11 de mai. de 2009

Irã liberta a jornalista americana Roxana Saberi

Irã liberta a jornalista americana Roxana Saberi
A imprensa se surpreendeu com o fato do Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad ter declarado, antes do julgamento, que a jornalista deveria ter o direito legal para se defender, o que deve ter aberto o caminho para que o tribunal finalmente a libertasse

Foto:Captada do noticiario da Fox News

A jornalista Roxona quando era correspondente na europa

Fontes: TIMES, The New York Times , Aljazeera, Le Monde

A jornalista americana Roxana Saberi foi libertada nesta segunda-feira em Teerã após a redução para dois anos com sursis de sua pena de oito anos de prisão por espionagem para os Estados Unidos.

"Estou bem, não quero dar declarações, mas estou bem", disse Saberi à AFP ao deixar a prisão de Evine, na companhia de seu pai Reza Saberi.

Pelo que informaram os seus advogados a sua pena foi reduzida para dois anos com sursis e depende dela.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, se disse "muito estimulada" por essa libertação.

Citado pelo site da TV estatal, o porta-voz da Justiça, Ali Reza Khamshidi, disse que Saberi havia sido libertada, mas estava proibida de trabalhar como jornalista.

A jornalista havia sido condenada no dia 13 de abril pelo tribunal revolucionário a oito anos de prisão por espionagem para os Estados Unidos, ao término de um processo a portas fechadas.

Originalmente sua prisão foi decorrente da compra de uma garrafa de vinho - é ilegal a posse de álcool na República Islâmica.

Sua condenação repercutiu em todo mundo, com manifestações de apoio e condenação ao veredicto.

Por fim o presidente americano Barack Obama pediu pela sua libertação, afirmando inclusive que estava seguro que em nenhum momento ela teria participado de qualquer ato de espionagem para o governo americano.

Tecnicamente, ela havia sido condenada em primeira instância por "cooperação com um Estado hostil" e o tribunal de apelação anulou a sentença aceitando o argumento da defesa que os Estados Unidos não são um Estado hostil em relação ao Irã, pois só pode ser considerado um estado hostil um país que esteja em conflito armado, ou guerra declarada.

Roxana Saberi foi presa no final de janeiro em Teerã, sob alegação de compra de álcool, um crime para os iranianos, mais tarde foi acusado de espionagem, a serviço do governo americano.

A jornalista, 32 anos, nasceu e foi criada nos Estados Unidos, mas tem cidadania iraniana, como determina a legislação do país, por ter pai nascido no Irã. Era, quando foi presa, correspondente da National Public Radio, dos Estados Unidos, da BBC e da Foz News, tendo trabalhado no Irã os últimos seis anos.

O Times comenta que é difícil imaginar alguém possa pensar que a CIA houvesse mandado alguém como Roxana para o Irã como espiã, por sua visibilidade como correspondente de em vários órgãos de imprensa, e até por ter sido quando mais jovem coroada rainha de beleza Dakota do Norte (foto). Diz o jornal, uma mulher com fotos de biquíni na Internet é uma escolha improvável para ser enviada para um país islâmico conservador onde as mulheres têm cobrir a cabeça em público.

Foto: Reuters

O pai de Roxana, Reza Saberi, em frente a prisão, disse ao jornal Al Jazeera que "Ela nunca pretendeu transmitir qualquer notícia a qualquer outro país que fosse contra os interesses do Irão. Ela não fez nada de errado.

Mas disse também que planeja deixar o Irã na companhia de sua filha, o mais rapidamente possível.


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