10 de jun. de 2010

COPA 2010: Fumar cérebro de abutre para prever placar

COPA 2010
Fumar cérebro de abutre para prever placar
Há uma crença na África do Sul, que fumar o cérebro de um tipo abutre ajuda a adivinhar o resultado das partidas de futebol. Com a Copa de Mundo acontecendo por lá, teme-se pela sobrevivência da espécie


Abutre do Cabo, ameaçado de extinção devido a suposta crença de poderes mágicos

Toinho de Passira
Fonte: BBC Brasil

Entidades de proteção de animais na África do Sul estão dizendo que uma espécie de abutre tradicional da região, o abutre do Cabo, está ameaçada de extinção devido a crença local de que fumar o cérebro da ave ajuda a prever o resultado de jogos de futebol.

A tradição tem suas raízes nas culturas de várias etnias sul-africanas. Acredita-se que o animal tem a capacidade de prever o futuro e que, fumando ou ingerindo seu cérebro, seja possível adquirir esse poder.

O suposto conhecimento adquirido é então usado para se fazer apostas em resultados de eventos esportivos.

Especialistas acreditam que a excelente visão da ave, que tem a capacidade de localizar alimentos em vastas áreas, talvez tenha contribuído para a crença de que o pássaro tenha poderes especiais.

Foto: Bird Life

Embora não haja qualquer evidência científica para sustentar essa crença, Andre Botha, da entidade sul-africana de proteção a espécies ameaçadas, Endangered Wildlife Trust, disse que é difícil convencer as pessoas disso.

"Pense nos comerciantes que vendem esses abutres. Se a crença fosse verdadeira, todos seriam poderosos e milionários. Mas é muito fácil perceber isso quando olhamos da nossa perspectiva".

"Quando se trata de uma crença arraigada em uma cultura por centenas ou milhares de anos, é muito difícil questioná-la", disse o especialista.

Com a aproximação da Copa do Mundo, ambientalistas temem que apostas nos resultados dos jogos levem a um boom na venda de cérebros de abutres.

Botha disse que o abutre do Cabo está particularmente ameaçado e, se continuar a ser morto no ritmo atual, pode desaparecer dentro de 15 a 30 anos.


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