1 de jul. de 2010

ELEIÇÕES 2010: Faturando sobre a tragédia nordestina

ELEIÇÕES 2010
Faturando sobre a tragédia nordestina
Enoja ver políticos, em especial, o presidente Luis Inácio Lula da Silva, tirando proveito eleitoral da catástrofe que se abateu no nordeste, particularmente em Pernambuco e Alagoas. A ajuda aos flagelados tem uma clara euforia de campanha eleitoral, embora prevaleça a ineficiência e o descaso, no atendimento real as vítimas, que ao fim, como em outros estados e em outras ocasiões, acabarão abandonadas a própria sorte logo após o pleito

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Lula declarou que não viajou ao Canadá para cuidar da catástrofe nordestina, mas, dois dias depois, foi assim que lamentou, junto com a primeira dama Marisa, a morte dos 54 conterrâneos

Toinho de Passira
Fontes: Estadão, O Globo, Porta Langop, Girope, Jornal do Comércio

Lula declarou que não ia à reunião do G20 para cuidar da catástrofe nordestina. Usou o drama dos seus conterrâneos para se livrar das pressões internacionais da sua aliança com o Irã e o conforto de assistir mais uma partida do Brasil, na Granja do Torto. Dois dias depois, deixou-se fotografar e divulgou, imagens da farra comemorativa ao jogo do Brasil na copa do mundo, parecia bem pouco lacrimejante com os 54 nordestinos mortos na tragédia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante todo o seu governo, nunca foi sensível a nenhuma catástrofe acontecida no Brasil. Ao contrário, sempre que havia qualquer cataclismo em qualquer lugar do mundo, com uma rapidez e precisão irretocável via-se o anuncio de envio de ajuda, de remédios, alimentos e integrantes das forças armadas brasileira para auxiliar no estrangeiro.

Fotos: Ricardo Stuckert/PR

Alguns sobrevôos de Lula, Alagoas, Haiti, Piauí e Santa Catarina

No Brasil Lula seguidamente e após alguns dias do evento que vitimara brasileiros, posava na janela de um helicóptero sobrevoando a área, com se o olhar presidencial fosse o suficiente para aplacar a dor dos brasileiros. Nestas ocasiões anunciava-se que o governo enviaria milhões de reais emergenciais e tudo seria reconstruído e recomposto.

Não tardou a se tomar conhecimento que esses dinheiros prometidos nos sobrevôos nunca chegaram, ou se chegaram foram parciais, em contra gotas, sempre em valores muito inferiores aos anunciados. Foi assim, por exemplo, no Paraná, na Bahia e no Rio de Janeiro.

Veio a catástrofe nordestina das inundações, no começo desse mês e novo sobrevôo. Desta vez foto divulgada pela presidência da republica tem um tom dramático, o presidente leva à mão a cabeça como se estivesse desesperado.

Mas havia mais, o presidente resolveu ver o drama de perto. Coisa inédita nos seus sete anos de governo. Posto na caçamba de uma camioneta entrou em Palmares, vestido com a camisa vermelha de campanha, junto ao governador de Pernambuco Eduardo Campos, acenando para a multidão de famintos e desabrigados como se estivesse numa carreata política e efetivamente estavam.

Inovando surpreendentemente o seu comportamento desceu e foi abraçar os flagelados e só não fez um comício, pois, não havia sido construído um palanque, seguramente uma falha imperdoável do PT local.

Dá ânsia de vômitos, vermos, devido ao ano eleitoral as coisas acontecerem um pouco diferente. Os nordestinos estão sendo tratados quase como se fossem estrangeiros.

Foto: AE

A carreata da catástrofe - Porque o presidente Lula e o governador Eduardo Campos resolveram chegar a Palmares na caçamba da caminhonete de cabine dupla, para saudar os flagelados?

A catástrofe nordestina está sendo transformada numa grande operação eleitoral. O anuncio do governo da construção de cidades inteiras, prontas para assentar os desabrigados, será patrocinado por uma edição especial de “Minha Casa, minha Vida” o falido programa anexado ao PAC, tão mal gerido pela ex-ministra agora candidata.

Deveriam mudar o nome para “Minha Casa, minha vida e seu voto”.

Não precisa muita imaginação para se prever a farra de superfaturamento em se fazer cidades inteiras, com milhões emergenciais, sem licitações, posto nas mãos de generosas empreiteiras, doadoras de campanha.

Não há lei eleitoral que proíba o presidente de visitar essas obras sempre que a candidata não estiver bem nas pesquisas.

Em cima da miséria dos nordestinos, Lula estará construindo mais que vilas: edifica vergonhosos currais eleitorais.

Estranho o descaramento de apresentar como benefício à liberação de FGTS e antecipação dos benefícios da bolsa família e aposentadorias, para as áreas atingidas. O que o governo está fazendo é cuidar para que os desabrigados financiem, eles mesmos, com os seus próprios e parcos recursos pessoais, o enfrentamento da catástrofe.

Quem está realmente colaborando com doações para os flagelados são os brasileiros, que se organizam voluntariamente para fazer doações. Diante do quartel da Polícia Militar no Derbi, por exemplo, chega a haver congestionamento de carros particulares trazendo doações.

Foto: Reuters

Doações sendo carregada por moradores, atingidos pelas enchentes, em União dos Palmares

O que se sabe é que muita gente ainda não teve acesso nem a essas doações voluntárias, por falta de competência do governo em fazer chegar aos necessitados, o que lhe foi doado por seus irmãos brasileiros, realmente preocupados com o próximo.


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