3 de jan. de 2010

TERRORISMO: Al-Qaeda ganha mesmo quando não dá certo

TERRORISMO
Al-Qaeda ganha mesmo quando não dá certo
Atentado de jovem nigeriano aparentemente falhou, mas para os terroristas foi meio sucesso, pois embora não tenha saído ninguém morto, tiraram o sono do ocidente, expuseram a incapacidade de controlá-los, aumentarão os custos das viagens e da manutenção dos aeroportos, e ainda por cima, podem comemorar a utilização de um filho abastado da sociedade capitalista ocidental como agente de terrorismo

Charge : Dave Granlund - Massachusetts (EUA)

Fontes: Publico, BBC Brasil, "thePassiranews", Veja

O terrorismo é uma atividade muito difícil de combater, para não dizer impossível. Como evitar que alguém disposto a morrer queira levar algumas pessoas com ele?

A civilização ocidental imaginava que haveria muito poucas pessoas com essa determinação, mas ultimamente tem sido surpreendido com legiões de voluntários, com inscrição pela internet ou em alguma célula terrorista da esquina.

Não são mais fundamentalistas estranhos com rostos estereotipados como os das produções hollywoodianas, são pessoas simpáticas e de aparência das mais inocentes que se dispõe a realizar essas enlouquecidas tarefas. O último terrorista é um exemplo típico dessa nova leva.

A Al-Qaeda não lamenta a prisão de Umar Farouk Abdul Mutallab, um nigeriano de 23 anos, filho de família rica, formado em engenharia numa universidade londrina e aluno de mestrado de uma universidade, em Dubai, aquele mesmo que tentou explodir um avião da Northwest Airline, quando iria pousar em Detroit.

Estão devolvendo um integrante doente da própria sociedade ocidental capitalista, tão incompetente que não conseguiu cumprir a missão principal, embora a segunda fase, de inquietar o inimigo americano e seus aliados, vai de vento em popa.

O plano de explodir o avião com os materiais explosivos que dispunha o jovem africano, era meio maroto. Mutallab viajou com 80 gramas de um explosivo conhecido como PETN, sigla em inglês de tetranitrato de pentaeritritol. A quantidade era suficiente para abrir um rombo no avião e, assim, possivelmente derrubá-lo. Contaram contra os planos tétricos o treinamento tosco de Mutallab, a rápida reação dos passageiros e a dificuldade de manipular tecnicamente o PETN. "Um alto-explosivo como o utilizado pelo nigeriano pode cair no chão, pegar fogo e ainda assim não explodir", diz o físico Germano Tremiliosi Filho, da Universidade de São Paulo, em São Carlos, diz a Veja.

Quanto mais se sabe da história mais frágil parece o ocidente, mas proveitosa a operação, aparentemente frustrada.

Ao noticiar-se que o pai do jovem, o banqueiro nigeriano, Umaru Mutallab, um mês atrás, denunciou seu próprio filho como provável terrorista no mês passado, voltam todas as lembranças de 11 de setembro, quando memorandos desencontrados não conseguiram impedir que os terroristas agissem com total liberdade, embora tivessem sidos detectados e denunciados seguidamente por agentes do próprio governo.

A CIA e o Centro Nacional de Contraterrorismo (NCTC, na sigla em inglês), criado por recomendação da comissão de investigação do 11 de Setembro, são os organismos mais visados na questão, revelam-se burocráticos, incapazes, lentos e ineficientes, muito diferente dos retratados no cinema e nos seriados televisivos.

Instalada a crise, os dois lavaram roupa suja pelos meios de comunicação indiretamente lançando sobre o outro a culpa do deslize.

Para complicar, o jovem nigeriano continua sua missão de terrorista verbal, falando que no Iêmen, onde ele esteve, havia centenas de pessoas sendo treinadas, algumas delas já podem estar em território americano e podem explodir qualquer coisa a qualquer momento.

Resultado estão fiscalizando neuroticamente os vôos e aeroportos.

Está, por exemplo, proibido que os passageiros deixem seus assentos e usem cobertores e travesseiros na última hora de voo.

Outro nigeriano, provavelmente com dor de barriga, que passou muito tempo no banheiro do avião fez o piloto solicitar pouso de emergência por "comportamento irregular" de suspeito a bordo, acionou-se todo o dispositivo de segurança, mostrando que tanto quanto o passageiro, os americanos estão com diarréia.

Não tardará os sanitários das aeronaves terão câmeras de segurança e será proibido voar de cuecas ou calcinhas, ou quem sabe, viajaremos com vexatórias batas cirúrgicas, abertas atrás, fornecidas pelas companhias aéreas.

O atentado do nigeriano, supostamente, frustrado, continua rendendo frutos para Al-Qaeda.


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