23 de nov. de 2009

HONDURAS: Zelaya morando 60 dias na embaixada do Brasil

HONDURAS
Zelaya morando 60 dias na embaixada do Brasil
No próximo domingo acontecem as eleições gerais em Honduras, que pode por fim a crise, todos os partidos estão participando, a campanha transcorreu sem incidentes, e o povo está motivado para votar, o presidente deposto está cada vez mais isolado

Foto: Getty Images

Manuel Zelaya na Pousada de Lula, em Tegucigalpa, há mais de 60 dias, não já está na hora de cobrar aluguel?

Fontes: La Prensa, El Heraldo, AFP

O presidente deposto hondurenho, Manuel Zelaya, completou no sábado dois meses com hospede forçado na embaixada do Brasil, desde que retornou ao país, enquanto o presidente, Roberto Micheletti, vai se licenciar da presidência durante uma semana, de 25 de novembro a 2 de dezembro, para que evitar que se diga que as eleições ocorreram sob sua influência.

É exatamente no dia 2 de dezembro que o Congresso -de 128 deputados de cinco partidos-- deve decidir sobre a restituição do governante, afastado por determinação da Suprema Corte por ter violado a Constituição do país.

De dentro da embaixada com seus 20 partidários, incluindo assessores, Manuel Zelaya está pronto para fazer tudo que for possível para impedir que as eleições se realizem, e se acontecerem que não sejam reconhecidas como válidas.

A Frente de Resistência contra o Golpe pediu que a população boicote eleições consideradas "ilegítimas" pelo grupo, depois do desgastante e mal sucedido esforço pela restituição do governante, em particular devido à aprovação dos Estados Unidos, que anunciaram que reconhecerão as eleições se forem "limpas e transparentes".

Foto: Associated Press

Partidários de Manuel Zelaya, um grupo cada vez menor, fazendo campanha contra a realização das eleições

Enquanto Zelaya critica e denuncia que a saída temporária de Micheletti, que tem o intuito de fortalecer as eleições, dizem que seu adversário e ex-correligionário do Partido Liberal, pretende "legitimar o golpe de Estado e ocultar a verdade e os crimes cometidos contra o povo, a Constituição e a democracia", os Estados Unidos, abertamente expressaram a sua "satisfação" com a "licença" do atual mandatário.

A Organização dos Estados Americanos (OEA), que reconhece Zelaya como governante e considerou que as eleições não t~em legitimidade, definirá na segunda-feira uma posição comum.

A maioria dos países latino-americanos adiantou que não reconhecerá as eleições caso Zelaya não volte antes da realização do processo eleitoral.

A campanha eleitoral seguiu o seu calendário, encerrada hoje, como prevê a legislação eleitoral, sete dias antes da realização do pleito, que ocorrerá no próximo domingo, 29.

Foto: La Prensa

Porfirio Lobo, derrotado por Manuel Zelaya nas últimas eleições é o candidato com maiores chances de ganhar o pleito desta vez, no seu último dia de campanha

São cinco os candidatos a presidente da Republica de Honduras, pelo Partido Unificación Democrática, César Ham, pela Unidad Pinu Social Demócrata, Bernard Martínez , Partido Liberal, o antigo partido de Manuel Zelaya, o seu vice-presidente , Elvin Santos, pelo Partido da Democracia Cristiana, Felícito Ávila Ordóñez e finalmente pelo , Partido Nacional, Porfirio Lobo Sosa, líder das pesquisas.

A situação de Honduras aparece cada vez mais como esdruxula, de um lado vemos um presidente eleito e deposto querendo boicotar uma eleição, e um presidente de fato, apontado com ditador, e golpista, trabalhando seriamente para aconteça uma eleição no país.

Por sinal nunca se viu falar de um governo golpista, querer eleições, sem concorrer ao pleito e se afastar do poder para que as eleições ocorram sem sua interferência.

Charge do Jornal La Tribuna


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