18 de jul. de 2010

Óleo parou de vazar no Golfo do México

ACIDENTE ECOLÓGICO
Óleo parou de vazar no Golfo do México
Pela primeira vez o fluxo de óleo foi completamente interrompido, pelos equipamentos, levado ao fundo do oceano, quase três meses depois da explosão na plataforma Deepwater Horizon, da BP, matando 11 trabalhadores e permitindo que entre de 5,5 e 9,5 milhões de litros de petróleo vazassem, por dia, sem controle, no Golfo do México. Um acidente ecológico de extensão e conseqüências incalculáveis e imprevisíveis que destruiu a reputação e as finanças da petrolifera British Petroleum

Foto: Reuters

Imagem captada a partir de vídeo da BP mostra o equipamento que controlar o vazamento no poço danificado no Golfo do México, neste sábado

Toinho de Passira
Fontes: AFP, G1, UOL NotÍcias, The New York Times

O vazamento de óleo do poço danificado no Golfo do México foi interrompido pela primeira vez desde o início do vazamento, segundo a British Petroleum, empresa responsável pelo maior acidente ambiental da história dos EUA, embora ainda não esteja garantido que o problema foi definitivamente sanado.

O fluxo de petróleo foi interrompido quando a última das três válvulas do gigantesco funil foi fechada por volta das 2h25 locais (16h25 de Brasília) desta quinta-feira, mas os engenheiros acompanham atentamente a operação para ver se o petróleo começa a vazar novamente.

Esse é o maior passo já dado para tentar conter a pior catástrofe ambiental da história dos Estados Unidos desde que a plataforma da BP naufragou, em 22 de abril, dois dias depois de uma grande explosão na Deepwater Horizon, que matou 11 trabalhadores.

Foto: Getty Images

O presidente dos EUA, Barack Obama, celebrou o anúncio, considerando-o "um sinal positivo", mas alertando que o procedimento ainda está no começo.

Se o poço não puder ser totalmente selado com o dispositivo, a BP planeja instalar o primeiro de dois poços de emergência para conter definitivamente o vazamento.

A britânica British Petroleum, como empresa afundou junto com a plataforma no Golfo do México. A companhia que emergirá da catástrofe será diferente, mais frágil e empobrecida.

Foto: Associated Press

Financial Times noticiando que a BP conseguiu deter o vazamento de óleo e boatos de venda da empresa

Em sinal de que o mercado antecipa o final da crise, o preço da ação da BP começou a subir e recuperou 40% de seu valor com relação ao piso a que chegou em 25 de junho passado, embora ainda esteja cotado a apenas 66% do que valia quando explodiu a plataforma Deepwater Horizon, em abril.

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Foto: Getty Images

Em foto de 14 de julho na Baía de Barataria, na Louisiana, vê-se o mar completamente tomado por petróleo, dentro da barreiras postas pela BP

A conta da maré negra, poderá custar a BP valores astronômicos, algo entre 30 a 90 bilhões de dólares, segundo diferentes especialistas. Para financiar os custos vinculados à catástrofe, a BP deverá vender ativos por 20 bilhões de dólares, noticiou esta sexta-feira o Financial Times, o que desperta a cobiça de outras empresas e até mesmo o boato de uma possível compra da gigante petroleira britânica.

Em todo caso, a pior catástrofe ambiental da história dos Estados Unidos representou um golpe impossível de determinar quanto a valores, mas muito severo para a imagem deste grupo que tem 80 mil funcionários.

Abalada diante da opinião pública, a imagem da BP também sofreu um forte desgaste entre os profissionais do setor, o que pode complicar suas operações futuras.

Foto: Reuters

Sobre o logotipo da British Petroleum ativistas do Greenpeace escrevem que “óleo mata”, numa manifestação na Europa

As companhias petroleiras e os empregados terceirizados que, antes da catástrofe, disputavam para ter seu nome associado ao da gigante britânica, agora podem não querer aparecer ao seu lado.

Quanto às opções estratégicas que tinha para garantir seu futuro, a BP deverá revisá-las completamente.

"A BP era uma das primeiras companhias petrolíferas do mundo, mas não será mais no futuro", concluiu, de forma categórica, o analista David Loudon, da casa de corretagem Redmayne Bentley.

Foto: Reuters

Um caranguejo afogado no óleo em Grand Terre Island, na Louisiana, é um dos símbolos do gigantesco acidente


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