8 de jul. de 2009

A solidão do hondurenho morto

A solidão do hondurenho morto
Hoje na Costa Rica, sentam na mesa de negociação o presidente deposto e o presidente atual de Honduras, na véspera cada um diz que não vai negociar e acusa o outro de criminoso

Foto:Tomas Bravo/Reuters

O jovem hondurenho Isy Obed Murrieta, 19 anos, morto no meio dos manifestantes em Tegicigalpa, foi sepultado na sua província, a vila de Santa Cruz de Guayape. No velório só a mãe e uma galinha

Fontes: Estadão, El Heraldo, La Tribuna, La Prensa

O presidente da Costa Rica, Oscar Arias, vencedor do prêmio Nobel da Paz, vai mediar a crise em Honduras, aceito que foi pelo presidente Manuel Zelaya e pelo atual presidente hondurenho, Roberto Micheletti e abençoado pelo governo americano atraves de Hillary Clinton.

Ninguém está interessado em apurar a participação do governo Hugo Chávez nessa questão. Responsável pela eclosão do problema, financiando e apoiando Zelaya na sua louca obstinação de reelejer, ao arrepio das leis, e agora, durante a crise, atuando não como chefe de Estado, mas como ativista, influindo nas consequências do conflinto, que só não resultaram mais calamitosas, por sorte, e por contenção do atual governo hondurenho.

A morte do jovem Isy Obed Murrieta, 19 anos, filho de um pastor protestante, durante um conflito entre as forças armadas hondurenhas e os seguidores de Manuel Zelaya, foi o ponto de partida do fim da situação atual, ou seu agravamento.

Foto: Henry Romero/Reuters

Os poucos amigos e parentes conduzem o corpo da vítima dos poderosos que disputam o poder em Honduras, quem são os responsáveis por esse crime?

O mundo inteiro responsabilizou as Forças Armadas de Honduras, de ter disparado o tiro, o que pode ser verdade, mas há muitas possibilidades do rapaz ter sido morto por profissionais ativistas, exatamente para por nas cordas o atual governo de Honduras, que sentiu o golpe de ser responsabilizado por uma morte, que não deveria ter acontecido.

Mortes assim são provocadas em conflitos, por executantes contratados para a empreitadas para criar impasses politicos.

Bem observado, o tumulto gerador do conflito foi provocado pelos presidentes Chávez e Zelaya. Todo mundo sabia que o governo atual de Honduras não ia deixar o avião com o presidente deposto pousar no aeroporto de em Tegucigalpa.

Na verdade o avião da PSDV, a companhia petrolífera da Venezuela, sem autorização, invadiu o espaço aéreo hondurenho, fazendo sobre vôos sobre a pista do aeroporto, tomada por tropas, e caminhões, sabendo ser impossível pousar, apenas para instigar a multidão.

Enquanto isso o presidente dava entrevista, supostamente do avião, pedindo ao povo que conversasse com os militares, para permitir que ele voltasse ao país. No momento melodramático, novelão, disse: “ Se aqui tivesse um para-quedas eu me atiraria”.

Neste momento a multidão avançou em direção a tropa que guardava a pista, quebrou a cerca de arame farpado, derrubou o muro e jogou pedras. Os militares revidaram com gás lacrimogenio e balas de borracha, que é a maneira que se tem para se dispersar multidões, em qualquer lugar do mundo.

Foto:Felix Esteban/AP/Sipa

Honduras: Quem está atacando, quem está se defendendo?

O jornal Le Figaro diz sobre os mesmos fatos, que os militares jogaram gás lacrimogênio na multidão, e atiraram balas de borracha, então o povo agredido, revidou com pedradas. É tudo uma questão de ponto de vista. O jornalzão Frances diz também que houve um golpe de estado em Honduras, e os militares quiseram impedir, pois não gostam de plebiscito. Vê-se que ou estão totalmente desinformados ou querem passar uma versão errada e tendenciosa para os leitores.

Há informações seguras que Zelaya não estava no avião que sobrevoava o aeroporto de Honduras. Pela qualidade do som de sua entrevista, e por não querer correr riscos, pois os militares hondurenhos poderiam receber ordens de abater o avião, que havia invadido seu espaço aéreo, sem autorização.

Estaria na vizinha capital Managua, em segurança, assessorado por uma equipe da TV estatal de Hugo Chávez, com a conivencia de Daniel Ortega, gente da turma de Hugo Chávez, todos participes do mesmo embuste.

Os presidentes do Equador, Argentina, Paraguai e do ONU foram noutro avião para Costa Rica, meio escapando dessa farsa e não querendo se envolver com as conseqüências do gesto imprudente e sem possibilidade de sucesso de Manuel Zelaya.

Tanto que o avião ao invés de ir direto para El Salvador, saiu de Tegucigalpa direto para Managua, foi buscar Zelaya e seguiu para Costa Rica onde foi se juntar aos presidentes que deveriam o estar acompanhando.

Foto: AFP

Massacre comandando de Caracas: Hugo Chávez, deixou-se fotografar no momento em coordenava a operação militar desde a Venezuela. Sobre a lousa ao lado do venezuelano vê-se um planejamento da operação falando em feridos e desespero.

E empreitada deles foi um sucesso, conseguiram um cadáver era tudo que precisavam para o estopim final contra o governo que se estabelecerá depois da queda de Zelaya. Chávez disse que o companheiro hondurenho foi corajoso, e elogiou também os pilotos do avião venezuelano que cometia delito internacional em voar fora da rota programada no plano de vôo, invadindo o espaço aéreo de outro país.

É voz corrente em Honduras, que as pessoas que participam das manifestações pró Zelaya, recebe uma ajuda de custo, principalmente os que vieram do interior. Fala-se também abertamente que alguns desses cidadãos encarregados de distribuir o dinheiro não são hondurenhos.

Obama foi pautado por Chávez, que sai dessa questão como grande líder latino, capaz de defender, até as últimas conseqüências, a democracia no continente. Ameaçou inclusive intervir militarmente através daquele órgão latino americano que ele inventou para junto com sua gang presidencial, interferir na democracia do continente.

Foto: Reuters

O prefeito de Caracas, Ledezma, foi socorrido as pressas nesta madrugada por estar correndo risco de morte, devido aos dias sem comer.

A cegueira da mídia aterrorizada, com a história de um golpe militar, é tanta, que ninguém parece ter visto que o prefeito de Caracas, o Antonio Ledezma, completou seis dias de greve de fome diante da delegação da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Caracas.

Pede apenas o envio de uma comissão para avaliar a situação da democracia na Venezuela, e uma investigação sobre o governo do Coronel Hugo Chávez que tem passado por cima de todos os outros poderes da república e desrespeitado as leis vigentes no país, como fez o seu comparsa Manuel Zelaya em Honduras.


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