10 de fev. de 2009

ISRAEL: QUEM SERÁ O PRIMEIRO MINISTRO?
Depois de publicado o resultado das eleições, a disputa está entre Tzipi Livni, atual Chanceler e Benjamin Netanyahu, ex-primerio ministro. Ela tem maioria mas ele tem maiores possibilidades de montar a coalizão

Foto:Damir Sagolj/Reuters

Seguidores do Partido Kadima de Tzipi Livni comemoram a vitória na sua sede em Tel Aviv

Fonte: Portal Google, Reuters, Algo Sobre

Pesquisas de boca-de-urna apontam a liderança da ministra do Exterior de Israel, Tzipi Livni, do partido centrista Kadima, nas eleições parlamentares israelenses desta terça-feira, com uma pequena vantagem, mas segundo especialistas ela não será ela a indicada para formar um governo de coalizão, dentro do sistema de parlamentarismo em vigor em Israel.

As pesquisas dão ao Kadima, partido de Tzipi Livni uma liderança de dois assentos sobre o direitista Likud, de Benjamin Netanyahu (foto), na disputa pelas 120 cadeiras do Parlamento israelense.

Tzipi não teria condições de formar o governo de coalização, pois os ultraconservadores, tenderiam a apoiar o ex-primeiro Ministro Netanyahu, que tem contra si um passado de acusações de corrupção, que acabou lhe tirando do governo, embora depois não tenha prosperado por faltas de provas.

De acordo com as pesquisas de boca-de-urna, o Kadima e partidos de esquerda teriam 56 assentos no Parlamento, enquanto o bloco de direita controlaria 64, quantidade suficiente para governar.

Tradicionalmente, o presidente de Israel delega a função de formar um governo de coalizão ao líder do partido que vence a maioria dos assentos do Parlamento, mas ele também pode escolher qualquer legislador que, na sua opinião, tenha condições de formar um governo.

O presidente Shimon Peres deve realizar consultas ainda esta semana com líderes dos partidos políticos, após os resultados finais das eleições, para tomar a decisão final de nomear a liderança que irá formar o gabinete.

Nós vamos torcer por Tzipi Livni, embora acreditemos que suas chances não são boas, entre outras coisas, por que achamos que com ela as chances de uma maior trégua, quase uma paz, é possível.

Foto: Reuters

TZIPI LIVNI
Louvada por sua integridade, mas acusada de não ter uma estatura de líder, Tzipi Livni, do partido Kadima, estaria, segundo as pesquisas de boca de urna, na cabeça nas eleições celebradas nesta terça-feira em Israel, embora pareça com dificuldades para formar um governo.

Segundo as sondagens, o Kadima (centro-direita) obteria 30 deputados, dois a mais que o Likud de Benjamin Netanyahu (direita).

Durante toda a campanha, Livni cultivou imagem de mão dura para convencer um eleitorado israelense que tende mais para a direita.

Resta ver se Livni, considerada hoje a mais poderosa do país, possui a têmpera da "dama de ferro", Golda Meir, israelense que comandou o Estado judeu de 1969 a 1974 e que foi chanceler, como ela.

Considerada em Israel uma mulher íntegra e moderada, ela não tem o apoio unânime em seu país, de onde saem muitos de seus críticos, que estimam que lhe faltam experiência política e mais atitude em questões de segurança.

As críticas não impedem, contudo, que esta mãe de dois filhos, nascida em 8 de julho de 1958 e moradora de Tel Aviv, apareça no topo da lista de personalidades políticas mais populares do país.

Em maio passado, Livni, de 49 anos, pediu a realização de primárias no Kadima, tendo em vista eleições antecipadas, e com a esperança de suceder o premier Olmert, que anunciou sua saída após o envolvimento em escândalos de corrupção.

Ao contrário de Olmert, Tzipi Livni nunca teve problemas com a Justiça e já declarou sua intenção de restaurar "a confiança" dos israelenses.

Antes das eleições desta terça-feira, ela já era a favorita para suceder Olmert à frente do Kadima.

Essa advogada, de aparência sempre impecável e catapultada para o topo de seu partido por Ariel Sharon, fundador do Kadima, suscita desconfiança em sua formação.

"Temo pelo futuro do Estado de Israel, se Livni chegar ao poder. É incapaz de tomar decisões. É influenciável e não confia em si mesma", alfinetou Olmert no passado, chegando a chamá-la de "traidora" e "mentirosa".

As divergências entre Livni e Olmert ficaram claras em 2007, quando ela se declarou a favor da renúncia do premier, após a divulgação de um relatório sobre os erros cometidos por Israel na guerra de 2006, no Líbano.

Essa mulher elegante nasceu em uma família da direita ultranacionalista, mas isso não a impediu de estar entre os fundadores do Kadima. Após o derrame cerebral de Sharon, em janeiro de 2006, ela se juntou a Olmert, que a designou como chefe da diplomacia, transformando-a, assim, na mulher mais poderosa do Estado hebreu.

Ela já trabalhou para o Mossad (1980-84) , Serviço Secreto de Israel, como especialista em Direito Comercial e teve uma carreira política meteórica desde sua entrada no Knesset, o Parlamento israelense, em 1999.

Seu pai, Eytan Livni, e sua mãe, Sarah, eram membros ativos do Irgun, a conhecida organização armada clandestina judaica que lutava com bombas contra o mandato britânico antes de formar o núcleo do Likud, partido de direita hoje liderado por Benjamin Netanyahu.

Ela deixou esse partido, considerando suas posições "ultranacionalistas" demais, para seguir Ariel Sharon na fundação do Kadima em novembro de 2005.


GOLDA MEIR, nasceu em Kiev, na Ucrânia, filha de um carpinteiro. Aos 8 anos, emigra com os pais para os Estados Unidos (EUA).

Durante a II Guerra Mundial, emerge como porta-voz do sionismo. Em 1946, o Reino Unido, que dominava politicamente a Palestina desde a I Guerra Mundial, passa a deter ativistas judeus. Golda trabalha para a liberação dos colegas e ajuda os judeus refugiados da guerra a entrarem na Palestina, uma violação às leis de imigração britânicas.

Os ingleses se retiram da Palestina em 1947. No ano seguinte, a ONU (Organização das Nações Unidas) aprova a instalação do Estado de Israel, e David Ben-Gurion é o primeiro-ministro. Nomeada ministra do Trabalho e do Bem-Estar Social, Golda dá início a programas de construção de moradias e ruas e acaba com as cotas para a imigração.

Em 1956 transfere-se para o Ministério de Exterior, onde permanece por dez anos. Em 1969 assume o cargo de primeira-ministra. Por causa da Guerra do Yom Kipur, seu governo passa a sofrer críticas, o que a leva a se demitir em abril de 1974. Morre quatro anos depois em Jerusalém.


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Postados por Toinho de Passira