14 de jan. de 2010

HAITI: A morte desnecessária dos militares brasileiros

HAITI
A morte desnecessária dos militares brasileiros
Sobe para 14 o número de militares brasileiros mortos, no Haiti, e como tem ainda quatro desaparecidos e dois com ferimentos graves, esse número pode crescer ainda mais, o que fazem os brasileiros tão longe de casa?

Foto: Roosewelt Pinheiro/Abr

Haitianos atendidos ontem, à noite, por militares brasileiro na base da missão de Paz, em Porto Príncipe

Atualmente o Brasil tem em torna de 1.266 militares e lidera a Força de Paz da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti, a Minustah, dos quais 250 são da engenharia do Exército. Um esforço impar, o emprego de pessoal técnico despesas de milhões, riscos de baixas, como essas que aconteceram, apenas por que o Governo Lula, quer por que quer que o Brasil, tenha uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Por sinal essa bandeira foi levantada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, num tom político e sóbrio, sem esse ôba, ôba, de novo rico querendo entrar na área reservada aos poderosos, nem que seja por uma entrada clandestina facilitada pelo leão de chácara corrompido.

O Brasil, como a maioria das nações do mundo, poderia estar chegando agora no Haiti para prestar socorro e solidariedade, não precisava estar entre as vítimas.

O esforço, o dinheiro e agora vidas, gastos nas ruas de Porto Príncipe, estão fazendo falta nas batalhas internas do Brasil.

Agente fica com inveja da pronta solidariedade, da pronta presença e até do minuto de silêncio, que o presidente com tanto empenho dedica aos irmãos haitianos, coisa que se esquece de fazer com os irmãos cariocas, gaúchos, cearenses, mineiros, etc., pois ao que parece, esses últimos não rendem manchetes internacionais.

Nos tempos de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil participou com contingentes e recursos dentro das nossas possibilidades, solidariedade, aos povos do mundo. Por essa época, o governo brasileiro indicou duas vezes Dona Zilda Arns e a “Pastoral da Criança” ao prêmio Nobel da Paz.

No momento em todas as oportunidades, usando o clima, como em Copenhague, ou a dor dos atingidos por uma catástrofe, como os irmãos haitianos, o ego flamejante de Lula, o filho do Brasil, procura protagonizar ações eletrizantes, sonhando ele mesmo conseguir, por esses atalhos, pouco recomendáveis, a consagração mundial.

O coronel do Coturno Noturno, sublinhou, oportunamente, ontem, o fato da nota oficia, de solidariedade do Governo Brasileiro, ter posto os militares mortos em segundo plano, quando diz: :

“... transmito meu pesar e minha total solidariedade ao povo haitiano e à família das vítimas brasileiras, civis e militares, em especial de Zilda Arns, coordenadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa e conselheira do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Que Deus dê conforto a todos neste momento doloroso".

Coturno Noturno diz que Dona Zilda jamais assinaria essa nota, e comenta:

“Para ela, jamais existiria este "em especial". Todos são iguais, especialmente quando morrem em pleno trabalho em prol dos Direitos Humanos. Os quatro militares que morreram junto com ela teriam o mesmo tratamento dela, se ela viva estivesse, em qualquer situação. Mas vá esperar sensibilidade de um governo que odeia os seus militares.”

Na matéria transcrita parcialmente, no post de ontem, do Estadão em homenagem a Dona Zilda Arns, deixamos de transcrever um texto, pois gostaríamos que a homenagem não tivesse nenhum caráter político, mas fazemos agora:

No depoimento de Dona Zilda, sobre a convivência com 15 ministros da saúde, nos 20 anos de existência da “Pastoral da Criança” ela elogia desde Alceni Guerra, que foi ministro de Fernando Collor, passando por Fernando Henrique Ministro da Fazenda de Itamar Franco e mais tarde José Serra, Ministro da Saúde, do govern FHC, mas quando comenta sobre o atual governo de quem ganhou um “especialmente” depois de falecida, elegantemente comenta:

No governo de Luiz Inácio Lula da Silva, as verbas não foram ainda reajustadas, mas o pagamento está em dia. "Lula, que escancarou a fome no Brasil, um problema que talvez muita gente não conhecia, mandou o ministro Tarso Genro me convidar para participar do Conselho de Segurança Alimentar e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social", disse a Dra. Zilda.

Ou seja, o governo Lula, tão mão aberta para ONGs suspeitas, manteve a “Pastoral da Criança”, sem reajustes, ao mesmo tempo que convidava a ilustre brasileira, para um cargo, sem poder de mando, tentado aproveitar-se do seu prestígio.

Por uma questão de justiça, louvamos as últimas atitudes do ministro da Defesa Nelson Jobim, tanto no ato dos incidentes do Decreto dos Direitos Humanos, como agora, que sem pestanejar, viajou para o Haiti, com o comandante do exército, para de fato ajudar, os necessitados e apoiar os militares que lá estão em missão de Paz.

Por fim, nossas homenagens aos brasileiros militares e civis mortos no Haiti e os que vivos ainda estão tabalhando, em condições precárias, por solidariedade aos irmãos hondurenhos. Nossos agradecimentos e reverêcias, também, as famílias de todos eles, que dividem pela soliridariedade seus entes queridos, com os que deles necessitam.

HAITI 
14 militares brasileiros mortos

Fontes: Agência Brasil

O Ministério da Defesa relacionou os 11 militares brasileiros mortos após um terremoto em Porto Príncipe, capital do Haiti.

Integrantes do 5º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lorena (SP)

- 1º Tenente Bruno Ribeiro Mário
- 2º Sargento Davi Ramos de Lima,
- 2º Sargento Leonardo de Castro Carvalho,
- 3º Sargento Rodrigo de Souza Lima
- Cabo Douglas Pedrotti Neckel,
- Cabo Washington Luis de Souza Seraphin,
- Cabo Ari Dirceu Fernandes Junior
- Soldado Tiago Anaya Detimermani,
- Soldado Felipe Gonçalves Julio
- Soldado Rodrigo Augusto da Silva
- Soldado Antônio José Anacleto,
- Soldado Kleber da Silva Santos

Do 37º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lins (SP).

- Subtenente Raniel Batista de Camargos,

Do Gabinete do Comandante do Exército, sediado em Brasília 
- Coronel Emilio Carlos Torres dos Santos

O comunicado informa também que quatro militares continuam desaparecidos:

- Coronel João Eliseu Souza Zanin,
do Gabinete do Comandante do Exército, sediado em Brasília (DF)
- Tenente coronel Marcus Vinícius Macedo Cysneiros
do Gabinete do Comandante do Exército, sediado em Brasília (DF)
- Major Francisco Adolfo Vianna Martins Filho
do Departamento-Geral do Pessoal, sediado em Brasília (DF)
- Major Márcio Guimarães Martins
do Comando da Brigada de Infantaria Paraquedista, sediada no Rio de Janeiro (RJ).

Dos 14 militares feridos, dois serão repatriados para o Brasil e dois foram estão internados na República Dominicana, país vizinho ao Haiti.



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