Fundação de Sarney afanou dinheiro da Petrobras

Fundação de Sarney afanou dinheiro da Petrobras Fundação que tem o nome do presidente do senado, recebeu por sua interferência, verba da Petrobras, para realizar um projeto cultural. O Estadão descobriu que pelo menos R$ 500 mil foi desviado para uma prestadora de serviço fantasma e o resto da grana acabou desaguando nos bolsos da família do patrono da instituição Fotomontagem Toinho de Passira O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), justifica que a Fundação Sarney leva seu nome, mas que ele "não participa de sua administração, nem tem responsabilidade sobre ela". Diz ainda que os esclarecimentos sobre a acusação de que a Fundação Sarney desviou verbas de patrocínio da Petrobras para empresas fantasmas e parentes do próprio senador, devem ser prestados pelos administradores (laranjas) "legalmente constituídos". Fonte: Estadão A Fundação José Sarney - entidade privada instituída pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para manter um museu com o acervo do período em que foi presidente da República, onde há até um local destinado a colocar o senador, quando ele abotoar de vez o jaquetão - desviou para empresas fantasmas e outras da família do próprio senador dinheiro da Petrobrás repassado em forma de patrocínio para um projeto cultural que nunca saiu do papel. Do total de R$ 1,3 milhão repassado pela estatal, pelo menos R$ 500 mil foram parar em contas de empresas prestadoras de serviço com endereços fictícios em São Luís (MA) e até em uma conta paralela que nada tem a ver com o projeto. Uma parcela do dinheiro, R$ 30 mil, foi para a TV Mirante e duas emissoras de rádio, a Mirante AM e a Mirante FM, de propriedade da família Sarney, a título de veiculação de comerciais sobre o projeto fictício. Foto: Fernando Cunha A fundação Sarney ou Memorial José Sarney está instalado nesse prédio histórico, em São Luiz do Maranhão, o antigo CONVENTO DAS MERCÊS que foi erguido pelo Padre Antônio Vieira em 1654 para abrigar a Ordem dos Mercedários na Praia Grande, fica lá também o local onde se instalará o mausoléu Sarney, muito em breve, esperamos A verba foi transferida em 2005, após ato solene com a participação de Sarney e do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli. A Petrobrás repassou o dinheiro à Fundação Sarney pela Lei Rouanet, que garante incentivos fiscais às empresas que aceitam investir em projetos culturais. Mas esse caso foi uma exceção. Apenas 20% dos projetos aprovados conseguem captar recursos. O objetivo do patrocínio, que a fundação recebeu sem participar de concorrência pública, que a estatal faz para selecionar projetos, era digitalizar os documentos do museu. Pela proposta original, que previa o cumprimento das metas até abril de 2007, computadores seriam instalados nos corredores do museu, sediado num convento centenário no centro histórico de São Luís, para que os visitantes pudessem consultar online documentos como despachos assinados por Sarney na época em que ocupava o Palácio do Planalto. Até ontem, não havia um único computador à disposição dos visitantes. A Petrobras já explicou que não tem nada com isso, forneceu apenas o dinheiro, e seria o Ministério da Cultura que tem que fiscalizar se a verba foi bem empregado, ou não. O ministério da Cultura não falou ainda, mas vai dizer que tudo foi erro do contador, do mordomo e da oposição. Dessa vez Sarney arranjou uma encrenca chata, pois o pessoal que vive atrás de verbas para projetos culturais sérios e não consegue nada, depois de cumprir um ritual de papelada e lustrar cadeiras nas salas de espera do Ministério da Cultura, vai pegar no pé do Senador. Também tem o aspecto do pessoal da base aliada de Lula que estava negociando deixar a oposição finalmente instalar a CPI da Petrobras, para esquecer Sarney um pouquinho, com esse escândalo o presidente do Senado caiu ruidosamente dentro da CPI da Petrobras. Mesmo assim, profetizamos sem medo de errar que ninguém tocará num fio do bigode tingido do senador Sarney, enquanto lhe restar cara-de-pau de apoio do comparsa Lula.