17 de abr. de 2009

Raúl Castro diz que topa tudo com Obama

Raúl Castro diz que topa tudo com Obama

Foto: Reuteurs

Mesmo ateu, Raul Castro está rezando para Obama ajudar Cuba

Fontes: Veja Abril, Correio da Manhã, Último Segundo

A crise que abate importantes nações do mundo arrombou a porta da frágil economia cubana como um furacão. Os companheiros Chávez, Evo Morales e Lula, não estão em condições de ajudar muito, ocupados com suas próprias crises, só isso explica a declaração de garota de programa emitida pelo presidente de cubano, Raúl Castro, dizendo que com Obama topa tudo, em qualquer posição.

"Transmitimos mensagens ao governo dos EUA, reservadamente e em público, de que estamos dispostos a discutir tudo, a qualquer momento que eles quiserem", disse Raúl num inflamado discurso a outros líderes esquerdistas na Venezueladisse Raúl em Cumana, cidade venezuelana localizada no estado de Sucre, onde participou ontem da reunião da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba)..

"Direitos humanos, liberdade de expressão, presos políticos, tudo, tudo, tudo o que eles quiserem conversar a respeito", disse ele, insistindo apenas que o diálogo se dê em condições de igualdade e sem ameaças à soberania cubana.

Estima-se que haja em Cuba cerca de 200 presos políticos, que o regime qualifica como mercenários a serviço dos EUA. O governo também limita fortemente a liberdade de expressão, restringe as viagens de seus cidadãos ao exterior e não realiza eleições multipartidárias.

Raúl tomou algumas medidas para liberalizar a economia desde que substituiu formalmente em fevereiro de 2008 o seu irmão Fidel, que passou quase cinco décadas à frente do país.

Suas declarações são uma espécie de resposta às medidas anunciadas nesta semana pelo governo dos EUA para suspender as restrições a viagens e remessas financeiras de cubano-americanos para a ilha, além de autorizar empresas norte-americanas de telecomunicações a operarem no país vizinho.

Mas o que o presidente Barack Obama quer não se imagina que a dupla de irmãos Castro está disposta:

"Minha baliza na política EUA-Cuba será como podemos incentivar Cuba a ser respeitosa com os direitos do seu povo, a liberdade de discurso político, a participação política, a liberdade religiosa, a liberdade de imprensa, a liberdade de viajar", disse Obama ele durante entrevista coletiva no México.

Com esse discurso Obama quer tirar os dois do poder e deixar que o país faça eleições livres e possa ter oposição. Na primeira semana de liberdade legítima os cubanos põem Fidel e Raúl Castro numa banheira e mandarão que eles remem até Miami.

Havana tradicionalmente acusa Washington de adotar um comportamento imperialista, e costuma argumentar que a situação dos direitos humanos nos EUA tampouco é perfeita.

Foto:Dálcio - Correio Popular- Campinas (SP)

Raúl, porém, não deixou de mordiscar a democracia americana, dizendo que os Estados Unidos só tem dois partidos mais parece ter um só e também pediu a soltura de cinco cubanos presos nos EUA por espionagem e fez uma ressalva à mudança na condição dos detentos políticos em Cuba.

"Se eles querem a libertação desses presos políticos, que incluem alguns terroristas confessos, guatemaltecos e salvadorenhos julgados e condenados, libertem os nosso prisioneiros e mandaremos a eles [os presos políticos em Cuba] com suas famílias e tudo que eles quiserem - esses tais dissidentes e patriotas", afirmou o ditador.

Líderes cubanos já vinham falando bem de Obama e manifestando disposição para o diálogo, mas sempre rejeitando a idéia de qualquer pré-condição imposta por Washington sobre questões internas cubanas.

O pior é que Obama tem consciência da situação e dispõe de todo tempo do mundo, quatro a oito anos, pelo menos, para resolvê-la, enquanto Raúl e Cuba precisam do fim do embargo norte americano para ontem.


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