11 de jul. de 2009

Barack Obama apóia mesmo Manuel Zelaya?

Barack Obama apóia mesmo Manuel Zelaya?
Por sabedoria, vacilação ou inexperiencia, os americanos estão com um comportamento oscilante entre uma discurso afirmativo e uma atitude prática discreta

Foto: Getty Images

Roberto Micheletti, o atual presidente e Manuel Zelaya, o presidente deposto, só ficam juntos numa montagem fotográfica.

Fontes: La Tribuna, O Globo, El Pais, Reuters

O presidente americano Barack Obama tem dito através de Hillary Clinton, do porta-voz e em curtos pronunciamentos, que mesmo sabendo que o presidente deposto presidente hondurenho Manuel Zelaya é um líder antiamericano, apóia integralmente, a sua volta ao poder, por não querer compactuar com pessoas que feriram a vontade do povo e romperam as regras da democracia.

Isso, porém não tem aparecido na prática. Mesmo prestigiado e recebido por Hillary Clinton Manuel Zelaya foi encaminhado à Costa Rica, para conversar com o Óscar Arias, prêmio Nobel da Paz em 1987, para iniciar uma negociação impossível com o atual presidente Roberto Micheletti.

Antes o governo americano, de uma forma qualquer já havia conversado com todas as partes, pois a poderosa secretaria de Estado Hillary Clinton não ia sugerir algo de público, que não estivesse amplamente acerto nos bastidores.

Os jornais hondurenhos por sua vez tem dito que apesar do governo americano ter ameaçado em notas, que cortará ajudas econômicas a Honduras, mas até agora não concretizou nada.

Foto: State Departament

O detalhe é que no dia do encontro com Zelaya Hillary estava com o braço direito na tipóia. /P>

Como ninguém é ingênuo nessa história, Manuel Zelaya sabia que estava sendo passado a diante, mas precisava da foto ao lado de Hillary, para se mostrar “legítimo” e fingir ter apoio dos americanos.

Por incrível que isso possa parecer, tanto ele quanto seu grande aliado e cúmplice Hugo Chávez, têm insinuado algumas vezes, esperar que o apoio americano se transformasse num ato militar, com os marines ianques tirando o palácio presidencial o “golpista” Micheletti e empossasse no lugar de volta o Zelaya. Como nos filmes dos anos 70.

Hillary recebeu Zelaya conversou com ele por 15 minutos e depois sozinha comunicou a decisão da mediação, não aparecendo ao lado dele para fazer o comunicado, sinais que a Casa Branca, o apóia, mas não quer aparecer ao seu lado, oficialmente.

O hondurenho foi entrevistado sozinho, já fora da Casa Branca, pela imprensa que o acompanhava.

As negociações começaram ontem na Costa Rica, o momento em que os dois presidentes hondurenhos estiveram mais próximos, foi 7 km.

Enquanto Zelaya conversava com o presidente Óscar Arias, o presidente hondurenho que foi a Manágua com uma comitiva de 23 pessoas, incluindo os Chefes Militares, negou-se a sair do aeroporto, só indo ao encontro do presidente mediador, após o outro ter deixado o local de negociação.

Foto: Reuters - AP

Uma pesquisa CID-Gallup mostrou que 41 por cento dos hondurenhos acham que a destituição de Zelaya foi justificada enquanto 28 por cento se opõem ao novo governo.

O jornal espanhol El País, disse que foi como querer fazer duas estátuas se abraçarem e que na maior parte do tempo, da reunião, ambos os presidentes usaram o tempo para falar mal do ausente, “comprovando” sua razão.

O jornal espanhol ressalta curiosamente, que enquanto Zelaya tem o apoio internacional a seu favor, as instituições legais de Honduras, o Congresso e a Suprema Corte, dão total apoio a Micheletti, confirmando que ele assumiu em condições legais.

Utilizando a metáfora futebolística de um conhecido governante latino, pode-se dizer que neste instante, a equipe de Zelaya, já há dez dias fora do poder, a cada instante reduz a sua possibilidade de se reintegrar ao poder.

Por outro lado o time de Micheletti está com a bola, e faz o jogo de ganhar tempo. Dentro de quatro meses ocorrerão às eleições e com um novo presidente eleito, ficará dificil a Zelaya pleitear qualquer coisa. Porém vai ser muito dificil segurar esse placar, durante todo esse tempo. Mesmo com ajuda de Obama.

Quanto a Óscar Arias, presidente da Costa Rica (foto) e prêmio Nobel da Paz em 1987, por ter mediado os confrontantes das guerras civis na Nicarágua e em El Salvador, se conseguir uma solução política para a atual questão de Honduras, vai conseguir o feito inédito de obter de novo o prêmio Nobel da Paz.

Nenhum comentário: