11 de jul. de 2010

DINHEIRO - Craques do futebol vão virar investimento

DINHEIRO – Finanças Pessoais
Craques do futebol vão virar investimento
Corinthians, Santos e banco BMG planejam lançar fundos abertos ao público para lucrar com a compra e a venda dos direitos de jogadores

Foto: Arquivo

Neymar e Ganso, mais rentáveis que ações da Petrobras

João Sandrini
Fontes: Portal Exame

Nos últimos anos, ninguém ganhou tanto dinheiro com a compra e venda de direitos econômicos de jogadores de futebol quanto Delcir Sonda, dono da rede de supermercados Sonda. O empresário comprou 45% dos direitos econômicos do meia santista Paulo Henrique Ganso por 2,2 milhões de euros e agora analisa uma proposta de 20 milhões de euros para que o atleta se transfira ao Lyon, da França.

Sonda também é dono de 40% dos direitos do atacante Neymar, pelos quais pagou 3 milhões de euros. Especula-se que o jogador pode se transferir para o West Ham ou o Chelsea por um valor próximo à multa de 35 milhões de euros prevista em seu contrato com o Santos. Antes disso, o empresário já havia ganhado uma bolada com a transferência do zagueiro Breno para o Bayern de Munique, do atacante Nilmar para o espanhol Villarreal e do santista André para o Dínamo de Kiev.

Também pertencem a Sonda percentuais dos direitos dos corintianos Dentinho e Bruno César e dos colorados D'Alessandro e Taison, entre outros.

Ao ganhar tanto dinheiro em tão pouco tempo, Sonda obteve uma rentabilidade maior que a de outras aplicações tradicionais e lucrativas como ações e imóveis.

Inspirados no sucesso de Sonda, já estão em gestação no Brasil ao menos três fundos de investimento que planejam lucrar com as transações de jogadores: um ligado ao Corinthians, outro ao Santos e um terceiro do banco BMG.

Entre os times, o veículo de investimento mais maduro é o do Santos, que planeja captar 20 milhões de reais nas próximas semanas. O dinheiro servirá tanto para manter no clube alguns dos craques que já fazem parte do elenco quanto para trazer outros jogadores.

A criação da Terceira Estrela Investimentos S.A. foi aprovada no mês passado pelo conselho do clube. Inicialmente a empresa será uma sociedade fechada. Dentro os investidores convidados a participar, estão Walter Schalka (Votorantim Cimentos), Álvaro Simões (Inpar), Álvaro de Souza (ex-presidente do Citibank), José Berenguer Neto (Santander) e Eduardo Vassimon (Itaú BBA) - todos torcedores do clube com ideias alinhadas às do atual presidente, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro.

Os planos futuros, no entanto, são bem mais ambiciosos. A Terceira Estrela planeja se transformar em um fundo registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que permitirá que qualquer investidor qualificado (com mais de 300.000 reais em aplicações financeiras) possa participar. Num terceiro momento, o grupo planeja ir ainda mais longe e convidar Pelé para vender quotas do fundo a investidores estrangeiros.

Obviamente, a viabilidade dos planos vai depender da rentabilidade alcançada pelo fundo no médio prazo. Todos os quotistas que entrarem no fundo querem ajudar o Santos, mas ninguém continuará a colocar dinheiro numa aplicação que perde de goleada para todas as outras.

Outro clube que poderá contar dentro de alguns meses com o suporte financeiro de um fundo é o Corinthians. A iniciativa é capitaneada por Manoel Felix Cintra Neto, diretor-presidente do banco Indusval Multistock, ex-presidente da BM&F e vice-presidente do Corinthians.

Com o aval de Andrés Sanchez, presidente do clube, Cintra Neto quer escalar outros corintianos ilustres - entre eles, o publicitário Washington Olivetto - para a criação de um fundo para a compra de jogadores que atuariam pelo time.

O banqueiro planeja registrar o fundo na CVM, mas, dentro da estrutura planejada, poderão participar apenas investidores superqualificados (que possam colocar ao menos 1 milhão de reais na empreitada).

Único que já tem registro na CVM, o fundo Soccer BR1 não é ligado diretamente a nenhum clube. Com um patrimônio de 30 milhões de reais, o fundo não é obrigado a informar à CVM quem são seus quotistas, mas o mundo da bola sabe que nesse primeiro momento o único investidor é o BMG.

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