4 de jun. de 2009

Renan manda, desmanda e faz chover na CPI

Renan manda, desmanda e faz chover na CPI
Senador Jarbas Vasconcelos:
“- Obama acha que Lula é ‘o cara’ porque ainda não conhece Renan Calheiros.”

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Um alagoano de dentes trincados e olhar parado
é mais perigoso que uma cascavel de vereda.

Fontes: Blog Cristina Lobo, Blog do Noblat

Desde o critério de escolha dos membros da CPI, que o jogo ficou claro: fidelidade a Renan acima de tudo. Ninguém tem dúvidas que na CPI da Petrobras nada vai acontecer que o senador alagoano não quiser.

Mafioso, tenta tirar toda a vantagem e proveito que a situação possa lhe proporcionar.

Um ano e oito meses depois de ter escapado de cassação pelo plenário do Senado, quando foi acusado de ter usado um lobista de empreiteira, sem licitação, para pagar pensão à filha, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) agrega um poder como poucas vezes se viu alguém ter na casa.

Principal articulador da eleição de José Sarney à presidência do Senado e de Fernando Collor (PTB-AL) para a presidência da Comissão de Infraestrutura, ambos eleitos em disputa com o PT, Renan exibiu toda a sua musculatura política nas articulações de aliados fieis para ocupar a maioria dos assentos da CPI da Petrobras.

Lula espremeu entre os Renansistas a defectível Ideli Salvati (PT-PR) o perigoso Romero Jucá (PMDB-RO) e o fiel senador Inácio Arruda (PC do B-CE). A idéia do governo era colocar essas figuras nos cargos de direção da CPI, Renan veta a todos.

Ideli não o defendeu com todo o ardor que ele gostaria quando estava com a cabeça a prêmio, e foi ela que ele derrotou com o nome de Fernando Collor, para a Comissão de Infraestrutura, não gosta que ela tenha poderes dentro do “seu território”.

Romero Jucá é independente demais para aceitar um cabrestro de outro mafioso e Renan quer sem dúvidas, que o planalto saiba que na CPI, só quem canta de galo é ele e mais ninguém, por isso veta Inácio Arruda, no pacote, pondo-se do contra por capricho.

O governo já tinha aceitado o veto ao nome de Aloísio Mercadante e pensava que o senador alagoano estaria satisfeito com a demonstração de poder. Mas ele não é um mafioso discreto, manobra como um destróier, fazendo onda e barulho, sem se incomodar com a visibilidade, desde que fique demonstrada toda sua capacidade de destruição.

Com a sua maioria acachapante, os Renasistas podem aprovar ou desaprovar requerimentos ousados da oposição, pedidos vexatórios de depoimentos, quebra de sigilos e pedidos de envio de documentos, ou pode rejeitar tudo alguns dias e aprovar em outros.

Não deixou a CPI se instalar, até ontem, simplesmente determinando que os seus comandados não comparecessem e foi obedecido inclusive pelo senador Fernando Collor.

A primeira imagem que se forma é que ele está com a mão na torneira, abrindo e fechando o fluxo d’água de acordo com a sua conveniência, mas para o PT e a Petrobras Renan está com o dedo no gatilho.

Não comemore, mesmo que não nutra simpatia pelo Partido dos Trabalhadores ou deseja que a Petrobras seja investigada a fundo, pois os tentáculos de Renan vão além desse episódio.

Os candidatos a presidente nas eleições de 2010 terão que lhe procurar pelo apoio da banda do PMDB sob sua tutela. Será muito difícil alguém ser eleito sem a sua chancela mafiosa.

Não titubeará em pôr num leilão o futuro do país. Quem mais lhe ofertar: cargos, poder, espaço para falcatruas, terá o seu apoio e dos seus asseclas.

Assim de uma forma ou de outra, todos nós, nesse momento, somos efetivos ou potencias reféns do alagoano, e muito pouco podemos fazer, a não ser espernear.


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