29 de set. de 2009

Irã ameaça com misseis de longo alcance

Irã ameaça com misseis de longo alcance
As Forças Armadas do Irã lançaram nesta segunda-feira (28) “com sucesso” o míssil Shahab-3, de longo alcance, culminando a série de lançamentos considerados provocativos, pela Casa Branca

Foto: Reuters

“Ghadr 1 classe Shahab 3”, míssil de longo alcance preparado para o lançamento durante um teste em um local desconhecido na região central do Irã, capaz de atingir Israel e bases E.U. no Golfo Pérsico

Fontes: Los Angeles Time, Correio da Manhã, Correio Braziliense, Jornal do Brasil

Em um momento de intensa pressão do Ocidente a respeito de seu programa nuclear, o Irã anunciou ontem que a Guarda Revolucionária, elite do Exército iraniano, realizou "com sucesso" testes com mísseis de longa distância das classes Sejil-2 e Shahab-3, com alcance de até 2 mil quilômetros, podendo atingir Israel e bases americanas no Oriente Médio.

A salva de ontem completou os dois dias de testes de mísseis do exercício militar batizado de "O grande profeta IV", iniciado no domingo, com lançamentos de projéteis de curto e médio alcance.

O Sejil-2 é um dos foguetes de duas fases mais modernos do Irã e é alimentado inteiramente por combustível sólido, o que aumenta a precisão para localizar e atingir o alvo.

Foto:AP

Não foi preciso interpretar o significado dos testes. O chefe das Forças Armadas da Guarda, general Hosein Salami (foto), foi bastante claro.

"A mensagem do exercício para alguns países arrogantes que pretendem intimidar é que nós somos capazes de dar rapidamente a devida e forte resposta à sua hostilidade", avisou, citado pela emissora estatal em língua inglesa TV Press.

"Responderemos à qualquer ação militar de maneira esmagadora e não faz diferença de qual país ou regime partiu o ataque", ameaçou Salami.

As manobras do programa de mísseis aconteceram poucos dias após a descoberta da construção secreta de uma usina de enriquecimento de urânio no Irã e das advertências dos Estados Unidos e aliados para que o país abra as portas para a inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ou se prepare para sanções mais severas.

Foto: Reuters

A preparação e lançamento do “Ghadr 1 classe Shahab 3” mais perigoso e quase impossível de localizar, pois, sua base de lançamento é móvel

As potências ocidentais acreditam que o argumento de produção de energia nuclear para fins civis é na verdade um disfarce para a fabricação de armas de destruição em massa.

Foto: Reuters

O secretário de imprensa Robert Gibbs, durante a conferência de imprensa diária na Casa Branca, chamou o teste de míssil de "provocação" e pediu que o acordo para permitir acesso imediato e irrestrito a fábrica de combustível nuclear do Irã

A revelação redobrou a importância da reunião de quinta-feira em Genebra, na Suíça, na qual os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia mais a Alemanha, o chamado "5 + 1", tentarão persuardir a República Islâmica a abandonar seu programa nuclear.

Foto: Reuters

Na semana passada, Israel, única potência nuclear do Oriente Médio, afirmou que não descarta a opção de um ataque áereo caso ao Irã. Ontem, o ministro da Defesa iraniano, Ahmad Vahidi (foto), reiterou as ameaças de retaliação caso o "regime Sionista", termo usado para se referir à Israel, lance ofensivas contra seu país.

"Se isso [um ataque israelense] acontecer, o que logicamente não prevemos, seu resultado último seria o último suspiro do regime Sionista.


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