2 de jan. de 2010

RIO DE JANEIRO: 30 Vítimas fatais em Angra dos Reis

RIO DE JANEIRO
30 Vítimas fatais em Angra dos Reis
Na tragédia carioca, logo após o Réveillon espetacular na orla de Copacabana, o desastre natural, na orla paradisíaca do Estado do Rio de Janeiro, vitimou turistas e moradores que se encontravam na Ilha Grande e no Morro da Carioca

Foto:El Pais

TRAGÉDIA DE ANGRA: O paraíso enlameado

Fontes: Estadão, Jornal de Santa Catarina, El Pais, G1

A alegria pela chegada de 2010, no Rio de Janeiro e as imagens espetaculares da praia de Copacabana, iluminada por fogos, enviadas para todo o mundo, foi varrida logo depois do Réveillon, por ondas de barro, pedras e árvores que despencaram de morros

Foto: Associated Press

Três dias de chuva transformaram a região paradisíaca de Angra dos Reis em um cenário barrento de mortes e destruição.

Foto: Associated Press

Em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio, paraíso natural transformado em epicentro da tragédia, um único deslizamento soterrou casas e uma pousada de luxo de onde haviam sido retirados 19 corpos até a noite de ontem, subindo para 30 o número de mortos em decorrência de deslizamentos na região.

Foto: Associated Press

Além de 19 corpos encontrados na Praia do Bananal, na Ilha Grande, na área ao redor da pousada Sankay, outras 11 mortes já foram confirmadas no Morro da Coroa, na região central de Angra. Segundo a nota, oito corpos já foram retirados do morro, mas três, apesar de já localizados, estão numa área de difícil acesso e só serão resgatados na manhã deste sábado (2).

Na região de Angra, a chuva começou por volta das 15h de quarta-feira e cessou apenas às 7h de ontem – somando 40 horas de aguaceiro ininterrupto. O pior período da chuvarada ocorreu durante a madrugada do Ano-Novo. A água se infiltrou lentamente no solo argiloso de uma encosta localizada na Praia do Bananal, em Ilha Grande, até desestabilizar o terreno nas primeiras horas de 2010.

Foto: Associated Press

Por volta das 3h30min, toneladas de terra começaram a escorregar do alto do morro e vieram abaixo empurrando árvores e pedras. Na base da encosta, junto ao mar, se localizava uma das mais sofisticadas pousadas da região. Com acesso exclusivo por barco e diárias de R$ 160 a R$ 450, estima-se que a Sankay abrigava mais de 50 hóspedes no momento do acidente. A maior parte dos visitantes dormia, mas por milagre quase todos escaparam.

Foto: Reprodução e Felipe Dana/Assiciated Press

CENÁRIO ANTES E DEPOIS - Diante da Sankay (que significa montanha e mar, em japonês) e de suas 12 suítes em estilo rústico tranformadas em ruínas, o mar tipicamente cristalino de Angra dos Reis apresentava uma cor barrenta destoante do ar paradisíaco da região, vistos na imagem antes e depois da tragédia.

Geraldo Faraci e Sonia Imanishi, proprietários da pousada, sobreviveram, mais uma das vítimas fatais da tragédia, foi a sua filha, a jovem estudante de arquitetura Yumi Faraci, 18 anos.

Foto: Associated Press

Mais de 120 homens trabalham nas buscas no Morro do Carioca e na praia do Bananal. O trabalho está sendo feito manualmente, evitando o uso de maquinário pesado para não prejudicar as chances de possíveis sobreviventes soterados pela lama.

Foto: Associated Press

O único acesso à pousada Sankay e casas atingidas na Ilha Grande é por meio de barcos.

Cerca de 500 pessoas estão desabrigadas, 80 casas foram evacuadas por risco de novos desabamentos e boa parte da Ilha Grande está sem eletricidade, telefone ou rádio.

Angra dos Reis decretou estado de calamidade pública.

Foto: Associated Press

No início da semana, 47 pessoas morreram no Estado do Rio de Janeiro em decorrência das fortes chuvas. A maior parte das mortes aconteceu em favelas da periferia da cidade do Rio de Janeiro.

Yumi Faraci, fim do sonho de uma menina de talento
"Uma tentativa de reflexão sobre as diferenças. Sobre as memórias, os diálogos entre nós e o ambiente que nos cerca, e o que deles fica realmente em nós." – diz ela no seu Blog de estudante de arquitetura, apaixonada por música

Imagem capturada Youtube

Yumi e seu primeiro amor, o violão

Fontes: Folha de São Paulo

Yumi Faraci, 18 anos foi criada na ilha, uma das vítimas da tragédia na pousada Sankay na madrugada desta sexta-feira, era filha dos proprietários, havia deixado a casa da família e se mudado no ano passado para Belo Horizonte a fim de estudar Arquitetura. Voltou à pousada para as festas de fim de ano.

Apaixonada pela natureza, fã de música que costumava postar vídeos no YouTube sucessos de cantoras como Alanis Morrisette, além de arriscar exibir composições de sua própria autoria.

Yumi conta na internet como se interessou pela música e em sua página no mySpace, relembra a influência das canções japonesas que aprendeu com os avós na sua formação musical. Conta que começou a ter aulas de música aos 13 anos, quando conheceu o que chama de "primeiro amor": o violão.

"Desde aquele momento, não parei de criar minhas próprias composições e tocar para minha família e amigos. Sinto que é uma boa maneira de me expressar."

Ela diz ainda que queria começar a ter aulas de piano, embora "algumas pessoas possam dizer que sou muita velha para isso". "Acredito que a música está dentro da gente e, desde que façamos o melhor que pudermos, tudo é possível", afirma.

Entre as suas influências, cita Beatles, Coldplay, Jamie Cullum e John Mayer. O trecho de uma música deste último, "Say", é usada por ela para se definir em seu perfil no Orkut.

Yumi tinha também um Blog com foco nas aulas do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Em um dos posts, ela conta que o objetivo era "unir diferentes idéias, pontos de vista e exigências". "Uma tentativa de reflexão sobre as diferenças. Sobre as memórias, os diálogos entre nós e o ambiente que nos cerca, e o que deles fica realmente em nós."



Um comentário:

Unknown disse...

Deus