18 de jul. de 2009

Polícia Federal indicia o filho de Sarney e esposa

Polícia Federal indicia o filho de Sarney e esposa
Alvo de cinco inquéritos abertos pela Polícia Federal, empresário Fernando Sarney foi indiciado sob acusação de ter cometido quatro crimes : formação de quadrilha, gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Foto: Video Rede Globo

Sarney disse que tinha uma família bem constituída, todos são a cara do pai, inclusive esse aí,  chefe de quadrilha, Fernando Sarney

Fontes: Portal Terra, Estadão, Folha Online, G1

Apontado como o "líder da quadrilha", o filho de Sarney, o empresário José Macieira Sarney é alvo de cinco inquéritos abertos pela PF -a principal linha de investigação apura a prática de tráfico de influência supostamente exercida por Fernando para beneficiar empresas privadas em contratos com o governo. Ele ainda pode ser indiciado por mais crimes.

Diálogos captados pela Polícia Federal na Operação Boi Barrica revelam que o empresário Fernando Sarney tentava interferir em indicações e negócios realizados pela Eletrobrás, empresa estatal do setor elétrico, área controlada por seu pai, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Foto: Antonio Cruz/ABr

O senador Edison Lobão, advogado, jornalista e cara de pau, acabou virando Ministro das Minas e Energia, por indicação dos Sarneys

Diz o inquérito da PF, sobre o comportamento do filho de Sarney: "Desponta a prática de diversos crimes danosos aos cofres públicos, como advocacia administrativa, tráfico de influência, fraude a licitação, falsidade ideológica, falsidade documental, bem como os já aventados crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e, possivelmente, [...] crimes contra a ordem tributária".

A investigação começou para mapear transações financeiras suspeitas. Em 2006, Fernando Sarney teria sacado R$ 2 milhões em espécie, dinheiro que teria sido usado para financiar a campanha da irmã, Roseana Sarney, hoje governadora do Maranhão.

As investigações se desdobraram e deram origem a, pelo menos, cinco inquéritos. O depoimento do empresário, segundo o jornal "O Estado de S.Paulo" deu conclusão a três deles.

Fernando Sarney é apontado nas investigações como chefe de um grupo acusado de ter forte influência política e, com isso, conseguir direcionar licitações e também desviar dinheiro público. A Polícia Federal suspeita ainda que ele seja sócio da empresa Marafolia, que promove eventos no Maranhão e seria usada para lavagem de dinheiro. Três pessoas apontadas como sócias da Marafolia também foram indiciadas.

No ano passado, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal pediram a prisão dele e de outras 13 pessoas. A Justiça Federal, na época, acabou negando os pedidos.

Foto: Video Rede Globo

A Polícia Federal indiciou, também, Teresa Sarney, esposa de Fernando Sarney e nora do presidente do Senado, José Sarney.

Relatório da Polícia Federal (PF) produzido em agosto de 2008, no âmbito da Operação Boi Barrica, afirma que o empresário Fernando Sarney, usou a casa do senador para intermediar negócios da incorporadora Abyara, sediada em São Paulo, com a Caixa Econômica Federal.

Nos diálogos, Fernando Sarney conversa com o vice-presidente de Pessoa Física da CEF, Fábio Lenza, para avisar que o "pessoal" já está a caminho. As pessoas aguardadas seriam os diretores da Abyara. Em outra conversa interceptada, o empresário Paulo Nagem diz que a incorporadora quer uma "recomendação" junto à Caixa.

Nagem, amigo de Fernando, foi indiciado nesta sexta-feira pela PF no inquérito da Operação Boi Barrica, junto com outras três pessoas. Fernando havia sido indiciado no mesmo caso na quarta-feira e sua mulher, Teresa Murad Sarney, no dia seguinte.

A Operação Boi Barrica, que começou há dois anos, investiga transações financeiras ilegais, como prática de caixa dois às vésperas das eleições de 2006. À época, a irmã de Fernando, Roseana Sarney, era candidata ao governo do Estado. Fernando Sarney é apontado como o "líder da quadrilha" e é alvo de cinco inquéritos abertos pela Polícia Federal. Uma das filhas do casal, Ana Clara, é investigada, mas ainda não foi ouvida.

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