4 de out. de 2009

Adiós Mercedes Sosa, la voz de las Américas

Adiós Mercedes Sosa, la voz de las Américas
Uma mulher latina americana conhecida mundialmente, não só como cantora, mais como uma defensora da liberdade e dos oprimidos, símbolo de uma época dificil para a os latinos, que se curvaram encantados diante sua dignidade , altivez e a marcante voz de contralto, a encantar multidões

Foto: Reuters

Milhares de fãs prestam a última homenagem a cantora argentina velada na Sala dos Passos Perdidos, no Congresso Argentino

Fontes: La Nacion, The New York Times, El Clarin, O Globo, EL Mundo

Foto: Emiliano Lasalvia/AP

“Nesta data, na cidade de Buenos Aires, Argentina, temos que informar que a senhora Mercedes Sosa, a maior artista da Música Popular Latino-americana, nos deixou", afirmou sua família em uma nota.

Morreu neste domingo, aos 74 anos, a cantora argentina Haydeé Mercedes Sosa. Ela estava internada desde o dia 18 de setembro no Sanatorio de la Trinidad, em Palermo, Buenos Aires, e seu estado de saúde se agravou na última semana, devido a problemas renais que afetaram os órgãos vitais. O corpo dela será velado a partir do meio-dia deste domingo na sede do Congresso Nacional argentino, em Buenos Aires.

O Brasil começou a despertar para a riqueza da voz de Mercedes Sosa em 1976, após um dueto da cantora argentina com Milton Nascimento. A faixa "Volver a los 17", da compositora chilena Violeta Parra - de quem Mercedes foi uma das principais intérpretes - virou um dos maiores destaques do hoje clássico álbum "Geraes". A partir daí, a barreira da língua não mais impediu que brasileiros se apaixonassem pelo marcante timbre de contralto de Mercedes Sosa e por seu repertório, entre canções folclóricas e de conteúdo político e social.

Na foto Mercedes Sosa no programa "Chico e Caetano", mais Milton Nascimento e Gal Costa, cantam "Volver a los 17"

O Brasil começou a despertar para a riqueza da voz de Mercedes Sosa em 1976, após um dueto da cantora argentina com Milton Nascimento. A faixa "Volver a los 17", da compositora chilena Violeta Parra - de quem Mercedes foi uma das principais intérpretes - virou um dos maiores destaques do hoje clássico álbum "Geraes". A partir daí, a barreira da língua não mais impediu que brasileiros se apaixonassem pelo marcante timbre de contralto de Mercedes Sosa e por seu repertório, entre canções folclóricas e de conteúdo político.

Foto: Arquivo

Os discos de Mercedes passaram a ser lançados regularmente no Brasil. A cantora gravou novos encontros com artistas da MPB como Fagner, Chico Buarque e, recentemente, Caetano Veloso - em outubro do ano passado, aproveitando a visita de Mercedes ao Rio, para receber a Ordem do Mérito Cultural, em cerimônia realizada no Teatro Municipal.

A faixa com Caetano fez parte do disco de duetos, lançado este ano, com um variado leque de convidados, incluindo ainda a colombiana Shakira, o uruguaio Jorge Drexler e a mexicana Julieta Venegas.

Foto: Arquivo

Nascida em Tucumán, em 9 de julho de 1935, Mercedes Sosa foi descoberta aos 15 anos, ao participar de um concurso de uma rádio em sua cidade. Seu primeiro álbum, "La voz de la zafra", foi lançado em 1962, com repertório calcado em canções folclóricas. Os dois seguintes, "Canciones con fundamento" (1965) e "Yo no canto por cantar" (1966), já em seus títulos deixavam claro o engajamento político de La Negra, apelido que ganhou devido aos longos e lisos cabelos negros.

Peronista na juventude, Mercedes alinhou-se à esquerda a partir dos anos 1960. Em 1979, perseguida pela ditadura militar argentina, ela se exilou na Europa, vivendo em Paris e Madri. Nos anos 1990, foi opositora do presidente Carlos Menen e, depois, apoiou seu sucessor, Néstor Kirchner.

Foto: AP

Mercedes Sosa com a cantora Colombiana Shakira uma das suas última apresentações

Independentemente das posições políticas, Mercedes merece ser ouvida por sua grande voz e seu repertório, em discos como "El grito de la tierra", "Homenaje a Violeta Parra", "Cantada Sudamericana", "Interpreta Atahualpa Yupanqui", "Corazón Americano" (com Milton Nascimento e León Gieco) e "Alta fidelidad" (com Charly García).

Seu último disco, "Cantora, vol. 1", teve três indicações ao Grammy Latino deste ano - que será anunciado em novembro.


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