28 de mar. de 2010

Mais um refém libertado pelas Farc com ajuda do Brasil

COLÔMBIA
Mais um refém libertado pelas Farc com ajuda do Brasil
Depois de quase um ano em cativeiro, o soldado colombiano Josué Daniel Calvo foi libertado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) neste domingo e entregue a uma missão humanitária que contou com apoio do Brasil

Foto: Associated Press

O refém da FARC apoiado por seu pai, Luis Alberto Calvo, sua irmã Nubia Calvo no aeroporto de Villavicencio, estava encerrado os 342 dias de sequestro


Fontes: Semana,BBC Brasil,El Tiempo,El Colombiano

O soldado Josué Daniel Calvo de 23 anos, chegou ao aeroporto da cidade de Villavicencio (sul da Colômbia) às 13h11, hora local (15h11 em Brasília), e foi recebido por familiares. Visivelmente emocionado, o ex-refém caminhava com a ajuda de um bastão de madeira devido ao ferimento no joelho provocado durante enfrentamento entre o Exército e a guerrilha. Seu estado de saúde era melhor do que informado pelos próprios guerrilheiros, que haviam informado da necessidade de se levar uma cadeira de rodas para condizir o refém.

Foto: Associated Press

Calvo, sorridente, ao lado da irmã, agora vestido com o uniforme do exército colombiano

Luiz Alberto Calvo agradeceu ao governo brasileiro, ao presidente colombiano Álvaro Uribe e à senadora a senadora Piedad Córdoba, do movimento Colombianas e Colombianos pela Paz, principal mediadora entre a guerrilha e o governo

O soldado é o primeiro dos dois últimos reféns que as Farc prometeram libertar entre domingo e terça-feira.

Como já havia sido antecipado pelas Farc, a senadora anunciou que os restos do corpo do oficial Julián Ernesto Guevara, morto em cativeiro, não serão entregues, como haviam prometido os rebeldes, "por dificuldades de mobilização" na selva.

O porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Adulfo Beteta, disse " apreciar" a colaboração do governo do Brasil, do governo e da força pública colombiana, do movimento Colombianas e Colombianos pela Paz e das FARC que "contribuiram para a realização dessa missão humanitária", disse Beteta, no aeroporto de Villavicencio. Horas antes do resgate de Calvo, a senadora Córdoba advertiu que esta será a "última entrega" de reféns que as Farc farão de maneira unilateral e incondicional, como vinha ocorrendo desde o ano passado, quando seis reféns foram colocados em liberdade.

Foto: Getty Images

Dois helicópteros militares brasileiros, cedidos para a operação, levantam vôos no aeroporto de Villavicencio, no departamento de Meta, na Colômbia, para cumprir mais uma missão de paz, resgatando reféns entregues pelos guerrilheiros da FARC

A bordo do helicóptero brasileiro que foi cedido à operação, a missão de resgate composta pela senadora colombiana Piedad Córdoba, um representante da Cruz Vermelha Internacional, o bispo Leonardo Gómez Serna, além de dois pilotos brasileiros, partiu com duas horas de atraso devido às condições climáticas .

Assim como ocorreu em resgates anteriores e, como parte do acordo com as Farc, a missão humanitária teve de esperar uma hora antes de levantar voo para que os rebeldes que participaram na entrega regressem a suas bases antes de que as operações militares do Exército fossem reativadas.

Calvo, o refém que menos tempo ficou em cativeiro dentre os ainda sob domínio da guerrilha, foi preso em abril de 2009, na zona rural de Vista Hermosa, no departamento de Meta, região central do país.

As Farc afirmam que o militar foi abandonado ferido por seus companheiros do Exército durante um enfrentamento com os rebeldes. O governo nega essa versão e diz que Calvo foi capturado pela guerrilha nesta ocasião.

Piedad Córdoba confirmou que na próxima terça-feira, a missão humanitária dará início a uma nova operação de resgate para libertar o oficial Pablo Emilio Moncayo, sequestrado há mais de 12 anos.

Foto: Reuters

Horas antes do resgate de Calvo, a senadora Córdoba advertiu que esta será a "última entrega" de reféns que as Farc farão de maneira unilateral e incondicional.

Horas antes do resgate de Calvo, a senadora Córdoba advertiu que esta será a "última entrega" de reféns que as Farc farão de maneira unilateral e incondicional, como vinha ocorrendo desde o ano passado, quando seis reféns foram colocados em liberdade.

O grupo armado busca negociar um acordo humanitário com o governo que prevê a libertação de pelo menos 500 guerrilheiros presos em troca de 22 oficiais - entre soldados e policiais - que fazem parte do chamado grupo de "prisioneiros de guerra" da guerrilha.

Na semana passada, Córdoba pediu ao alto comissário para a Paz na Colômbia, Frank Pearl, que desenhasse uma proposta de acordo para ser concretizada antes do fim do mandato do presidente Álvaro Uribe, que termina em agosto.


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