1 de set. de 2010

Guerra do Iraque acabou para os americanos?

ESTADOS UNIDOS - IRAQUE
Guerra do Iraque acabou para os americanos?
O governo americano encerrou oficialmente sua missão de combate no Iraque à meia-noite de terça-feira. Na cerimônia militar formal que marca o fim das operações de combate, o secretário de Defesa Robert M. Gates, disse que só a história poderá julgar se o envolvimento dos EUA na guerra de sete anos valeu a pena e o custo

Foto: Doug Mills/The New York Times

O presidente dos Estados Unidos declarou nesta terça-feira oficialmente encerradas as operações de combate dos EUA no Iraque e afirmou que “é hora de virar a página” em relação ao conflito e se concentrar no combate interno de recuperar a economia

John Simpson
Fontes: BBC Brasil , The New York Times, BBC Brasil

Em fevereiro de 2003, às vésperas da invasão do país pelas tropas americanas, um importante aliado do então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, escreveu em um jornal britânico:

"Este é o nosso momento de Império". E seguiu argumentando que os britânicos não tinham o direito de criticar os Estados Unidos por fazer o que eles próprios haviam feito com tanto entusiasmo um século antes.

Mas o momento imperialista dos Estados Unidos não durou muito. E agora, sete anos mais tarde, o país é criticado por quase tudo o que acontece no Iraque.

Foto: Stefan Zaklin/European Pressphoto Agency

MORRENDO LONGE DE CASA - No último 30 de agosto, o Departamento de Defesa informou que 4.427 militares americanos morreram em combate desde o início da Operação Liberdade do Iraque em 2003, enquanto mais de 32 mil foram feridos no conflito a grande maioria deles depois que o presidente Bush declarou "missão cumprida" em 01 de maio de 2003. 

A opinião pública está dividida igualmente entre os que estão felizes com a partida americana e os que os criticam por sair tão cedo, deixando o Iraque vulnerável a mais violência sectária.

Como sempre ocorre em ocupações, o invasor - nesse caso, os Estados Unidos - não consegue fazer nada certo, nem mesmo sair do país ocupado.

A maioria dos argumentos favorável à invasão em 2003 se esvaziaram.

Foto: Goran Omasevic/ Reuters.

DERRUBAR SADDAN FOI FÁCIL - Após três semanas de enfrentamentos, as tropas americanas avançaram sobre Bagdá. Em um gesto simbólico, no dia 9 de abril de 2003, soldados americanos derrubaram uma estátua de Saddam Hussein no centro da cidade, ovacionados por iraquianos. Saddam fugiu e se escondeu, mas acabou preso e condenado a forca pela “justiça iraniana”.

Muitos iraquianos aprovaram a derrubada de Saddam Hussein. De acordo com uma pesquisa feita pela BBC em 2004, 50% consideraram a invasão uma liberação. Outros 50% consideraram a operação uma ocupação.

Hoje, no entanto, é difícil encontrar quem veja os Estados Unidos como um amigo ou mentor do Iraque.

E a derrubada de Saddam Hussein não provocou, como previam os defensores da invasão, um efeito dominó em prol da democracia nos países do Oriente Médio.

Muito pelo contrário: a posição dos Estados Unidos no Oriente Médio foi visivelmente erodida.

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