15 de mai. de 2009

Recife, capital campeã de assassinatos do Brasil

Recife, capital campeã de assassinatos do Brasil
Fracasso do “Pacto pela Vida” ganha fama internacional, jornal britânico destaca Recife e seus altos índices de assassinatos, como o maior do país

Detalhe da pagina do "The Independent" na internet

Fontes: The Independent, BBC Brasil

O jornal britânico The Independent publicou em sua edição desta sexta-feira uma reportagem sobre o alto índice de assassinatos em Recife, capital do Estado de Pernambuco, com o título "Morte aos indesejáveis: A capital de assassinatos do Brasil".

A reportagem diz que apesar de atrair um milhão de turistas estrangeiros, quase 3 mil pessoas foram mortas na cidade no ano passado e que muitas dessas mortes foram provocadas por policiais.

O repórter diz que conseguiu convencer um policial a falar sobre os assassinatos que cometeu. Ele é supostamente integrante de um esquadrão da morte e estaria na corporação há 20 anos.

"Ele tinha matado pessoalmente mais de 30 pessoas e disse que sua 'equipe' tinha matado mais de 50", afirma o artigo.

De acordo com o repórter Evan Williams, o policial justificou sua ação afirmando que não sente remorsos porque está desempenhando "um serviço social".

"É certo tomar uma vida humana nestes casos, porque leva muito tempo para que os processos judiciais aqui tramitem e o traficante ou assassino que nós podemos prender como policiais podem ser libertados no dia seguinte e voltar para as ruas e matar e vender drogas de novo.

Então é muito melhor para nós (...) matá-los e resolver o problema assim", disse o integrante do esquadrão da morte, de acordo com Williams.

Segundo a reportagem, o entrevistado, que não quis ter seu nome revelado, caçoou das iniciativas da cúpula da polícia para reprimir a atuação dos esquadrões da morte, que levaram à prisão de centenas de suspeitos em todo o Estado.

"O homem que entrevistamos sobre esta suposta repressão riu e disse que ele não tem medo de ser preso porque vários dos policiais mais graduados estão envolvidos", escreveu o repórter.

O jornalista diz que segundo as declarações do possível integrante do Esquadrão da morte, as vítimas são indicadas, por superiores da Polícia Civil ou Oficiais graduados da Polícia Militar. Devido ao envolvimento de grande parte dos policiais, fica difícil uma reação das autoridades, que quer reprimir esses grupos de matadores.

Foto:AP

Um ativista pinta a silhueta de uma vítima de homicídio na favela Coque, Recife, diz a legenda da foto publicada no jornal

O repórter afirma ainda que o Secretário de Defesa Social de Pernambuco, Servilho Silva de Paiva, disse que a polícia e o governo do Estado estão seriamente empenhados na prisão de qualquer policial envolvido em esquadrões da morte, mas "admite uma responsabilidade limitada sobre as ações de policiais em esquadrões da morte".

Segundo Williams, Paiva disse que pesa sobre as autoridades a responsabilidade quando um policial em serviço mata uma pessoa.

"Se ele estiver de folga, não é nossa responsabilidade", afirmou o secretário, de acordo com o repórter britânico.

Ao final a reportagem destaque que os agentes de viagem chamam o Recife de "Veneza Brasileira" graças a seus numerosos rios e pontes. A cidade é famosa por suas belas praias, em especial, no bairro Boa Viagem. Diz que é quarta maior cidade do país, com uma população de 1,5 milhões e que o Carnaval local se rivaliza com o Rio de Janeiro.

Fala ainda que o estado tem o maior porto da costa norte-oriental,do Brasil e a praia de Porto de Galinhas, 60 quilômetros a sul, é conhecido como melhor praia do Brasil.

A reportagem será apresentada em vídeo no Channel 4, da TV britânica, nesta sexta-feira.

Nos já encomendamos uma cópia as correspondentes do “thepassiranews” em Londres.

Desembargador: mortos no Recife igualam a regiões em guerra

Fonte: Blog do Jamildo

Desembargador pernambucano destaca que número de mortes no Recife se compara a regiões em guerra Tomando parte no debate sobre os dois anos no Pacto pela Vida, na Assembleia Legislativa, o desembargador Alexandre Assunção, declarou-se alarmado com o número de mortes. "São números elevados internacionalmente, de regiões conflagradas. Gasta-se bilhões com usinas nucleares, gasta-se bilhões com transposição, e não se consegue fazer as cinco penitenciárias de segurança pública nacionais", frisou.



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