13 de jan. de 2010

HAITI: Terremoto de 7 graus de magnitude mata milhares

HAITI
Terremoto de 7 graus de magnitude mata milhares
Entre as vítimas fatais, 11 militares brasileiros, da missão de Paz da ONU e a médica filantropa Zilda Arns

Foto: Reuters

Visto do alto do Canapé Vert, uma área, antes nobre, de Porto Príncipe.

Fontes: Folha de São Paulo, Le Figaro, Folha Online

A Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV) estima que até 3 milhões de pessoas foram atingidas pelo terremoto devastador de 7 graus de magnitude que atingiu o Haiti nesta terça-feira, com epicentro a 16 km da capital haitiana, Porto Príncipe.

Ainda não há números do governo haitiano sobre mortos ou feridos, mas as autoridades locais temem que possam chegar aos milhares diante do estado de devastação.

O representante da Cruz Vermelha, Paul Conneally, ressalta que o Haiti é um dos países mais pobres do hemisfério Norte e que está mal preparado, para lidar com um desastre destas proporções e que levará entre 24 horas e 48 horas antes de saber com precisão a extensão dos danos causados pelo tremor.

Foto: Eduardo Munoz/Reuters

Soldados brasileiros trabalham em frente à sede destruída da missão.

O Ministério da Defesa do Brasil confirmou nesta quarta-feira que uma das instalações da ONU, denominada "Ponto Forte 22", um sobrado de três andares, desabou completamente. As tropas brasileiras passaram a madrugada procurando por colegas desaparecidos sob os escombros.

Foto: Arquivo

O Brasil tem 1.266 militares e lidera a Força de Paz da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti, a Minustah, dos quais 250 são da engenharia do Exército. Os militares já tiveram participação no socorro às vítimas dos furacões de 2004 e de 2008, que atingiram o Haiti.

O Exército brasileiro divulgou na tarde desta quarta-feira que onze militares brasileiros morreram no terremoto de sete graus de magnitude que devastou Porto Príncipe, a capital do Haiti, na véspera. Outros sete militares estão feridos e outros sete continuam desaparecidos, segundo comunicado do Exército. Há ainda mais uma vítima brasileira, a médica filantropa Zilda Arns.

O Exército informou ainda que quatro militares que estavam no quartel das Forças de Paz da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti, a Minustah, localizado no Hotel Cristopher, estão desaparecidos. Outros três militares estão sob os escombros do Ponto Forte 22, um sobrado de três andares, próximo ao bairro Cite Soleil, que desabou completamente.

Há ainda sete militares feridos que estão sendo tratados no Hospital da Minustah, gerenciado pelas forças argentinas da missão de paz. Alguns militares brasileiros foram retirados para a vizinha República Dominicana.

Três soldados jordanianos da missão de paz da ONU também morreram no terremoto e outros 21 ficaram feridos.

Eles foram identificados por uma fonte militar, citada pela agência de notícias France Presse, como os majores Atta Issa Hussein e Ashraf Ali Jayus e o cabo Raed Faraj Kal-Khawaldeh. A mesma fonte afirmou que nenhum dos 21 feridos corre risco de morte.

A imprensa estatal chinesa informou que pelo menos oito soldados chineses foram soterrados, e que outros dez estão desaparecidos.

Foto: Lisandro Suero/AFP

há milhares de corpos pelas ruas

A Cruz Vermelha anunciou ainda, em comunicado, que 59 de seus funcionários locais ainda estão desaparecidos. Os nove funcionários internacionais do grupo estão seguros.

Jornalistas da agência Associated Press descrevem danos graves e generalizados pelas ruas, onde sangue e corpos podem ser vistos. Segundo a agência, dezenas de milhares de pessoas estão desabrigadas. A rede de TV CNN informou que possui imagens de mortos pelas ruas da capital haitiana, mas que são muito fortes para exibição.

Foto: Lisandro Suero/AFP

Mesmo prédios importantes como o palácio presidencial ( foto) e a sede da missão da ONU não resistiram e sofreram sérios danos.

O subsecretário-geral para Operações de Paz da ONU, Alain Le Roy, disse em um comunicado divulgado em Nova York que a sede da missão sofreu graves danos, juntamente com outras instalações das Nações Unidas e que um grande número de pessoas que trabalham para a organização continuava desaparecido.

Há relatos de casas que caíram de barrancos e de um hotel de luxo que teria desabado, soterrando 200 pessoas. Repórteres e testemunhas relatam grande destruição e cenas sangrentas na capital, Porto Príncipe.

Foto: Lisandro Suero/AFP

Há milhares de corpos pelas ruas

As comunicações foram em grande parte interrompidas, tornando impossível obter um quadro completo sobre os danos, enquanto vários tremores que se seguiram ao grande sismo continuaram a assustar a população do país, onde muitas construções são precárias. A eletricidade foi cortada em alguns lugares.

Os embaixadores do Haiti no México e nos Estados Unidos informaram que o presidente René Préval está vivo, apesar do colapso do palácio presidencial .

Foto: Associated Press/Le Figaro

"A situação é muito grave", especialmente nos bairros mais populares, disse Manuel durante uma entrevista coletiva de no Ministério das Relações Exteriores do México, após conversar com o vice-chanceler mexicano, Salvador Beltrán.

Foto: Reuters

Debaixo de pilhas de concretos gritos de vitimas soterradas, sem que ninguém esteja buscando dar-lhe ajuda, feridos cambaleando pelas ruas e corpos estendidos nas ruas, descreve um jornalista do The New York Times

O embaixador haitiano nos EUA, Raymond Alcide Joseph, demonstrou preocupação com os efeitos do terremoto, a partir dos danos a prédios governamentais. "Se esses prédios estão danificados, você pode imaginar o que aconteceu com todas aquelas frágeis residências ao redor de Porto príncipe, nas encostas dos morros?", perguntou.

Foto: Reuters

Ele lembrou seu desânimo crescente com a construção de barracos não regulamentados nas encostas dos morros, e como ele tinha escrito um artigo há alguns anos, dizendo que isso era uma "catástrofe".

Um funcionário do governo americano relatou ter visto casas que tinham caído em um barranco e um cinegrafista da agência Associated Press viu um hospital destruído em Petionville, perto da capital, bairro que abriga muitos diplomatas e haitianos ricos, assim como muitas pessoas pobres.

Em uma das primeiras informações disponíveis com número estimado de vítimas, o secretário francês para a Cooperação, Alain Joyandet, disse, em Paris, que cerca de 200 pessoas estariam sob os escombros do hotel Le Montana, um dos mais luxuosos de Porto Príncipe.

Com os telefones sem serviço, algumas das comunicações são feitas por meio de redes sociais na internet, como o Twitter. Richard Morse, um músico bem conhecido que gerencia o famoso Olafson Hotel, manteve um fluxo de relatos sobre as réplicas do tremor e os relatórios de danos.

A maior parte dos 9 milhões de haitianos vivem em profunda pobreza, e, após anos de instabilidade política, o país não tem normas reais de construção. Em novembro de 2008, após o colapso de uma escola em Petionville, o prefeito de Porto príncipe estimou que cerca de 60% por cento dos edifícios eram construídos de forma precária.

Foto: Arte/Folha Online

HAITI 
11 militares brasileiros mortos

Fontes: Agência Brasil

O Ministério da Defesa relacionou os 11 militares brasileiros mortos após um terremoto em Porto Príncipe, capital do Haiti.

Integrantes do 5º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lorena (SP)

- 1º Tenente Bruno Ribeiro Mário,
- 2º Sargento Davi Ramos de Lima,
- 2º Sargento Leonardo de Castro Carvalho,
- Cabo Douglas Pedrotti Neckel,
- Cabo Washington Luis de Souza Seraphin,
- Soldado Tiago Anaya Detimermani,
- Soldado Antônio José Anacleto,
- Cabo Ari Dirceu Fernandes Junior
- Soldado Kleber da Silva Santos

Do 37º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lins (SP).

- Subtenente Raniel Batista de Camargos,

Do Gabinete do Comandante do Exército, sediado em Brasília
- Coronel Emilio Carlos Torres dos Santos


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