25 de dez. de 2009

HONDURAS: Zelaya comemora o Natal na embaixada do Brasil

HONDURAS
Zelaya comemora o Natal na embaixada do Brasil
O presidente esquecido pelo mundo aproveita essas datas para ressurgir no noticiário. Quer despertar dó, enquanto diz que reza para que outros latinos não sofram “golpes de estado”. Mas continua sonhando em voltar a ser presidente e é esse sonho que o faz continuar resistindo isolado na embaixada brasileira em Tegucigalpa

Foto: Reuters

CENA SURREALISTA: Zelaya o seresteiro de Tegucigalpa toca violão para os cartões de natal que ele afirma ter sido mandado por correligionários

Fontes: AFP, El Heraldo, La Tribuna

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, comemorou o Natal com uma ceia frugal junto da família na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está refugiado há mais de três meses, longe dos amigos e das comodidades próprias de um chefe de Estado, ou mesmo de um rico proprietário de terras como ele.

Uma de suas filhas, Hortensia Zelaya, contou à AFP que a refeição consistiu em "muitos nacatamales que nos enviaram".

Os 'nacatamales' ou 'tamales' são uma massa de milho, arroz e pedacinhos de carne, envolvidos em folhas de plátano, alimento típico na América Central e México.

Também comeram "pastelitos" e, como em outras festas familiares, Zelaya tocou violão.

Foto: Reuters

Os partidários de Zelaya carregam velas que podem simbolizar o enterro político do presidente que é o hospede incomodo do Brasil

Quase 200 simpatizantes do presidente deposto de Honduras haviam se reunido para uma vigília na noite de quinta-feira perto da embaixada do Brasil em Tegucigalpa, para demonstrar apoio e desejar um feliz Natal.

Zelaya está refugiado na sede diplomática brasileira desde 21 de setembro, quando retornou ao país depois que foi deposto, pela Suprema Corte, em 28 de junho, acusado de traição à pátria por ter desrespeitado os outros poderes da republica e tentado mudar a constituição sem autorização do judiciário e do legislativo.

Seus seguidores, vigiados por 30 militares e policiais, acenderam velas e cantaram músicas de apoio ao político.

Honduras, governada pelo presidente Roberto Micheletti, prepara-se para a posse, em 27 de janeiro, de Porfirio Lobo, eleito em 29 de novembro, em um processo reconhecido pelos Estados Unidos mas não aceito até agora por parte da comunidade internacional, inclusive o Brasil.

Foto: Associated Press

Qual país do mundo permitiria uma cena como essa dentro de sua embaixada? Há algum motivo, no momento, que justifique a presença de Zelaya na embaixada do Brasil?

Manuel Zelaya fora da embaixada brasileira, asilado em algum país do continente, vai se tornar um pária cada vez mais esquecido, sem poder volta a sua pátria, onde certamente seria preso, com já estão alguns dos seus antigos colaboradores.

Vai tentar negociar com o novo governo de Porfirio Lobo, um indulto, para sair da embaixada direto para as suas propriedades no interior do país, sem ser preso, e criar um movimento para mudar a Constituição.

Em Honduras, pelo texto constitucional atual, não é permitido, a ninguém, já tenha sido presidente se candidatar outra vez e muito menos seja reeleito em pleitos sucessivos e tentar mudar a constituição em benefício próprio é crime, sujeito a perda de mandato.

Sem mandato para perder e sem nada a responder na justiça, Zelaya planeja passar quatro anos infernizando a vida do novo governo, para implantar uma constituinte e se candidatar outra vez.

Mas aí o Brasil já terá um novo presidente e a gente não vai ter nada com isso.


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