19 de ago. de 2009

Por que Mercadante borra-se de medo de Protógenes?

Por que Mercadante borra-se de medo de Protógenes?

Foto: O Globo

Fontes: Acerto de Contas, Agêcia Brasil, O Globo

Não é por moralidade e ética que o líder do PT no Senado Aloizio Mercadante (SP), está tão radicalmente contra o apoio petista ao presidente José Sarney e sua permanência na cadeira de presidente do Senado Federal. Candidato a reeleição, o espelho e as pesquisas estão dizendo que ele está perdendo cabelos e votos a cada dia que dura a crise no senado.

Ontem (18) Mercadante colocou o cargo à disposição da bancada. Sofre uma pressão brutal dentro do partido e fora dele, inclusive do planalto, para substituir os integrantes petistas no Conselho de Ética do Senado, coisa que cabe exclusivamente ao líder do partido fazê-lo.

Sem meias palavras Mercadante disse aos aliados, segundo a agência Brasil, que não estaria disposto a trocar nenhum integrante e que se isso ocorrer, terá que ser com outro líder. "Fazer esse tipo de coisa, tem que ser outro líder", disse o petista.

O PT tem duas vagas ainda não preenchidas de suas três cadeiras no Conselho de Ética. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) e o senador Delcídio Amaral (PT-MS) são suplentes e não querem assumir como titulares, conforme deseja Mercadante, pois pretendem serem candidatos a governadores no próximo ano e acreditam que seus votos favoráveis a Sarney pode prejudicar suas imagens diante do eleitorado.

Caso Ideli e Delcídio não assumissem como titulares, os dois senadores cotados para ocupar as vagas são Romero Jucá (PMDB-RR), atual líder do governo no Senado, que nunca se preocupa em fazer um joguinho sujo e o suplente Roberto Cavalcanti (PRB-PB) que também já externou sua disposição de votar a favor de Sarney no Conselho de Ética. A alternativa seria adotada caso a bancada concorde em repassar uma das vagas para outra legenda do bloco de apoio do governo, formado por PR, PSB, PC do B e PRB.

Na parte da tarde, após participar do depoimento da ex-secretária da Receita, Lina Vieira, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o líder petista não foi visto mais no Senado.

Hoje os petistas votaram a favor do arquivamento do processo de Sarney e Mercadante, deu-se por satisfeito, não renunciando.

Ninguém, porém imagine que Aloizio Mercadante está tomando essa posição tão radical contra a permanência de Sarney por pura consciência política. A verdade é que candidato a reeleição no próximo pleito, tem sofrido reais pressões nas pesquisas, do exigente eleitorado de São Paulo, que rejeita a permanência de Sarney na presidência do senado, bem como aqueles que o apóiam.

São Paulo nunca foi um território fácil e aberto aos petistas. Recentemente Marta Suplicy e depois Mercadante sofreram rotundas derrotas eleitorais para cargos majoritários nos últimos pleitos.

O site Contas Abertas, diz, por exemplo, que o delegado o Protógenes Queiroz (foto), segundo pesquisas Brasmarket (que faz pesquisa para a Isto é), ainda não divulgada, está à frente de Mercadante e em primeiro lugar numa disputa para o senado em São Paulo.

Mesmo havendo duas vagas para o cargo, o senador petista, perdendo para Protógenes, teria que disputar uma vaga com outros adversários de peso, como o veterano Romeu Tuma, ou os pesos pesados, Orestes Quércia (PMDB) ou Afif Domingues (DEM) que estão soprando na nuca do petista, na corrida ao senado.

Aparecer agora como colaborador de Sarney é tudo que Mercadante não quer. Vamos ver se os paulistas vão acreditar nessa dignidade de última hora. Afinal além de perder, perder para Protógenes Queiroz, assim também já é demais também.

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