18 de fev. de 2010

EUA – CHINA: Obama enfurece Hu Jintao recebendo o Dalai Lama

EUA – CHINA
Obama enfurece Hu Jintao recebendo o Dalai Lama
O presidente americano se reuniu na quinta-feira com o líder espiritual tibetano exilado, para uma reunião na Casa Branca. Apesar de ter recebido o tibetano apenas como líder espiritual e fora do Salão Oval, descaracterizando uma reunião política, o governo chinês se mostrou irado, com o gesto americano, complicando ainda mais as relações entre os dois países

Foto: Pete Souza / The White House

O presidente Barack Obama se reúne com Sua Santidade o Dalai Lama XIV, o encontro de dois premio Nobel da Paz, na sala de Mapa da Casa Branca, longe da imprensa. A única foto divulgada, do encontro, foi clicada pelo fotografo oficial da Casa Branca

Fontes: The New York Times, Folha Online, Uol Notícias, Times Online, MSNBC, White House

Apesar das fortes objeções do governo da China, o presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu nesta quinta-feira, na Casa Branca, o Dalai Lama, líder espiritual tibetano exilado.

Obama usou seu primeiro encontro como presidente com o Dalai Lama para pressionar Pequim - alvo de crítica internacional devido a sua política em relação ao Tibet - a preservar a identidade tibetana e proteger os direitos humanos da população tibetana.

Considerado um separatista perigoso por Pequim, mas visto por milhões no mundo todo como um homem de paz, o Dalai Lama sentou-se para conversar com Obama em um momento em que a tensão entre Estados Undios e China se intensifica devido à venda de armas americanas a Taiwan, a política monetária de Pequim e o controle chinês sobre a internet.

"O presidente elogiou o compromisso do Dalai Lama com a não violência e sua busca por diálogo com o governo chinês", disse a Casa Branca em um comunicado escrtio divulgado após o encontro,que durou cerca de uma hora.

Obama encorajou a China e os enviados de Dalai Lama a continuarem com os esforços para resolverem suas diferenças através de negociações, apesar de as recentes conversas terem resultado em pouco progresso.

A Casa Branca disse ainda que Obama e o Dalai Lama também "concordaram sobre a importância de uma relação positiva e de cooperação entre os Estados Unidos e a China"

Após desafiar o pedido chinês para adiar o encontro do presidente Obama com o Dalai Lama, a Casa Branca fez com que o encontro corresse de maneira discreta, sem a presença da mída, num esforço para acalmar Pequim.

Foto: Andrew Harrer/Bloomberg News

Após o encontro, o Dalai Lama conversou com repórteres, ainda na Casa Branca, sem a presença do presidente, e disse ter expressado a Obama sua admiração pelos Estados Unidos, um país "campeão da democracia, liberdade e valores humanos".

Analistas disseram acreditar que o encontro tem grande potencial de complicar ainda mais as relações entre Pequim e Washington e aumentar as recentes tensões entre as duas potências. A China havia advertido que a decisão de abrir as portas da Casa Branca ao Dalai Lama comprometeria a diplomacia sino-americana.

Em entrevista recente, o líder do Partido Comunista Chinês para questões de etnia e religião, Zhu Weiqun, afirmou que o encontro vai "prejudicar seriamente as relações políticas" entre os dois países. "Vamos tomar medidas para fazer com que países relevantes percebam os seus erros".

O Dalai Lama diz que busca "autonomia de fato" para os tibetanos, não a independência do Tibete. Entretanto Pequim rotula o líder espiritual como um "separatista".

Foto: Getty Images

Tibetanos enfrentaram o frio glacial de Washington para protestarem em frente a Casa Branca pela libertação do Tibet, aproveitando a presença do Dalai Lama

No ano passado, Obama não recebeu o Dalai Lama quando o líder visitou Washington. O presidente, que se preparava para uma reunião com o presidente chinês, Hu Jintao, convenceu os tibetanos a adiar o encontro.

Os últimos atritos entre as duas nações incluem disputas comerciais, venda de armas americanas para Taiwan, que Pequim considera uma província rebelde, e polêmica sobre censura envolvendo o Google na China.

Além disso, os EUA precisam de apoio da China no Conselho de Segurança da ONU para aprovar novas sanções ao Irã, por causa do seu programa nuclear.

O New York Times disse que fontes chinesas afirmaram que o presidente chinês, Hu Jintao poderiam retaliar devido o encontro Obama Dalai Lama, com o cancelando sua viagem planejada para Washington em abril.


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