13 de mar. de 2009

Madoff, o trambique Americano, já está preso

Madoff, o trambique Americano, já está preso
Em três meses o falso investidor americano já está no presídio, no próximo dia 16 de junho sai a sua sentença final, dá raiva ver os americanos reclamando da lentidão da justiça deles

Foto:Reuters

Curiosos, imprensa e vítimas aglomeraram-se em frente ao Tribunal Federal de Manhattan para ver Madoff chegar

Fontes: Estadão, Estadão

O falso investidor Bernard Madoff declarou-se, culpado de dirigir um esquema de pirâmide financeira por meio do qual seus clientes perderam algo em torno de US$ 177 bilhões de dólares. O juiz federal americano Denny Chin ao acatar a declaração de culpa do réu determinou sua prisão imediata, revogou o direito à fiança e decidiu que Madoff permanecerá detido até o anúncio da sentença, marcado para 16 de junho.

A expectativa é de que ele passe o restante de sua vida atrás das grades, está sujeito a uma pena de 150 anos de prisão. O Tribunal Federal de Manhattan estava lotado quando Madoff declarou-se culpado de 11 acusações de crimes financeiros, fraudes e lavagem de dinheiro.

Foto:Reuters

Num apartamento como esse do Metropolitan Correctional Center, em Manhattan, está hospedado o financista Bernard Madoff: tem pouco mais de cinco metros quadrados e uma cama de alvenaria. Acostumado a morar em coberturas, o preso deve ficar no beliche de cima.

Madoff, de 70 anos, disse ainda que nunca investia os recursos de seus clientes conforme o prometido. Ao invés disso, ele pagava os investidores que buscavam resgates numa conta mantida no Chase Manhattan Bank em Nova York.

Ele alegou que se sentia pressionado a atender às expectativas dos clientes de que os investimentos teriam rendimento acima da média do mercado e disse acreditar que a pirâmide financeira duraria pouco tempo, mas acabou durando anos.

Em 11 de dezembro, Madoff foi libertado sob uma fiança de US$ 10 milhões. Ele foi solto sob as condições de usar uma tornozeleira eletrônica e ficar 24 por dia em seu apartamento de cobertura no Upper East Side. Seguranças privados monitoraram o acesso ao prédio, para evitar uma possível fuga do financista em desgraça ou uma tentativa de agressão contra ele.

Foto: AP

A Sra. Judith Welling, ao centro, uma das milhares de vítimas de Madoff que estavam diante o tribunal para ver o seu investidor passar

Dos mais de US$ 64 bilhões que Madoff alegava ter em 4,8 mil contas de seus clientes no final de novembro, as autoridades conseguiram recuperar US$ 1 bilhão até agora.

Os advogados dele apelaram mas há muito poucas chances dele aguardar a sentença em liberdade.

Como funcionava?

Foto:Reuters

Judith Welling , outra vítima, não conteve as lágrimas ao contar, aos jornalistas, como perdeu seu rico dinheirinho

A fraude era feita da seguinte forma: a empresa de Madoff atraía os investidores oferecendo níveis de rentabilidade que chegavam a 1% ao mês, ou seja, mais de 10% de retorno no investimento por ano. Ele, então, utilizava o dinheiro desses novos investidores para pagar clientes antigos, que queriam resgatar os recursos aplicados.

O esquema funcionava porque os rendimentos não eram pagos aos investidores todo mês, apenas acompanhado por eles. Esse dinheiro só seria devolvido ao cliente quando este resgatasse seu investimento. O problema é que, diante de grande demanda por resgates em decorrência da crise financeira, o fundo de Madoff ficou sem dinheiro para pagar os investidores e a fraude veio à tona.

Celebridades e importantes bancos e instituições figuram na lista de vítimas como Steven Spielberg, o ator John Malkovich, a Columbia University e a entidade de caridade Jewish Funds for Justice (Recursos Judeus para a Justiça).


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