30 de mai. de 2009

Sarney ainda mente e rapina como um jovem político

Sarney ainda mente e rapina como um jovem político
O maranhense é um exemplo de energia insaciável de continuar sugando todas as tetas públicas, legais ou não, há mais de cinqüenta anos de vida pública voltadas para o próprio interesse

Fotomontagem Toinho de Passira

José Sarney de Araújo Costa, talvez descendente direto do nobre pretor romano
Lucius Antonius Rufus Appius?

Fontes: Blog do Josias de Souza, O Globo

O presidente José Sarney diz só ter tomado conhecimento pela imprensa que estavam depositando na sua conta salário, dinheiro indevido, uma “merreca” ilegal de R$ 3.800,00, todos os meses, há anos, sob a desculpa de “auxílio moradia”, uma gratificação destinada a indenizar despesas com habitação com parlamentares que não possuem residência em Brasília.

Não era o caso doe senador maranhense do Amapá Sarney receber, pois, no momento, possui duas residências na capital federal, uma mansão de sua propriedade, e outra que o que o senado lhe põe à disposição, por ser presidente da casa.

Sarney um intelectual da corrupção política, foi rápido e didático, flagrado não titubeou em mentir e depois se desculpar pela mentira, para que a mentira e a desculpa terminassem mais importante na mídia, que a própria mão boba no cofre público.

É ou não é genial?

O fato é que o senador Sarney não evoluiu depois de tantos anos de vida pública. Não era para ele está se envolvendo nessas pequenas gatunagens de políticos larápios iniciantes. Sua biografia merece grandes propinas, negociatas arrasam quarteirões, trambiques de alta monta. Tem que aprender a resistir a esses pequenos deslizes de iniciantes.

Para piorar as coisas e manchar a sua carreira de mafioso, além da não continuar ganhando está sendo ameaçado de devolver o dinheiro que já está na sua conta bancária. É bem verdade que será descontado apenas 10% do seu salário básico, até que a conta seja paga, o que na melhor das hipóteses levaria o dobro do tempo que recebeu, para pagar.

O valor recebido de forma indevida, pelas últimas contas, soma R$ 79.800,00.

Feitos cálculos “legais” chega-se a conclusão de que o senador Sarney terá 50 meses para pagar o dinheiro, pois um desconto maior poderia desequilibrar suas combalidas finanças.

Corre-se o risco, se aparecer mais alguma coisa, se o desconto não for imediatamente implantado, que o mandato atual do senador, não dê tempo para que ele pague todo o devido e Sarney seja forçado a se candidatar de novo, pelo Amapá, para não ficar devendo a tesouraria do Senado.

Adiantamos que no caso de morte, o senador será perdoado.

Charge de WALDEZ – Amazônia Jornal (AM) Foto:

A imprensa não deveria nem considerar notícia esse pequeno deslize do político maranhense de bigodes tingidos. O que esperavam que o senador Sarney fizesse? Sua obsessão em sempre se candidatar, nunca está distante dos cofres públicos, incluí exatamente esse objetivo de se apoderar de tantas quantas forem às verbas que passarem diante de si.

Diz que nem requereu, o dinheiro sozinho, por mãos cúmplices de diretores que ele sabiamente nomeou, tomou o destino do seu bolso.

Todas as vantagens legais e ilegais, que podem ter um senador, povoam o salário de Sarney. Como por encanto essas granas migram para a sua conta bancária atraídas pelo ambiente favorável, da impunidade do privilegiado e inatacável presidente honorário da bancada de Renan Calheiros.

Nenhuma voz insinuou que ele mereceria uma punição por ter sido flagrado desonrando o cargo de senador e de Presidente do Senado, aboletado em verbas que não lhe pertenciam e por ter mentido descaradamente para a imprensa.

Será que ele é inimputável nos casos de falta de decoro parlamentar?

A mensagem final é que deveríamos estar agradecidos com as desculpas e mentiras do grande José Sarney.

Afinal o senador maranhense pelo Amapá, poderia estar gozando merecida aposentadoria, nas mansões e castelos que construiu ao longo da costa do Maranhão, mas prefere continuar na vida pública a defender todos os seus interesses pessoais, como a mesma energia do jovem político larápio no início da carreira, há mais de trinta anos, no túnel do tempo.

Qual a diferença entre ladrão e larápio?
Talvez ao ser suprimido você não sinta a diferença, mas o ladrão e o larápio são etimologicamente duas coisas diferentes, embora que no fundo, no fundo...


Pretor Lucius Antonius Rufus Appius
Em grego, látron era uma palavra derivada do verbo latréo, cujo significado era servir. O látron era o salário devido aos servos mercenários e empregados domésticos.

Em Roma, latrónou latro passou a denominar o servo mercenário, o soldado em geral, todo aquele que servia a troco de salário ou remuneração fixa ou variável, quer fosse livre, quer fosse escravo.

Até aqui, tudo bem - os servos trabalhavam e no final de um período de tempo, recebiam o seu latro.

À medida que o império romano foi entrando em decadência, os senhores e amos, passaram a retardar ou a não pagar o devido o latroaos latróns seus soldados e servos.

O fato é que o pessoal, sindicalizado ou não, resolveu tomar o que achava devido, surrupiando dos seus amos e patrões, objetos e bens, como forma indenizatória.

A coisa saiu do controle e os antigos fiéis latróns mal orientados por um líder sindical com pretensões políticas, partiram para a ignorância e transformaram a justa cobrança do justo latrón numa atividade ilegal, sem a prestação de serviço.

A palavra latrón com o passar do tempo, ao invés de designar o fieis soldados e servos do império, adquiriu um novo significado, de definir aqueles que se dedicavam ao infame esporte de surrupiar os bens dos pobres cidadãos.

Uma corruptela a mais e latrón virou ladrão.

A palavra larápio é inspirada na figura de um pretor, um tipo de juiz da antiga Roma, Lucius Antonius Rufus Appius. O tal magistrado romano tinha o hábito de sentenciar favoravelmente aqueles que melhor lhe corrompesse, coisa dos tempos do império romano.

Assinava sempre de forma abreviada suas decisões, L.A.R. Appíus, que passou a ser uma marca registrada de corrupção, originando o neologismo larápio, tão nosso conhecido.

Voltando à questão original, percebe-se que ladrão e larápio, a rigor não podem ser usados como sinônimos.

Enquanto o termo ladrão faz referência a um indivíduo ou bando, que se apossa de um bem alheio, de forma violenta ou não, o termo larápio aponta para o “surrupiador” mais papo cabeça, sutil, por exemplo, que age sob o disfarce de presidente de uma estatal, de um cargo no executivo ou no legislativo, ou sentado em algum tribunal.

Em resumo, num país de oportunidades como o Brasil, um ladrão pode evoluir, ganhar status de intelectual, tornar-se um ilustre larápio e entrar na Academia Brasileira de Letras.
Texto adaptado do Blog português, Levando Lero


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