3 de mai. de 2010

Ahmadinejad tumultua conferência na ONU

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
Ahmadinejad tumultua conferência na ONU
O Presidente iraniano, único chefe de estado a comparecer numa reunião dos 189 signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, composta quase que totalmente com Ministros das Relações Exteriores, dos países signatários do tratado, assumiu uma postura desafiadora e dissimulada, no mesmo jogo de tentar transformar os americanos e Israel em vilões, do momento de impasse nuclear que vive o planeta

Foto: Getty Images

Ahmadinejad na ONU nesta segunda-feira: desafiador e contundente

Toinho de Passira
Fontes: TVI24, The New York Times, BBC Brasil, Abril Notícias, O Globo

O jornalista Neil MacFarquhar do “The New York Time” registrou que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, falando nesta segunda-feira na reunião dos 189 signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, estava tão ansioso para rebater aqueles que tentam criar um bloqueio econômico contra o seu país, que começou o pronunciamento sem citar o Alcorão: "Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso", quebrando uma visceral tradição mulçumana, preferindo partir diretamente para o ataque.

O aliado do presidente Lula, o iraniano Ahmadinejad, continua no seu jogo dúbio. Afirmou no seu pronunciamento de 30 minutos, que a bomba atômica é um crime contra a humanidade e que põe em risco a segurança de todos. Responsabilizou os Estados Unidos por não cooperarem com o fim do desarmamento. Lembrou que, no passado, foram os americanos os únicos a utilizarem armas nucleares e atualmente pressionam pela adoção de sanções contra o seu país.

“As consequências (provocadas pelos armamentos atômicos) são desastrosas, como as explosões atômicas em Hiroshima e a utilização de bombas nucleares no empobrecido sul do Iraque. (Ele vem denunciando, seguidamente, que os americanos usaram na guerra do Iraque munições de urânio enfraquecido)

Foto: Captura de video

Os delegados dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e da França abandonaram o recinto, reagindo às críticas de Ahmadinejad

Usando das prerrogativas da Democracia americana e da possibilidade de liberdade de expressão e pensamento, adotada pela ONU, o presidente iraniano, subiu na tribuna para atacar a ONU e o Conselho de Segurança, acusar os americanos e mentir com suas falsas boas intenções nucleares.

Isso jamais seria possível em território iraniano, sob o seu governo.

Na embalagem o presidente do Irã também não poupou a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) que permanentemente afirma que seus especialistas não conseguem inspecionar as usinas iranianas. Para Ahmadinejad, a agência se submete a orientações dos Estados Unidos e demais países que discordam da política adotada por ele.

Ahmadinejad não mente o tempo todo. Algumas das acusações que faz contra os Estado Unidos e contra Israel, não são totalmente desprovidas de racionalidade. Mas nem por isso, ninguém pode imaginar que o planeta vá ficar mais seguro, depois que o Irã tenha produzido suas bombas atômicas, nem que o Cara, presidente do Brasil, vá convencê-lo através de sua tosca argumentação, que ele mude de idéia.

Ajudá-lo de qualquer maneira é perigoso, irresponsável e insano.

Na prática, caso as coisas não mudem de configuração, os americanos vão acabar autorizando Israel fazer uma incursão aérea para destruir a construções nucleares iranianas, o que porá a paz mundial numa situação crítica. O presidente Lula está colocando o Brasil, desnecessariamente, no centro desse furacão, só para ser chamado de um líder influente.


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