16 de nov. de 2009

VENEZUELA - Declaração de Guerra: Chávez vai bombardear nuvens

VENEZUELA
Declaração de Guerra: Chávez vai bombardear nuvens
Não tendo mais a quem ameaçar o ditador venezuelano, disse que vai subir aos céus com técnicos cubanos e bombardear todas as nuvens que encontrar pela frente, sobre o rio Orinoco, para fazer chover em Caracas

Foto: Reuters

O presidente venezuelano Hugo Chávez brigando até com os céus

Fontes: Prensa Latina, Portal Terra, Tele 13, El Tiempo, Mundo Estranho

O presidente venezuelano Hugo Chávez disse que se juntará a uma equipe de cientistas cubanos em voos para "bombardear as nuvens" para gerar chuva em meio a uma seca que criou irritação pública devido ao racionamento de água e energia.

Chávez, que pediu aos venezuelanos que tomem banhos de três minutos para economizar água, disse que os cubanos chegaram à Venezuela e se preparavam para voar com aeronaves especialmente equipadas sobre o rio Orinoco.

"Vou subir no avião, qualquer nuvem que apareça na minha frente, irei bombardeá-la para que chova", disse Chávez sábado.

Muitos países possuem programas que visam alterar os padrões climáticos, comumente conhecidos como semeação de nuvens, apesar da eficácia dessas técnicas não ser um consenso.

Foto: Reuters

Protestos em Caracas devido os freqüentes e demorados apagões

Disparar iodo prateado nas nuvens é um método comum. A China usa de foguetes carregados com a substância para gerar chuvas em regiões áridas. Chávez não disse qual tecnologia será usada pelos cubanos.

A Venezuela tem sofrido com a escassez de água e eletricidade este mês depois de uma seca causada pelo fenômeno El Niño, que deixou o nível de água em patamar crítico em diversos reservatórios do país rico em petróleo.

A Venezuela gera grande parte de sua eletricidade de projetos hidrelétricos, incluindo da gigante represa de El Guri, perto do rio Orinoco.

Foto: Reuters

Em Caracas dona de casa espera a passagem incerta de caminhão pipa que fornece uma água nada potável

A oposição da Venezuela acusa Chávez a não ter investido em infraestrutura, nem em criar novos reservatórios de água, nem energia alternativa, para o país, já que o fenômeno El Niño é cíclico e previsível.

Também conhecida como pulverização ou semeadura de nuvens, essa técnica consiste em lançar no céu alguma substância que facilite a formação de gotas de chuva. O componente mais usado é o cloreto de sódio, o popular sal de cozinha.

Em contato com o vapor d’água da nuvem, as partículas de sal atraem minúsculas gotinhas, iniciando a criação dos pingos de chuva. Parece um método infalível, mas, na verdade, o bombardeamento é bastante polêmico.

"Esse artifício só faz chover em nuvens que já tenham vapor d’água em quantidade suficiente. Isso quer dizer que ele não produz chuva. No máximo, pode acelerar uma", afirma o meteorologista Augusto José Pereira Filho, da Universidade de São Paulo (USP). Até hoje, ninguém conseguiu provar a eficácia do método.

Outro problema é que ele pode ser perigoso para o meio ambiente, pois, apesar de o produto lançado não ser tóxico, modificar o clima pode trazer resultados imprevisíveis no futuro. Mesmo com tantos poréns, o bombardeamento se espalhou nos últimos 50 anos porque é uma técnica relativamente barata.

No Brasil, a experiência mais duradoura ocorreu no Ceará. Em 1972, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) criou um programa de chuva artificial, com o bombardeamento por aviões, para tentar refrescar o semi-árido nordestino.

Como não houve nenhum aumento significativo nas precipitações, o projeto foi encerrado em 2000.


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