14 de fev. de 2009

CASO ENCERRADO: PROMOTOR INGLES DIZ QUE
NINGUÉM TEM CULPA DA MORTE DE JEAN MENEZES


O eletricista, brasileiro, Jean Charles, de 27 anos, recebeu oito tiros (sete na cabeça e um no ombro) disparados por agentes da brigada antiterrorista da Scotland Yard após ser confundido com um terrorista, o crime vai ficar impune, para sempre.

Fontes: Estadão, Daily Mail, Diario Digital

Essa é uma estranha e triste coincidencia no momento em que acusam a pernambucana de ter se autoimolado na suiça

Promotores britânicos disseram hoje que nenhum policial será processado pela morte do imigrante brasileiro JEAN CHARLES DE MENEZES, assassinado a tiros pela Polícia Metropolitana de Londres em um vagão de metrô de Stockwell em 22 julho de 2005 ao ser confundido com um terrorista.

Quinze dias antes homens bombas islamitas haviam se explodido matado 52 pessoas no metrô londrino e em um ônibus.

O procurador Stephen O''Doherty disse nesta sexta-feira que não existem provas suficientes de que a polícia tenha cometido qualquer ataque.

Só faltaram dizer que o brasileiro se suicidou atravessando na frente das balas dos policiais.

Foto: Kirsty Wigglesworth/AP

Patricia Armani da Silva, segunda à esquerda, prima de Jean Charles de Menezes, em frente uma gravura de seu primo em uma entrevista a imprensa fins do ano passado, a esquerda está a interprete e a direita Asad Rehman da campanha Justiça para Jean.

A familia de Jean Charles de Menezes, exausta de lutar, sozinha, sem ajuda do governo brasileiro, apoiada por Ongs de direitos humanos britanicas, sem conseguir nenhum resultado, no sentido de ver punido aqueles que assassinaram o jovem, anunciou hoje que desistiu da via judicial, diante das últimas notícias.

Em comunicado, a família expressou que a decisão causou "um profundo desgosto" aos parentes.

Vivian Figueiredo, prima de Jean Charles, afirmou que o abandono da via judicial não significa que os parentes renunciaram à luta para conseguir Justiça.

"Estamos todos em estado de choque e simplesmente não podemos entender como o assassinato deliberado de um homem inocente e a tentativa da Polícia metropolitana (de Londres) de acobertar isso não acaba em um processo criminal", afirmou Vivian.

Foto: Daily Maill 

Estação do Metro em Stockwell fechada logo após o assassinato do brasileiro.

Ficará sempre a pergunta? Se a vitima inocente fosse um europeu, o resultado dessa investigação seria a mesma? Não custa lembrar que no principio disseram que o brasileiro havia se comportado de forma suspeita, pulando a catraca da estação para não pagar a passagem e tinha nas costas um mochila, que poderia ser uma bomba. Filmes das cameras de segurança da estação de Stockwell provaram que essas versões eram mentirosas.

O brasileiro entrou andando, validou seu bilhete e até pegou um exemplar de um jornal gratuito antes de subir no vagão onde foi baleado.

Não é dificil concluir que os estrangeiros estão sendo tratados como sub-raça pelas autoridades europeias.

Se fosse o legista suiço Walter BäR, que deu entrevista sobre a pernambucana Paula Oliveira, teria dito que Jean simulou sua morte para prejudicar a correta polícia britânica.

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