2 de jul. de 2009

Honduras aciona a Interpol para prender Zelaya

Honduras aciona a Interpol para prender Zelaya
Engrossando o caldo o Tribunal Penal de Honduras emitiu nesta quarta-feira um mandado de captura internacional contra o deposto presidente Zelaya, o presidente deposto. Até a OEA parece estar recuando diante dos fatos

Foto:El Heraldo

Milhares de habitantes de Choluteca saíram as ruas para apoiar o novo presidente Micheletti

Fontes: Folha da Região, Reuters , Agência Brasil, El Heraldo

De acordo com o procurador-geral hondurenho, Luis Alberto Rubí , o presidente deposto Manuel Zelaya será detido "imediatamente" ao pisar território hondurenho e as autoridades judiciais enviaram à Interpol uma ordem internacional de captura e prisão contra o presidente deposto réu em processos que englobam 18 crimes, entre eles, traição à pátria, usurpação de funções, abuso de autoridade, corrupção e até participação no narcotráfico.

A ordem judicial atende um pedido feito pela Procuradoria Federal, na sexta-feira, dois dias antes do presidente ser mando embora de Honduras, sem ter tido tempo nem de pegar o seu tradicional chapéu.

Diante disso Enrique Ortez, ministro das Relações Exteriores do novo governo disse à Reuters que Zelaya será detido mesmo se voltar a Honduras acompanhado de líderes latino-americanos.

Foto: El Heraldo

O presidente Roberto Micheletti fala numa manifestação de apoio em Tegucigalpa, ao seu lado o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas hondurenhas, General Romeo Vásquez, que foi demitido por Zelaya, por não ter obedecido ordens de desobedecer a Corte Suprema

Zelaya que havia dito que voltaria na quinta-feira a Honduras, adiou o regresso ao país ao menos até o fim de semana, para esperar o fim do prazo dado pela Organização dos Estados Americanos (OEA), de 72 horas, para o novo governo aceitar o antigo presidente de volta ao posto.

O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza disse que quer acompanhar Zelaya em seu regresso a Honduras, junto com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e o mandatário do Equador, Rafael Correa. Por puro palpite acreditamos que está sendo feita uma pressão para que o presidente Lula acompanhe essa missão impossível.

Tutty Vasques, no seu blog diz que Cristina Kirchner vai a Honduras dar uma espairecida, pois tem bons motivos para topar acompanhar o presidente deposto: qualquer lugar no momento, para ela, é melhor que a Argentina.

Foto Leonel Estrada /El Heraldo:

A maioria somos nós, dizem os manifestantes que rejeitam a restituição do ex-presidente Zelaya, na verdade eles são pelo menos 70% da população que demonstrava descontentamento, contra o governo que caiu

Acontece que a OEA nesta quinta-feira, suspendeu o ultimato e está enviando a Honduras, uma missão para ouvir as autoridades do país, e examinar os atos praticados, que tiraram Zelaya do poder.

Apesar das demonstrações de apoio internacional a Zelaya, os hondurenhos permanecem divididos entre o que vêem como um presidente que luta contra as elites em favor dos pobres e os que advertem que ele é um populista perigoso na mesma trilha radical de seus aliados de esquerda.

Cresce no país um movimento em apoio ao novo governo chefiado por Roberto Micheletti, ex-presidente do Congresso, que substituiu Zelaya, com enormes manifestações nas maiores cidades do país, na terça em Tegucigalpa e San Pedro Sula e na quarta em Choluteca.

O novo presidente lembra também que as pesquisas de opinião feitas pelo antigo governo, já detectava que 70% da população desaprovavam Zelaya e seus métodos de governar sem respeitar a lei e nenhuma das outras instituições democraticas. Atualmente, supõe Micheltti, mais de 80% da população apóia o novo governo de transição e se prepara para a campanha eleitoral que irá eleger o novo presidente do país.

Foto: Leonel Estrada /El Heraldo

Diz o cartaz numa manifestações em Tegucigalpa: “Mensagem a Obama: "Obama ajudemos a defender nossa democracia, constituição e liberdade. “Não apóiem aos seguidores de Chávez”

Roberto Micheletti tem também, seguidas vezes, acusado o presidente Hugo Chávez de estar por trás de pequenos grupos rebeldes, que durante a noite, atacam as tropas que dão garantias aos prédios públicos, clareando que é desnecessário fazer manifestações violentas, pois se os partidários de Zelaya quiserem sair às ruas para protestar pacificamente, não há nenhum impedimento do governo.

O objetivo dessas pessoas é criar um clima de conflito, que inexiste, pois dentro do possível, Honduras segue num clima de absoluta normalidade, com todos os serviços e instituições funcionando normalmente.

Por outro lado pede a OEA que se posicione sobre as constantes ameaças de intervenção militar feitas pelo Presidente Hugo Chávez, que lidera na America Latina uma campanha em defesa do deposto Zelaya.

Chávez se borra nas calças ao imaginar que as pessoas possam repetir na Venezuela, o que os hondurenhos fizeram e o mandar para bem longe de Caracas.

O novo presidente Roberto Micheletti diz que a pressão internacional não vai fazer seu governo mudar de idéia, até porque só pretende passar seis meses no cargo, e em novembro, após a realização de eleições livres no país, os novos governantes eleitos, que tomarão posse em janeiro, negociarão e se entenderão com a comunidade internacional.

Agencias de notícias escondem imagens de
manifestações de apoio ao atual governo

Foto: El Heraldo

Manifestação de apoio ao novo governo e contra Zelaya em Choluteca, uma das maiores cidades de Honduras. Chávez e Fidel nos cartazes.

Impressionante como as agencias de notícias internacionais, não mostram as multidões que se formaram em Honduras contra a volta de Zelaya. As fotos que exibimos no texto foram tiradas do site do jornal hondurenho El Heraldo, que não se nega em publicar fotos das manifestações pró Zelaya.

Fotos: Reuters

As agências de noticias porém, preferem exibir fotos dos partidários do amiguinho de Chávez atacando as tropas, jogando pedras e bombas incendiárias, procurando demonstrar, como disse o presidente Roberto Micheletti, que há um clima de revolta e insegurança no país. Essas são fotos da agência Reuters, que mesmo sem querer, acabam mostrando que os partidários do ex-presidente Zelaya, como gente marginal, agressiva e baderneira.

Foto: El Heraldo

Fotos tiradas no centro de Tegucigalpa, hoje de manhã, mostram uma cidade funcionando normalmente, e até mais aliviada sem a presença do incendiário Zelaya.

Foto: AFP

Os poucos que divulgam imagens das demonstrações contra Zelaya, mostram apenas detalhes da multidão, e capricham numa legenda onde diz que esses são os partidários dos militares no poder, negando que não há nenhum militar comandando o governo hondurenho, fora das forças armadas, e o presidente do país, é o civil Roberto Micheletti, do mesmo partido do ex-presidente, e que antes era presidente do Congresso Nacional.



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