30 de set. de 2010

Lula aproveitou a Petrobras para criar bilhões virtuais

BRASIL – Governo Federal
Lula aproveitou a Petrobras para criar bilhões virtuais
Miriam Leitão disse que “as contas públicas do governo estão muito confusas”, Carlos Alberto Sadenberg, comenta que “as autoridades econômicas estão inaugurando uma contabilidade nunca jamais vista na história da humanidade.” - Ao que tudo indica toda essa operação de venda de ações da Petrobras esconde uma imensa fraude contábil para permitir ao governo tapar buracos e gastar mais de maneira irresponsável

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Cheira mal a forma como foi feito essa venda de ações da Petrobras

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Blog Miriam Leitão, Blog Sadenberg

Miriam Leitão, na sua coluna, mostrou-se alarmada com as contas públicas do governo. Como todo mundo está focado nas eleições essa história de vendas de ações da Petrobras, não foi devidamente acompanhada e nem os alertas dos especialistas, tiveram grande repercussão.

Diz Miriam na sua coluna:

“As contas públicas do governo estão muito confusas, por conta dos truques contábeis. Hoje, os indicadores como de superávit primário, por exemplo, já não querem dizer mais nada; vão alterando as regras e não dá para comparar o superávit de hoje com o de cinco anos atrás.

A última novidade foi a capitalização da Petrobras, que foi feita, entre outras coisas, para aumentar o superávit primário. Parte do dinheiro vai ser para o governo atingir a meta, que já foi reduzida. O Tesouro, que já tinha dado R$ 180 bilhões, deu ontem mais R$ 30 bilhões ao BNDES. Como dá a título de empréstimo, não entra na conta como se tivesse saído do Tesouro, porque um dia, o banco vai pagar. Agora, porque o BNDES aumentou sua participação na Petrobras, vai transferir R$ 22 bilhões.

Esse dinheiro formará o superávit primário. Ninguém está entendendo mais nada: estatal empresta para estatal, Tesouro empresta, mas não entra na conta.

É uma confusão enorme. O governo está tirando uma das qualidades das contas públicas brasileiras dos últimos anos. Desde antes da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Brasil vem se esforçando para que as contas fiquem mais transparentes. Mas agora, estão desmoralizando as metas. É feito para confundir. O objetivo é gastar mais e fingir que não estão aumentando os gastos.

Hoje o colunista Carlos Alberto Sardenberg, num texto intitulado “Lulambanças”, no mesmo tom diz que as autoridades econômicas estão inaugurando uma contabilidade nunca jamais vista na história da humanidade.

Reparem a operação (da Petrobras) em termos simples: o governo vendeu para a Petrobras 5 bilhões de barris de petróleo que estão enterrados em algum lugar do pré-sal. Cobrou por isso, em números redondos, uns R$ 72 bilhões. Logo, a Petrobras ficou devendo essa grana, pelo direito de, lá na frente, pesquisar, perfurar, explorar e finalmente retirar o óleo do fundo do mar.

Em seguida, a Petrobras abre seu capital e oferece ações ao mercado. O governo central (Tesouro) compra parte dessas ações, pelas quais deveria pagar à estatal uns R$ 45 bilhões. Mas como tem um crédito, pelos barris "a futuro", apenas abate o valor da conta e continua credor da Petrobras, em uns R$ 27 bilhões.

Você pensou que o negócio fecha com a estatal mandando um cheque nesse valor para o caixa do governo? Se pensou, está na contabilidade da era pré-Lula.

A Petrobras não vai despachar o dinheiro, mas o Tesouro vai registrar como receita - e assim vai fazer neste mês o maior superávit já visto na história.

E ainda vai pegar uma parte desse dinheiro escritural e emprestar para o BNDES fazer o quê? Pagar por ações da Petrobras. Resumo: o governo não colocou um centavo de verdade, mas comprou mais ações da Petrobras, aumentou sua participação e ainda recebeu um troco de 27 bilhões.

Não é o máximo? Nada nesta mão, nada nesta outra e... eis 27 bilhões.

O problema é que investimentos insensatos e essas mágicas econômicas cobram um preço, mais cedo ou mais tarde. Ficam esqueletos pelo caminho e buracos nas contas públicas, tudo a ser pago com dinheiro do contribuinte. E aí não tem mágica: o dinheiro não sairá da cartola, mas do seu bolso.


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