de Souza já tornara o país auto-suficiente em petróleo, o preço da gasolina seria calculado em centavos. E o caçula da OPEP teria dinheiro de sobra para tornar formidável o que já era bom demais.

“Nós temos que usar esse petróleo para resolver um problema crônico de investimento na educação e para tirar esse atraso, e vamos usar parte desse dinheiro para resolver o problema dos miseráveis desse país, das pessoas que ainda não conquistaram cidadania”, exemplificou o palanqueiro numa discurseira na Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. Horas mais tarde, Dilma Rousseff engatou a quinta marcha e pisou no acelerador.

“O pré-sal é um recurso tão importante para a nossa geração e próximas que é de fato um conjunto da população brasileira”, comunicou em dilmês primitivo. “Isso define o princípio que vai nortear o governo sobre seu uso, que é tomar todas as medidas para transformar esse grande recurso em fonte que vai permitir que os brasileiros tenham melhoria da educação, das condições que permitirão que avancemos em direção à sociedade do conhecimento, que inova e faz pesquisa, e pela forma que chegamos ao pré-sal”.

Nos meses seguintes, Lula e Dilma garantiram que o colosso no fundo do mar faria o País do Carnaval matar de inveja qualquer dinamarquês com assombros que aperfeiçoariam praticamente tudo, menos a moral e os bons costumes. Nesta terça-feira, a Petrobras vendeu para a Empresa Nacional de Petróleo do Chile a primeira carga do pré-sal ─ 1 milhão de barris, extraídos do campo Tupi (rebatizado de Campo Lula por José Sérgio Gabrielli, que ainda vai virar nome de troféu disputado por campeões da vassalagem). Nesta quarta, a Folha constatou que o preço da gasolina (batizada com álcool) subiu quase 5% em um mês. Com isso, a inflação deverá ultrapassar já neste abril o teto oficial, fixado em 6,5% ao ano pelo próprio governo.

Para Lula e Dilma, o pré-sal foi “uma dádiva de Deus”. Chegou aos demais brasileiros em forma de aumento de preços. Como é coisa da Divina Providência, resta à multidão de insatisfeitos queixar-se ao bispo.


*Acrescentamos ilustração ao texto original

Sila Sahin, a mulçumana despida

ALEMANHA – TURQUIA
Sila Sahin, a mulçumana despida
A atriz alemã de origem turca, será a estrela da próxima da Playboy alemã, edição de maio. Por ter sido educada numa família mulçumana dentro dos rigores da comunidade turca na Alemanha, seu gesto causou um debate e uma polêmica que há muito não aconteciam com a publicação de fotos despidas de uma atriz de sucesso. Pessoalmente Sahin está em meio a um turbilhão: a família a está repudiando, grupos radicais a ameaçam, enquanto feministas, que normalmente, desaprovam a exposição feminina nesse tipo de publicação, podem vir a apoiá-la.

Foto: Divulgação

Sila Sahin num ensaio nu que é um gesto político

Postado por Toinho de Passira
Fontes: DN News, Huffington Post, 15min, Playboy, Epoca – Blog de José Antonio Lima, Mags Archives, Hindustan Times, GMX Net, TG.com, Daily Mail, YTL Community

A turca alemã, Sila Sahin, de 25 anos, nascida em Berlim, atriz de sucesso, atualmente estrela uma popular novela, “Gute Zeiten, Zeiten schlechte” (Tempo bom, tempo ruim) no canal RTL, era considerada uma mulher bem comportada e até discreta. “Um exemplo perfeito de como uma jovem mulçumana moderna deve se comportar em uma sociedade multicultural, tornando sua família feliz e orgulhosa da filha, diz o jornal britânico Daily Mail.

Por isso surpreendeu e causou polêmica, muito mais do que da conta, o fato dela ser a estrela da próxima edição revista Playboy alemã, que estará nas bancas no início de maio. Sila Sahin é a primeira mulher mulçumana a aparecer nua numa revista.

A notícia de que ela apareceria nas páginas da revista começou a causar polêmica desde o momento em que as primeiras fotos da capa foram reveladas. A imagem trazia Sila com o seio à mostra, o que enfureceu alguns seguimentos mais radicais da comunidade turca na Alemanha. Agora que mais imagens de divulgação exibem fotos muito mais reveladoras, a indignação pode virar fúria e ameaçar a segurança física da atriz.

Para piorar as coisas, há informações, que as imagens contidas nas 12 páginas da revista, são muitíssimo mais ousadas que as publicadas até agora a título de divulgação.

Normalmente as mulheres que posam nuas para revistas masculinas são repudiadas pelos grupos feministas, mas no caso de Sahin, há quem veja, o gesto tido normalmente como vulgar, como uma importante contribuição para o debate sobre a emancipação das mulheres muçulmanas.

Foto: Divulgação

Numa entrevista na própria revista Sahin explica a sua decisão de posar sem roupa:

"Eu fiz isso porque eu queria ser finalmente livre", disse ela. "Estas fotografias são uma liberação das restrições da minha infância."

"Minha educação foi conservadora", ela disse a Playboy. "Sempre me disseram, você não deve sair, não deve cultivar uma aparência atraente, deve ter amigos do sexo masculino e muito menos namorados”.

“Como resultado, desenvolvi um extremo desejo de liberdade. Eu me sinto como Che Guevara. Eu tenho que fazer tudo que eu quero, senão eu sinto como se estivesse morta”.

E de acordo com Sahin, seus amigos ficaram impressionados com a divulgação da revista. "Eles admiram minha coragem", diz ela.

Foto: Divulgação

Mas as criticas da comunidade são bem mais expressivos que os elogios. Mesmo figuras populares do showbiz como o comediante Murat Total, um turco austríaco, de 36 anos, radicado na Alemanha, reprovou, através da mídia, com veemência a decisão da atriz.

O tema atingiu a sensibilidade dos alemães e não apenas entre os leitores habituais de revistas masculinas. Percebe-se agora, por exemplo, que os turcos têm de fazer escolhas difíceis a fim de se integrar na sociedade alemã.

As mulheres turcas são criadas com uma mistura confusa de valores. Enquanto em casa e na familia são contidas para manter uma postura tradicional, são expostas nas escola e nas ruas a uma outra realidade com valores bem diversos.

Foto: Divulgação

Segundo o Times, um antropólogo da universidade alemã, afirmou:

"Temos de nos mantermos atualizado sobre o debate multicultural. É provavelmente a primeira vez em minha carreira acadêmica que vou amortizar os custos de uma revista masculina”, como material de pesquisa.

O primeiro impacto, porém, veio da família horrorizada com as imagens. Mesmo sabendo que não seria aprovada, a dura reação de repudio familiar, está acima de suas expectativas e surpreendeu a própria atriz.

Foto: Divulgação

"Minha mãe ainda está zangada. Será ainda mais difícil com os meus avós, minhas tias e meus tios ", disse ela no site dedicado à sua telenovela.

O seu pai, que é ator, conversou com ela. Disse estar infeliz, mas pricipalmente preocupado com a pressão que ela irá sofrer, não apenas da comunidade turca na Alemanha (onde há 3,5 milhões de patrícios, contando com os de dupla nacionalidade), mas do mundo mulçumano, como um todo.

Na verdade a familia de Sahin só soube que ela estaria nua nas páginas da próxima Playboy alemã, atráves de uma entrevista que ela concedeu a televisão RTL, um dia antes das fotos serem divulgadas, no site da revista.

Enquanto algumas das fotos eram exibidas ela pedia a sua mãe e pai para entenderem a razão de sua decisão, e emocionada chegou a implorar clemência aos familiares.

"Espero que vocês possam me perdoar, disse ela.

'Por favor, deixe-me voltar para casa. "

Nós do “thepassiranews” estamos oferecendo asilo emocional a Sila Sahin.


20 de abr. de 2011

OPINIÃO: Aécio e Lula - Demonstenes Torres

OPINIÃO
Aécio e Lula
O senador Demónstenes Torres (DEM/GO) comenta a euforia das hostes do governo em transformar em grande mácula o incidente envolvendo o senador Aécio Neves (PSDB-MG) que ao seu parado por um blitz no Rio de Janeiro, no último fim de semana, estava com a carteira de habilitação vencida e se recusou a se submeter ao teste do bafômetro.

Demónstenes Torres
Fonte: Blog do Noblat

Alguns a serviço do governo estão praticando seu esporte predileto, tentar transformar a oposição em culpada por qualquer coisa. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou seus oito anos de mandato bebendo e dirigindo o País e ninguém seu aliado achou que fosse inconveniente.

De fato, além de ser um péssimo exemplo para a juventude por causa do malefício do álcool, não consta que o então mandatário tenha prejudicado sua atuação no dia-a-dia por causa da caninha. Agora, jogam sobre o senador Aécio Neves um problema que está do lado de lá.

Aécio foi parado por uma blitz no Rio de Janeiro, no último fim de semana, e estava com a carteira de habilitação vencida. Teve a decência de entregar a CNH sem se valer da carteirada como é praticamente usual com o grupo que, para cada oportunidade, saca o cartão corporativo ou o crachá do Planalto.

Ao contrário, o senador chamou um motorista de táxi, que levou o carro até sua residência na própria capital carioca. Foi um erro, ficou ruim como exemplo para a juventude, mas longe da grita dos que estão acostumados à bebedeira federal.

Os agentes pediram a Aécio que fizesse o teste do bafômetro. Como milhares de brasileiros, ele usou seu direito constitucional de se recusar, até com um argumento menos legalista e mais prático. Não iria dirigir dali em diante, então, não precisaria provar que estava em condição de guiar o veículo. Para o trecho em que havia dirigido, nenhuma ocorrência.

Para o particular, existe a prerrogativa de não fazer prova contra si; para o político, a condenação acompanha o cargo, é culpado até que absolvição por magistrado diga o contrário.

A mesma cobrança nunca foi feita pela companheirada no caso do ex-presidente ou de qualquer outro político. Talvez porque 99% deles tenham motoristas ou devido, quem sabe, ao fato de Aécio ser de fato diferente. Além de ele mesmo guiar, houve outro componente: em nenhum momento tentou se safar da ocorrência.

Não ligou para o amigo Fulano na força policial ou o Beltrano no departamento de trânsito, enfim, essas artimanhas tão queridas à companheirada. Seu único chamado foi ao taxista.

Enfrentou seu erro, foi punido por ele e não se esquivou sequer da repercussão. Se fosse alguém do governo, seria protegido pela camarilha até aparecer em público culpando a oposição.

Onde está o escândalo? Se for no uso do etilômetro, o próprio Superior Tribunal de Justiça tem isentado inclusive aqueles que provocam acidentes. Aécio não fez vítimas, não passou sequer susto em alguém.

Mas o governo, via aliados principalmente na internet, quer comparar o caso com a defesa que o líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira, fez do plantio e do consumo de maconha.

Não há qualquer relação. Aécio se recusou a produzir prova contra si, o líder governista quer produzir droga para o uso e o tráfico.

Tenta-se, por meio dos entrincheirados na frente de batalha virtual, fazer com que a CNH vencida de um integrante da oposição ofusque as trapalhadas do governo. Mas é impossível encobrir, por exemplo, que Lula gastou 70% a mais em publicidade, retirando dinheiro de áreas sensíveis.

Impossível omitir que a atuação da Polícia Federal nas fronteiras está prejudicada porque foram retirados 40% de suas verbas. No entender dos líderes de agentes e escrivães da PF, o trabalho está comprometido, inclusive para combater a entrada de armas e drogas.

Enquanto se tenta esconder as malfeitorias oficiais no biombo da carteira de Aécio, a política do “bebe, mas faz” continua prevalecendo.

Deve ser essa a desculpa, de estar bêbado durante a declaração, para o líder que defende a criação de cooperativa de produtores de maconha, certamente para receber recursos dos programas de agricultura familiar.

Os que atacam Aécio serão regiamente pagos, inclusive para evitar que se relembrem os dias de tensão quando o ex-presidente movido a etanol tentou expulsar do Brasil o correspondente estrangeiro que dele falou o óbvio.

Aécio errou e foi punido. Faltam os demais.


*Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM/GO)
**Acrescentamos subtítulo e foto ao texto original

17 de abr. de 2011

OPINIÃO: Transposição: da festa ao abandono - Tereziha Nunes

OPINIÃO
Transposição: da festa ao abandono
As obras de transposição do rio São Francisco foram abandonadas. O projeto faraônico, que já consumiu milhões, transformou-se num cemitério piramidal. O clima de abandono contrasta com os áureos tempos gloriosos, nas vésperas das eleições, quando a obra recebia gigantescas comitivas lideradas por Lula e sua candidata

Foto: Ricardo Stukert/PR

Na época das eleições, Lula e a candidata Dilma foram ao sertão pernambucano explodir o Velho Chico para ganhar votos

Terezinha Nunes
Fonte: Blog do Jamildo

No dia 15 de outubro de 2010 o Brasil inteiro viu a festa-acampamento que o presidente Lula, acompanhado da então ministra e já candidata Dilma Rousseff, de governadores, ministros, 150 funcionários federais e 26 jornalistas, entre eles correspondentes no Brasil do The Economist, Der Spiegel, Le Monde e BBC, patrocinou no distrito de Porto da Barra, no município pernambucano de Sertânia, em comemoração às obras da Transposição do Rio São Francisco.

Não era para menos. Enquanto a comitiva se refestelava, saboreando, durante o jantar , camarão, filé, salada, risoto de parmezão e purê de alho poró e assistindo a um show do compositor Maciel Melo, 2.700 operários e centenas de máquinas se movimentavam dia e noite nos dois canteiros de obras de Sertânia: o canteiro 12 – próximo à sede do município – e o 11, em Porto da Barra, onde o Planalto montou o acampamento para o presidente e comitiva.

Neste momento, 17 meses depois que o Brasil conheceu a “Coluna Lula”, uma corruptela da “ Coluna Prestes”, com batizaram alguns órgãos de imprensa, pois o presidente andou com seu séquito por vários estados vendo as obras da transposição, a situação é exatamente oposta.

Foto: Evelson de Freitas /AE

O canteiro de obras da transposição do rio São Francisco, agora abandonado, teve até um surrealista tapete vermelho para receber o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff

A festa deu lugar à desolação. Nos dois canteiros de Sertânia, onde o presidente, como está registrado nos jornais da época, pousou para fotografias ao lado de operários e de ministros como Gedel Vieira Lima, não há viv´alma para testemunhar o que aconteceu. Os 2.700 operários foram demitidos, as máquinas desapareceram e , nos dois locais, apenas 20 vigilantes restaram empregados e lá se encontram para evitar depredação.

Em outros canteiros da transposição em Pernambuco e em outros estados do Nordeste, o panorama é o mesmo mas Sertânia virou símbolo da obra pois o presidente, além da festa que promoveu o município a notícia nacional, prometeu, em pronunciamento, inaugurar os dois trechos citados antes de deixar o Governo.

As pessoas que investiram em restaurantes, pousadas, ou construíram casas para alugar aos trabalhadores da obra, vivem reclamando do prejuízo e esperando alguma notícia sobre a continuidade do trabalho. Toda dia um boato se espalha sobre uma nova data mas logo depois é desfeito.

A desmontagem total dos dois acampamentos começou há dois meses e os operários já tomaram outro rumo. Depois de recebida a indenização das construtoras viajaram em busca de outras oportunidades, deixando atrás de si a seca que já castiga o solo árido do município sertanejo e a esperança em dias melhores.

Ninguém mais quer apostar na obra. Até porque, depois de eleita, a presidente Dilma, esqueceu a visita de pré-campanha, e só prometeu concluir a Transnordestina, outra obra iniciada por Lula no sertão. Dilma não deu um pio sobre a Transposição. Embora o canteiro da Transnordestina que existe em Sertânia também esteja com as obras paralisadas as pessoas nas ruas apostam que a presidente vai dar um jeito de retomar os trabalhos mas a Transposição é um enigma.

A Assembléia Legislativa de Pernambuco criou uma comissão de deputados para tentar conseguir a retomada das obras mas até o momento nada de concreto se conseguiu, além de promessas de empenho.


Terezinha Nunes é Deputado Estadual de Pernambuco pelo Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB

Acrescentamos subtítulo, fotos e legendas ao texto original.

Charge: LEANDRO - Diario de Guarulhos (SP)



LEANDRO - - Diario de Guarulhos (SP)


OPINIÃO: A grande confusão - Miriam Leitão

OPINIÃO
A grande confusão
A jornalista, Miriam Leitão, constata o caos da infraestrutura brasileira, na atualidade, nem precisa esperar a Copa do Mundo, 2014, ou Olimpíadas em 2016, o colapso está acontecendo agora

Foto: Fernando Donasci/Reuters

Aeroportos brasileiros, o caos como rotina

Miriam Leitão
Fontes: Blog de Miriam Leitão

A infraestrutura brasileira está perto do colapso. Falta tudo, inclusive o básico, o simples. As operadoras de celular prestam serviço cada vez pior. Os aeroportos entupidos e o descaso das companhias irritam brasileiros e desorientam os estrangeiros. O trânsito nas cidades é indescritível. Portos não funcionam. O governo investe errado. Basta sair de casa para ver.

Não é necessário mais um estudo do Ipea para saber que os aeroportos não ficarão prontos a tempo, basta circular. Eles permanecem congelados no tempo e nos problemas. Nem é pela Copa. É por nós e agora que eles precisam avançar. Joseph Blatter irritou as autoridades mas estava certo, e o governo agora usará o atraso como álibi para não cumprir os procedimentos em obras públicas. O PAC não era um supersistema gerencial que permitia ter o controle do andamento dos projetos?

Senadora Marta Suplicy, a relatora que não sabe, nem quer saber
Num país onde falta tudo, a maior obra de infraestrutura, que vai consumir mais da metade do orçamento para ferrovias dos próximos anos, é o polêmico trem-bala. Ele foi aprovado no Senado esta semana depois de um debate entre especialistas de diversas áreas.

Foram desde o BNDES até especialistas independentes, com análises técnicas do projeto. Ótimo momento para que os senadores entendessem em que estavam votando. Lá, foi dito que não há estudo de engenharia detalhado, portanto, não se sabe quanto a obra custará, de fato.

O governo defende o absurdo de o Tesouro ser o garantidor de R$ 20 bilhões emprestados pelo BNDES. O Estado empresta, o Estado avaliza se o executor der o calote, o Estado será sócio, o Estado dará ainda um subsídio direto de R$ 5 bilhões. Tudo com o nosso dinheiro.

A ideia em si de uma ligação por trem-bala entre Rio e São Paulo é sedutora. O diabo está nos detalhes, principalmente nos que nós não conhecemos porque fazer uma obra em que haverá escavações de rocha e indenizações sem um estudo detalhado é uma insensatez. Mesmo assim, a relatora Marta Suplicy (PT-SP) apresentou um parecer favorável à obra no dia seguinte desse debate em que foram apresentadas tantas dúvidas técnicas. Um detalhe revelador: a relatora não acompanhou o debate e a apresentação dos técnicos. Não se deu sequer ao trabalho de ouvir os riscos mostrados pelos especialistas sobre o assunto que relatou favoravelmente no dia seguinte. Comportamento diferente teve a oposição e certos senadores da base do governo que acompanharam com atenção o debate. Ricardo Ferraço (PMDB-ES) é um desses que faz parte da base do governo, mas que ouviu tudo e fez uma comparação interessante: com uma fração, não mais que 10% do preço atual do trem-bala, poderia ser feito no seu estado o que se quer há décadas: a dragagem do porto de Vitória.

Há oito anos, no começo do período Paulo Hartung, o governo estadual tentou fazer a dragagem e foi impedido porque tinha que ser uma obra federal. O governo federal disse que faria e não fez. Lá, só podem entrar navios pequenos, e na maré cheia. Isso num estado que quer tirar o melhor proveito de sua vocação logística.

Fiz um programa sobre turismo na Globonews tentando entender o que mais - além do câmbio desfavorável - atrapalha o turismo brasileiro, porque o país no ano passado teve déficit de US$ 10 bilhões na balança de turismo e nos primeiros dois meses deste ano o déficit está aumentando. Um país com tantas belezas e com atrações para todo o tipo de turismo, o que nos atrapalha? André Coelho contou que a pesquisa de conjuntura de turismo que a Fundação Getulio Vargas faz com 80 presidentes de operadores de turismo acaba de mostrar aumento de faturamento no setor. Ele cresce puxado pelo aumento da classe C. Mário Moysés, da Embratur, disse que falta “conectividade”, poucos vôos ligam o Brasil aos países dos quais podemos atrair turistas. Há poucos aeroportos de chegada e os grandes estão superlotados. Numa pesquisa feita pela FIPE, turistas que deixavam o país reclamaram, entre outras coisas, da falta de algo fácil de resolver: falta sinalização que eles possam entender. O turista se sente perdido no Brasil.

Quinta-feira tive um dia desses típicos de qualquer brasileiro quando precisa circular pelas cidades em horas de pico e pegar voos de ida e volta. Saí muito mais cedo de casa, contando com o trânsito caótico. No caminho, fui trocando de celular porque a TIM e a Vivo têm cada vez mais pontos cegos na cidade e a ligação caia. O celular de Alvaro Gribel, que é da Oi, também não pegava ontem na casa dele. A internet banda larga cai com frequência. Tenho reclamado com a TIM há um mês, sem solução, porque para falar no celular eu tenho que sair de casa; dentro de casa não há cobertura. O motorista de taxi me disse que ouve o mesmo de todas operadoras. Estamos retrocedendo.

No aeroporto, meu voo não aparecia na visor, o que me obrigou a ir duas vezes ao balcão de informação. Lá, soube de duas trocas de portão. Um estrangeiro se perderia, pensei. Quando cheguei à aeronave, um estrangeiro estava sentado no meu lugar. Fui conferir o bilhete dele e o assento estava certo mas ele estava num voo para Vitória, quando seu ticket era para Guarulhos.

Na volta, encontrei filas gigantes para táxi no aeroporto Santos Dumont. Fui salva por uma carona do professor Antônio Barros de Castro, que definiu tudo numa frase brilhante: “A China não sabe não crescer, e nós não sabemos crescer.” Assim, cada vez mais caótico, tomando decisões insensatas e negligenciando tarefas simples, o Brasil aguarda os grandes eventos internacionais.
*Acrescentamos subtitulo, fotos e legendas ao texto original

16 de abr. de 2011

Caio Blinder ofende a rainha Raina, da Jordânia

BRASIL – JORDANIA
Caio Blinder ofende a rainha Raina, da Jordânia
O jornalista Caio Blinder, durante o programa "Manhatan Connection", da Globo News chamou a rainha Rania da Jordânia, e outras mulheres de chefes de estados do mundo árabe de "piranhas", por várias vezes. A embaixada da Jordânia no Brasil protestou e ameaçou processar a Globo. O programa e o próprio jornalista se desculparam na edição seguinte do programa querendo encerra o caso. "Manhatan Connection" e Caio Blinder, merecem perdão?

Foto: Divulgação

ERRANDO FEIO - Luca Mendes, o editor, e Caio Blinder, o comentarista, no "Manhatan Connection". .

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Portal Imprensa, Uol Notícias, Folha de São Paulo, The TelegraphR7

Tanto inexplicável como injustificável, o comentário lamentável do jornalista Caio Blinder, numa de suas participações programa "Manhatan Connection", da Globo News, no dia 3 de abril, deve ser rechaçado com toda a veemência. Irresponsavelmente, por mais de uma vez, tachou algumas primeiras damas, de chefes de estado do mundo árabe de “piranhas”. Entre elas citou nominal a rainha Rania Al Abdullah, da Jordânia.

"Politicamente, ela [Rania] e as outras piranhas são intragáveis. Todas elas têm uma fachada de modernização desses regimes - ou seja, não querem parecer que são realeza parasita e nem mulher muçulmana submissa. Isso é para vender para o Ocidente, enquanto os maridos estão lá, batendo e roubando", declarou Blinder.

Caio Blinder jamais vai conseguir se retratar o suficiente
Não fosse a intervenção do economista Ricardo Amorim, um dos integrantes do programa, que discordou das acusações que Caio fazia as primeiras damas, a coisa tinha ficado mais feia e sem arremedos. Sem mencionar a palavra “piranhas” usada pelo companheiro de programa, Amorim disse que elas não poderiam ser crucificadas pelos que seus maridos faziam e que os ditadores árabes só estavam no poder, porque o ocidente apoiava. Mantendo sua linha de mau gosto, Caio debochou do companheiro dizendo que não se podia falar em crucifixão quando se tratava de mulher árabe, que Amorim deveria falar em “apedrejamento”.

Diante da repercussão negativa Caio Blinder deu entrevista ao portal imprensa da UOL onde afirmou que considerava o episódio superado, para ele pelo menos.

"Eu sabia que a gente tinha feito uma besteira, mas já acabou essa história pra mim.” Houve a retratação, no ar, de Lucas Mendes, editor-executivo do 'Manhatan', e apresentador, pedindo desculpas, em nome do programa, pelo termo ofensivo de Caio Blinder, dizendo que estava dando literalmente “as mãos à palmatória”.

Caio em sua defesa até disse que não é de seu "feitio ofender pessoas", e que não costuma se referir às mulheres com termos chulos.

"Não me refiro às mulheres como piranhas, sejam elas árabes judias, esquimós...E não é uma questão política. Aliás, eu faço críticas políticas; não a pessoas. Eu errei e estou pedindo desculpas", tentou finalizou.

Em 1997 o programa viveu polêmica semelhante, quando Paulo Francis - comentarista ao lado de Mendes, Blinder e Nelson Motta - defendeu no ar a privatização da Petrobras e acusou seus diretores de possuírem 50 milhões de dólares em contas na Suíça. Francis se retratou, mas foi processado pela estatal em 100 milhões de dólares, e iniciou um embate indireto com o diretor da empresa, Joel Rennó. Poucas semanas depois, Francis morreu devido a um ataque cardíaco.

Foto: Blog Queen Rania

Rania, pela sua importância social e política só é merecedora de elogios e respeito

A polêmica atual gerou um protesto formal do embaixador da Jordânia no Brasil, Ramez Goussous, contra o comportamento do jornalista, apoiado por outros 17 embaixadores sediados em Brasília. O governo brasileiro vai se desculpar encaminhando junto inclusive correspondência dos dois jornalistas envolvidos, Lucas Mendes e Caio Blinder, que espontaneamente reconheceram o erro e pedem desculpas formais, depois das apresentadas durante o programa.

A embaixada exige retratação de Blinder durante o programa e ainda ameaça processar a Rede Globo. A Jordânia recebeu o apoio de outros 17 embaixadores, Assíduos telespectadores do programa e admiradores do jornalista Caio Blinder, vez por outra até transcrevemos no “thepassiranews” as sua matérias publicadas no “Blog ligado a Editora Abril, vamos continuar vendo o programa e lendo e transcrevendo quando acharmos conveniente os textos de Caio Blinder, mas não o perdoamos, não os desculpamos.

Jornalistas experientes como eles, não podem cometer desatinos dessa envergadura. Ferir irresponsavelmente a dignidade das pessoas e depois pedir desculpas e dá o caso por acabado é muito conveniente, para eles. Por outro lado, eles tiveram a chance de evitar esse vexame: o programa é gravado, apesar do clima de um debate ao vivo, e poderia ser editado suprimindo a palavra “piranha”, repetida indevidamente tantas vezes.

Veja a parte do programa que gerou a polêmica.

Rania Al Abdullah
A rainha Raina é um daquelas mulheres que iluminam o ambiente com sua chegada. Não porque é bela, embora o seja, mas como ser humano, mãe, esposa e mulher do seu tempo. Impô-se num ambiente adverso e abriu um caminho importantíssimo para que as mulheres árabes-mulçumanas tivesse mais espaço, merecesse mais respeito e pudesse opinar. A história vai lhe reservar o espaço destinado aos libertadores.

Foto: Arquivo

Rania Al Abdullah, 40, nasceu no Kuait, filha de palestinos, recebeu uma educação ocidental e se formou em administração de empresas pela American University, do Cairo, em 1991. Veste-se com elegantes estilistas e figura carimbada nas páginas de revistas de celebridades do país e do exterior.

Casou-se em 1993 com o rei Abdullah 2º [que só assumiu o trono em 1999, após a morte do pai] com quem tem quatro filhos.

Rania já foi eleita pela revista “Vanity Fair” uma das mulheres mais bem vestidas e uma das mulheres mais poderosas do mundo, pela “Forbes”.

A popularidade da rainha dentro e fora da Jordânia está relacionada ao seu envolvimento em ações humanitárias, o que lhe rende comparações à britânica princesa Diana. Ela é embaixadora do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e envolvida em campanhas em defesa das mulheres e sua inserção na sociedade por meio da educação.

Em 2008, Rania lançou seu canal no YouTube em um movimento contra estereótipos e preconceitos nos mundos islâmico e árabe. Tem, desde 2009, um Blog, onde posta vários comentários – sobre o país e o governo do seu marido e esclarecimentos sobre a religião mulçumana, muitas vezes, erroneamente confundida, como apoiadora de atos terrorista.

Rania é uma extraordinária ligação consciente de dois mundos. Sua atuação no cenário internacional beneficia e aproxima o mundo árabe e o ocidente.